terça-feira, 31 de maio de 2016

Cai número de empresas de ônibus rodoviários e diminui quantidade de passageiros nos transportes urbanos. Idade média da frota de ônibus urbanos sobe

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

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Houve redução no número de passageiros de urbanos e aumento na demanda por rodoviários
Esses são alguns dados do anuário da CNT – Confederação Nacional dos Transportes
ADAMO BAZANI
Nos últimos 19 anos, as empresas de ônibus urbanos têm perdido passageiros de forma quase sucessiva, mas com momentos de recuperação.
É o que mostra o Anuário do Transporte da CNT Confederação Nacional do Transporte divulgado nesta segunda-feira, 30 de maio de 2016, ao qual o Blog Ponto de Ônibusteve acesso.
De acordo com o levantamento, com base em diversas fontes oficiais, que comparou os meses de abril e outubro, entre 1995 e 2014, houve períodos de queda consecutivos. Também houve alguns anos com crescimento, mas insuficiente.
Em abril de 1995, por exemplo, foram transportados 476,7 milhões de passageiros. Já em semelhante mês de 2014 foram 363,8 milhões de pessoas.
Um dos motivos para isso é o aumento dos incentivos para o transporte individual.
De acordo com o mesmo anuário, nos últimos 15 anos, houve aumento expressivo de frota de carros e, principalmente, de motos.
Acompanhe a nota:
Dados do Anuário demonstram, ainda, que a quantidade de motocicletas no país cresceu expressivamente em 15 anos: 402,2%. Em números absolutos, no ano passado, foram registradas 20,2 milhões de unidades e, em 2001, quatro milhões.
O aumento é significativo, uma vez que representa o triplo do incremento dos automóveis registrados no período, 134,6%. No Brasil, havia 49,8 milhões de automóveis, em 2015, contra 21,2 milhões, em 2001.
Durante os 15 anos, o número de ônibus cresceu 115,5%, enquanto o de caminhões teve acréscimo de 81,7%. Ainda segundo o Anuário, o número total de veículos no Brasil chegou a 90,7 milhões em 2015 ante 31,9 milhões em 2001, incremento de 184,2%. Os dados incluem automóveis, bondes, caminhões, caminhões trator, caminhonetes, camionetas, chassis plataforma, ciclomotores, micro-ônibus, motocicletas, ônibus, quadriciclos, reboques, semirreboques, sidecars, tratores esteira, tratores rodas, triciclos, utilitários e outros.
Os números também indicam que a região com mais veículos é a Sudeste, com 44,4 milhões de unidades. Em seguida, aparece o Sul, com 18,0 milhões; seguido do Nordeste, com 15,2 milhões; do Centro-Oeste, com 8,4 milhões e, por último, o Norte, com 4,6 milhões. 107 mil urbanos – 2014
A frota de ônibus urbanos no Brasil chegou em 2014 a 107 mil veículos.
A idade média desta frota de ônibus urbanos tem voltado a crescer. Em 1995, a média foi de 4,4 anos. Em 1997, já era de quatro anos.
No entanto, começou haver crescimento chegando a 5,7 anos em 2012. Novamente houve baixa até que a partir de 2011, a idade média dos ônibus urbanos voltou a crescer chegando a 4,7 anos.
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RODOVIÁRIOS:
Sobre os transportes por ônibus rodoviários o anuário mostra que a quantidade das empresas de transportes interestaduais e internacionais tem diminuído. Neste caso, o levantamento é entre o período de 2001 e 2013.
Em 2001, eram 214 empresas de ônibus. Em 2013, o número foi para 195 empresas de ônibus que operam linhas regulares interestaduais e internacionais.
Se o número de empresa de ônibus caiu, a quantidade de veículos aumentou. Em 2011, eram 13.419 ônibus para estas linhas. Em 2013, foram 19.923 ônibus.
A demanda de passageiros de ônibus rodoviários interestaduais e internacionais chegou 93,5 milhões de pessoas. Quase a metade disso, em linhas interestaduais com trajetos superior a 75 quilômetros de extensão. Em segundo lugar, aparece transporte interestadual inferior a 75 quilômetros de extensão – semiurbano, depois transporte internacional inferior a 75 quilômetros de extensão – semiurbano e transporte internacional superior a 75 quilômetros.
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RODOVIAS:
O levantamento também faz um Raio-X das estradas.
Houve crescimento das rodovias pavimentadas em 23,2%.
Acompanhe a nota:
Nos últimos 15 anos, as rodovias pavimentadas cresceram 23,2% no Brasil, uma média de apenas 1,5% ao ano. Enquanto em 2001, o país possuía 170,9 mil quilômetros com pavimento (9,8% do total), em 2015, esse número chegou a 210,6 mil quilômetros (12,2% do total). O crescimento foi somente de 39,7 mil quilômetros, para um tipo de transporte que corresponde a mais de 60% das movimentações de carga e a mais de 90% dos deslocamentos de passageiros. O investimento em infraestrutura foi baixo, enquanto a frota de veículos aumentou 184,2% no período.
De acordo com o Anuário CNT do Transporte, divulgado nesta segunda-feira (30) pela Confederação Nacional do Transporte, os estados com maior malha pavimentada em 2015 são Minas Gerais (25.823,9 km), São Paulo (24.976,6 km), Paraná (19.574,1 km), Bahia (15.910,7 km) e Goiás (12.760,6 km). Já aqueles que têm menor malha pavimentada são Amazonas (2.157,0 km), Acre (1.498,2 km), Roraima (1.462,8 km), Distrito Federal (908,0 km) e Amapá (528,1 km).
Segundo a última Pesquisa CNT de Rodovias, e 2015, 48,6% do pavimento da extensão avaliada apresenta algum tipo de problema, tendo classificação regular, ruim ou péssimo. Já em relação às condições gerais dos trechos pesquisados (que incluem também sinalização e geometria), o percentual de rodovias avaliadas com algum tipo de problema foi de 57,3%. A CNT avalia toda malha federal pavimentada e os principais trechos das malhas estaduais também pavimentadas.  
FERROVIAS:
Segundo a pesquisa da CNT , a produção de locomotivas chegou a 129 unidades em 2015, alta de 61,3% ante as 80 produzidas em 2014. Foi o melhor resultado em 15 anos.
A produção de vagões, no entanto, caiu 0,4% indo de 4.703 unidades em 2014 para 4.683 em 2015.
A produção de vagões/carros de passageiros caiu 13,9%, passando de 374 unidades em 2014 para 322 unidades em 2015.
Sobre o transporte de cargas por ferrovias, entre 2006 e 2015, foi registrada alta de 39,2% – passando de 238,3 bilhões de toneladas por quilômetro útil – TKUs em 2006 para 331,7 bilhões de TKUs em 2015.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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