terça-feira, 30 de maio de 2017

Veículos elétricos serão mais baratos do que os de combustível fóssil a partir de 2025, diz estudo internacional

Previsão é da previsão da Bloomberg New Energy Finance. Segredo está nas baterias
ADAMO BAZANI
Com agências internacionais
Num futuro não muito distante, os carros elétricos serão mais baratos do que os carros movidos à gasolina ou diesel.
A previsão faz parte de um estudo internacional divulgado nesta sexta-feira, 26 de maio de 2017, pela Bloomberg New Energy Finance.
De acordo com os pesquisadores da agência, nos Estados Unidos e na Europa, a previsão para que isso aconteça já é a partir de 2025.
E o segredo para isso está nas baterias.
A previsão é que até 2030 o preço destas baterias caiam 77%.
Em média, no ano de 2030, um carro elétrico deve custar US$ 25 mil enquanto que modelo similar movido a combustível fóssil deverá sair por cerca de US$ 30 mil, prevê o estudo.
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Como as baterias de carros e de ônibus são feitas do mesmo material, mudando apenas a dimensão e a capacidade, também serão mais baratos a partir de 2025 os veículos de transporte coletivo na Europa e nos Estados Unidos.
A tendência deve demorar alguns anos mais em países como o Brasil.
O crescimento da extração do lítio e o aumento da produção dos veículos também vão contribuir para esse cenário, sem a necessidade mais de tantos incentivos governamentais.
Atualmente, a bateria responde por aproximadamente metade do valor de veículos elétricos.
Grandes empresas como a Daimler, dona da Mercedes-Benz, devem investir US$ 350 milhões para modernizar a fábrica de baterias, que utiliza lítio.
Já a Renault, que possui a venda o carro elétrico Zoe, diz que até o início da década de 2020 deve lançar um veículo com o mesmo preço de um simular movido a gasolina.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Fonte: Diário do Transporte

Pela primeira vez, Novo Horizonte vai operar ônibus de dois andares

Veículos serão utilizados em linhas interestaduais e tentam recuperar passageiros para empresa
ADAMO BAZANI
A empresa de ônibus Novo Horizonte, com sede em Vitória da Conquista, apresentou neste último final de semana uma nova frota de ônibus de dois andares – DD (Double Decker). Inicialmente, são seis unidades.
Os veículos estiveram em Goiânia e devem atender linhas interestaduais da empresa.
É a primeira vez que a companhia de ônibus vai operar com esse tipo de tecnologia e configuração.
Cada veículo tem capacidade para 60 passageiros, sendo 12 lugares na parte inferior do tipo leito e 48 lugares executivos na parte superior.

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Poltronas semi-leito para atrair demanda
Um dia antes, os ônibus estiveram na cidade onde fica a sede da empresa, em Vitória da Conquista.
É uma tentativa de a companhia requalificar sua imagem junto aos passageiros, já que por vários anos operou com veículos mais antigos e também com uma pintura que não era renovada.
Também é uma forma de se adequar à nova realidade do mercado, que sofre concorrência do setor aéreo e do transporte clandestino, além do fato de a malha das linhas interestaduais hoje operar com concessões por linhas e não por lotes ou grupos operacionais. A renovação destas concessões também dependerá dos indicadores dos serviços linhas por linhas.
Os ônibus são de chassi Mercedes-Benz O-500 RSD e carroceria Marcopolo Geração 7 – Paradiso 1800DD
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Fonte: Diário do Transporte

domingo, 21 de maio de 2017

BRT Transoeste sofre com buracos no asfalto: aumenta o tempo de viagem e crescem problemas com a frota

Circulação na via esburacada implica em problemas em 20% da frota de BRTs (cerca de 80 coletivos), que precisam de reparos diariamente
ALEXANDRE PELEGI
O BRT Transoeste, uma das obras de maior impacto realizadas no Rio de Janeiro, está sofrendo com os buracos espalhados pelo asfalto no trecho de 40 quilômetros entre Copacabana e o Recreio dos Bandeirantes.
O Transoeste foi o primeiro corredor em operação na cidade do Rio e transporta 216 mil passageiros/dia, em 60 quilômetros de pista exclusiva.
Os inúmeros buracos no asfalto invadiram a via exclusiva para ônibus, o que atrapalha a vida de motoristas e prejudica a rotina dos passageiros. Asfalto esburacado significa risco potencial de acidente. Para a diretora de Relações Institucionais do Consórcio BRT, Suzy Balloussier, ouvida em matéria do jornal O Globo, feita pelo jornalista Luiz Ernesto Magalhães, os coletivos estão sendo obrigados, por causa das crateras, a circular mais devagar para evitar acidentes.
O resultado é o aumento no tempo da viagem, o que prejudica justamente uma das maiores conquistas do sistema BRT. O tempo do percurso nas linhas expressas entre o terminal Alvorada e Santa Cruz, que deveria durar 50 minutos, leva agora 70 minutos, afirma Suzy Balloussier à reportagem do jornal.
Além de afetar a finalidade do BRT, que é oferecer deslocamentos mais rápidos aos passageiros, outro problema é lembrado pela diretora do Consórcio: o aumento no susto de manutenção da frota. Ela lembra ao jornal carioca que a circulação na via esburacada implica em problemas em 20% da frota de BRTs (cerca de 80 coletivos), que precisam de reparos diariamente.
Na entrevista ao “O Globo”, Suzy diz que a situação “nunca esteve tão ruim. Isso afeta inclusive a vida útil dos coletivos. Um ônibus articulado deveria durar 20 anos. No Transoeste, só resiste por cinco anos porque começa a apresentar falhas em peças da suspensão, defeitos que só seriam normais em caminhões que trafegam por estradas não asfaltadas”.
PREFEITURA REDUZIU GASTOS COM MANUTENÇÃO
Em audiência pública realizada na semana passada na Câmara dos Vereadores do Rio, o secretário municipal de Conservação e Meio Ambiente (Seconserma), Rubens Teixeira, divulgou dados que mostram a situação de penúria por que passam muitos serviços públicos na cidade. Se no ano passado o investimento em conservação foi de R$ 313,3 milhões, para este ano a quantia prevista caiu para R$ 105,4 milhões, corte de 66,3%.
O BRT Transoeste é uma das vítimas do estado de má conservação das vias na cidade do Rio de Janeiro. Triste ver um dos maiores legados para a mobilidade urbana se perder por conta de cortes no orçamento. A manutenção inadequada de equipamentos e vias públicas trará um preço muito alto no futuro, pois exigirá gastos maiores para recuperar o que se deteriorou.
Alexandre Pelegi – jornalista especializado em transportes

Ministério Público do Trabalho de Campinas processa empresas de ônibus por dupla função

De acordo com órgão, cobrança de passagem sem cobrador é perigosa e prejudicial à saúde. Empresas dizem que tomam providências e estranham forma da ação
ADAMO BAZANI
O MPT – O Ministério Público do Trabalho de Campinas, no interior de São Paulo informou nesta quinta-feira, 18 de maio de 2017, que ingressou com uma ação civil pública contra as empresas de ônibus VB Transportes e Turismo Ltda., Onicamp Transporte Coletivo Ltda., Expresso Campibus Ltda., Itajaí Transportes Coletivos Ltda., Coletivos Pádova Ltda., Consórcio Cidade Campinas Ltda. (composto pelas empresas Expresso Campibus Ltda. e Itajaí Transportes Coletivos Ltda.) e Consórcio Urbcamp (composto pelas empresas VB Transportes e Turismo Ltda – antiga Viação Bonativa – e Coletivos Pádova Ltda), pedindo ao judiciário trabalhista que as condene a não permitir que motoristas de ônibus acumulem a função de “desempenhar atividades de comercialização de passagens, cobrança de tarifas ou similar”, independente do veículo estar parado ou em movimento, ou da cobrança ser feita dentro ou fora dos veículos. O MPT também pede para que cada uma das cinco empresas pague o valor mínimo de R$ 1 milhão, como indenização pela lesão aos direitos difusos dos trabalhadores. A ação será apreciada pelo juízo da 9ª Vara do Trabalho de Campinas.
Em nota, o procurador Silvio Beltramelli Neto, diz que a dupla função na qual o motorista dirige cobra passagem ao mesmo tempo é perigosa
“O Ministério Público do Trabalho não reivindica a eliminação da cobrança de taxas de embarque com pagamento em moeda, mas da ilegal e perigosa acumulação de função” – disse.
O Ministério Público do Trabalho informou que desde em outubro de 2015, fez diligências nas empresas e constatou a realização de pagamento em dinheiro dentro dos veículos.
Em fevereiro de 2016, as empresas propuseram medidas para reduzir a circulação da moeda nos ônibus, no entanto, a prática continuou. Ainda de acordo com o MPT, em dezembro de 2016, as empresas admitiram na época que não tinham condições de implantar no momento soluções tecnológicas para a eliminação do pagamento em dinheiro.
As negociações perduraram até abril de 2017, mas as contrapropostas das empresas, com alterações substanciais no propósito do acordo, não foram consideradas razoáveis e pertinentes pelos procuradores, culminando na judicialização do caso.
“A prática dos réus de se utilizarem de empregados motoristas de ônibus para exercerem também a função de cobrador viola uma série de dispositivos do ordenamento jurídico. Ao mesmo tempo que não atende à necessidade de saúde e segurança dos motoristas e usuários de ônibus, desrespeita o Código Brasileiro de Trânsito e o Código de Defesa do Consumidor, assim como prejudica a prestação do serviço de transporte coletivo urbano”, diz Beltramelli, na nota.
Ainda na nota, o MPT informa que na ação sustenta que a dupla função prejudica a saúde do trabalhador.
O procurador se apoia em artigos da Constituição Federal que tratam do direito do cidadão à saúde e à valorização do trabalho humano, em convenções internacionais (como as de nº 155 e 161, da OIT) e em artigos da Consolidação das Leis do Trabalho que garantem a higidez no ambiente de trabalho, além da legislação que impede que haja riscos à segurança e à saúde do usuário de transporte público (Código de Defesa do Consumidor), e que garante a segurança dos cidadãos no trânsito (Código Brasileiro de Trânsito).
O MPT apresentou na ação estudos científicos que reconhecem a relação entre a existência de doenças psicossomáticas e a precarização do meio ambiente de trabalho de motoristas, sobretudo pela pressão sofrida pelo trabalhador, realizado por instituições de renome, como a UFRJ.
OUTRO LADO:
Em nota ao Diário do Transporte, o SetCamp, que reúne as empresas de ônibus, diz que são realizados testes com tecnologia QR Code para eliminar o uso de dinheiro no pagamento das passagens. No entanto, a entidade estranha o fato de ação ser contra as operadoras de transporte.
Em relação à ação proposta pelo MPT, as concessionárias informam que está em fase de testes nas linhas de Sousas e Joaquim Egídio a tecnologia do QR Code, que tem por finalidade coibir o uso de dinheiro no pagamento de viagens. O Departamento Jurídico do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros da Região Metropolitana de Campinas (SetCamp) irá analisar o conteúdo da propositura. No entanto, como o Sistema InterCamp é formado por diversos operadores, estranha-se o fato de a ação ser proposta somente contra as concessionárias.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

sábado, 20 de maio de 2017

Frota mais velha torna o ar mais poluído e o trânsito mais perigoso

copyrights mariordo@aol.com
Relatório do Sindipeças mostra a importância da inspeção veicular, assunto que prefeitos e governadores evitam mexer por medo da reação negativa dos donos de automóveis
ALEXANDRE PELEGI
Publicamos no Diário do Transporte, nesta quinta-feira (18), os dados do relatório do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) sobre a frota circulante de veículos no Brasil. (Leia: https://diariodotransporte.com.br/2017/05/19/frota-circulante-de-veiculos-no-brasil-tem-estabilidade-e-ha-menos-onibus-nas-ruas/)
Como destacamos na ocasião, os dados retratam um dos efeitos da crise econômica no mercado de veículos: com a forte queda nas vendas de modelos novos que perdura há quatro anos, os automóveis que rodam pelas ruas das cidades brasileiras estão mais velhos.
A partir de 2006 foram nove anos seguidos de alta nas vendas de carros novos, graças aos fortes subsídios dados à indústria automotiva, aos financiamentos generosos e a perder de vista, além do controle artificial do preço da gasolina.
Com menos dinheiro para comprar o primeiro carro zero, ou para substituir o atual por um novo, o consumidor acabou usando carros mais antigos. A crise econômica elevou a idade média da frota em circulação para 9 anos e 4 meses, a mais alta desde 2006, ano em que a idade média dos automóveis brasileiros era de 9 anos e 2 meses.
Antes da crise econômica, em 2012, os carros com até cinco anos de uso (os seminovos) representavam 43% da frota. Hoje são 34%, conforme o estudo da frota brasileira recém-concluído pelo Sindipeças.
Perguntamos ao especialista Olimpio Alvares qual o efeito disso no meio ambiente, no aumento das emissões de poluentes.
DT – A crise, além de levar as pessoas a não trocar de carro, impacta também na manutenção dos carros mais velhos. Logo, quanto mais carros velhos e sem manutenção, pior para o ar que respiramos?
OLIMPIO ALVARES – Sem dúvida. Um carro mais antigo pode poluir muitas vezes mais que um mais novo. E se está em más condições, pode poluir muito mais ainda. Além disso, carros em más condições quebram mais nas ruas, causando grande número de congestionamentos localizados. O trafego em geral em congestionamento polui até três vezes mais do que em fluxo livre. Colocando um efeito em cima do outro, chega-se à situação atual catastrófica das cidades brasileiras congestionadas, com emissões médias muitas vezes superiores às cidades sem congestionamento e com frota devidamente inspecionada e regulada.
DT – Esta não seria uma boa hora pra se discutir – mais uma vez – seriamente a questão da inspeção veicular ambiental?
OLIMPIO ALVARES – Claro que sim. Aliás, esse assunto não pode sair de pauta. Isso porque a ausência da inspeção em São Paulo e no restante do País mata milhares de pessoas todos os anos, não só por doenças cardiorrespiratórias, mas também pelos acidentes de trânsito causados por falhas nos veículos, situações que poderiam ser evitadas com sua reparação sistemática, conforme apontadas na verificação obrigatória periódica. No caso da contaminação atmosférica por material particulado ultrafino cancerígeno oriundo do diesel – que mata dezoito mil pessoas anualmente no Estado de São Paulo, oito mil só na Região Metropolitana – a inspeção poderia reduzir as emissões da frota em cerca de 20%, implicando melhoria da qualidade do ar em quase 10%.
Isso é muito mais do que qualquer outra medida de controle da poluição do ar poderia realizar – a custo zero; isso porque a economia de combustível auferida com a inspeção veicular ao longo do período entre-inspeções pode compensar gastos com a tarifa, manutenção e reparação do veículo – sem contar os benefícios sociais e econômicos bilionários relacionados com a redução dos acidentes e dos índices de morbi-mortalidade por doenças cardiorrespiratórias.
DT – Mas basta a cidade fazer inspeção? Como fica o entorno, as outras cidades da Região Metropolitana?
OLIMPIO ALVARES – Claro que não. Pois saiba que existe uma Lei Federal (nº 9.503), que em seu artigo 104 obriga, desde 1997 – portanto há 20 anos! – os Estados e o Município de São Paulo a implementarem a inspeção técnica veicular. Esse programa é um dos componentes obrigatórios de uma lista de medidas essenciais básicas de proteção e melhoria da qualidade do ar e da segurança viária, sendo praticado regularmente em todos os países civilizados.
Alexandre Pelegi – jornalista especializado em transportes
 Leia também:
ENTREVISTA EXCLUSIVA COM OLIMPIO ALVARES: Para especialista, PL que defende substituição de frota atual por ônibus a biodiesel não representa avanço ambiental – https://diariodotransporte.com.br/2017/05/11/entrevista-exclusiva-para-especialista-pl-que-defende-substituicao-de-frota-atual-por-onibus-a-biodiesel-nao-representa-avanco-ambiental/

sexta-feira, 19 de maio de 2017

Motoristas e cobradores de ônibus de São Paulo decretam estado de greve e pode haver paralisação na próxima quarta-feira (24)

Categoria não aceitou nova proposta das empresas de ônibus para reajuste salarial e nos vales
ADAMO BAZANI
Em assembleia realizada na tarde desta quinta-feira, 18 de maio de 2017, os motoristas e cobradores de ônibus da capital paulista decidiram decretar estado de greve.
Caso não haja acordo até terça-feira da semana que vem, na quarta-feira, 24 de maio de 2017, deve haver greve de ônibus em São Paulo, segundo o Sindmotoristas, sindicato da categoria. O objetivo é impedir a saída dos coletivos das garagens desde as primeiras horas do dia.
De acordo com a entidade sindical, os trabalhadores não aceitaram a nova proposta de reajuste por parte das empresas de ônibus.
O SPUrbanuss, que reúne as viações do subsistema estrutural (linhas maiores), ofereceu reajuste de 3,27% nos salários em parcela única e no ticket-refeição. A proposta anterior era reajuste de 3% nos salários, dividido em duas parcelas de 1,5%, sem proposta de aumento no valor do ticket.
O pagamento de PLR – Participação nos Lucros e Resultados não foi cogitado nas duas propostas dos empresários.
Os trabalhadores pedem 5% de reajuste real nos salários (além da reposição do índice inflacionário), com o mesmo percentual sobre o vale-refeição.
O Sindmotoristas também quer pagamento de participação nos lucros e resultados.
Em nota, o SPUrbanuss afirmou que o índice segue a inflação acumulada pelo Dieese e que não há como pagar participação nos lucros por causa da situação financeira do sistema de transportes na cidade de São Paulo:
As empresas de transporte urbano de passageiros, por meio do SPUrbanuss – Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo Urbano de Passageiros de São Paulo apresentaram proposta de reajuste salarial de 3,27%, índice apurado pelo DIEESE – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos, e o mesmo percentual de reajuste no tíquete refeição. Não há possibilidade de tratar de valor do PLR (Participação nos Lucros e Resultados), quando o próprio Sindicato dos Motoristas reconheceu, em carta aberta à população, que “a saúde financeira do transporte púbico está debilitada” e que “a Prefeitura deve às empresas do setor R$ 323 milhões”.
Nesta semana, o sindicato dos motoristas e cobradores ameaçou parar os terminais na terça-feira das 14h às 17h, mas após reunião com empresas de ônibus e Secretaria de Transportes, retomando as negociações, suspenderam o ato previsto.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Frota circulante de veículos no Brasil tem estabilidade e há menos ônibus nas ruas

Motos e ônibus estão entre os veículos que mais envelheceram
Relatório do Sindipeças ainda aponta envelhecimento dos veículos em circulação pelo país
ADAMO BAZANI
Principalmente por causa da crise econômica, o número de veículos em circulação no país em 2016 praticamente não teve crescimento e a frota total está mais velha.
É o que aponta relatório estatístico do Sindipeças – Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores com base em dados dos associados e oficiais dos Detrans e Denatran.
O balanço foi divulgado nesta quinta-feira, 18 de maio de 2017.
Segundo os dados, houve um pequeno crescimento de 2015 para 2016 de 0,7% quando a frota passou de 42,58 milhões de unidades para 42,87 milhões, entre carros, comerciais leves, caminhões e ônibus.
Já o total de motos em circulação no país teve queda de 1,27%, passando de 13,63 milhões em 2015 para 13,49 milhões, em 2016.
O pior desempenho, entretanto, é em relação aos veículos comerciais e pesados. Há menos ônibus circulando nas vias brasileiras – queda de 0,9%, com 389 mil 123 veículos de transporte coletivo em 2015 ante 385 mil 623 em todo ano de 2016.
A frota de comerciais leves caiu 1, 1% com 5 milhões de unidades e a de caminhões ficou estável (+ 0,1%) com 1,88 milhão de veículos.
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Os veículos em circulação no Brasil estão mais velhos: a idade média é de 9,3 anos para automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus e de 7 anos para bicicletas. É a idade mais elevada desde 2006.
Os ônibus também estão mais velhos e com idade acima da média nacional. A frota de coletivos em 2016, tinha idade média de 9 anos e 11 meses, enquanto que em 2015, era de 9 anos e 6 meses.
O resultado pode ser refletido pelas quedas de índices de produção e vendas pela Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores e Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores.
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Ainda de acordo com o levantamento, 34% dos veículos do Brasil têm idade de até 5 anos ; 49% entre 6 e 15 anos e 4% circulam com mais de 20 anos de fabricação
Apesar de apesar de a frota de veículos ter se estagnado entre 2015 e 2016, a taxa de motorização do Brasil subiu de forma expressiva nos últimos 10 anos.
Em 2006, o país tinha um carro para 7,7 habitantes. Atualmente, essa relação é de um carro para 4,8 habitantes
sd-pe-3Em relação aos combustíveis, o número de veículos a gasolina que era de 67,3%, em 2006; caiu para 29,4%, em 2016, sendo, superado pela frota flex que subiu de 10,8% para 59,8% no mesmo período. O etanol, considerado combustível brasileiro, abastecendo unicamente os tanques, tirando, portanto, os modelos flex, caiu de 11,6%, em 2006, para 0,9%, em 2016.
Já os veículos a diesel que representavam 10,3% da frota, em 2006; em 2016, somaram 9,8% da frota brasileira.
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Pelo número ser bem reduzido, não há se quer um registro no levantamento de ônibus e carros elétricos.
O Estado de São Paulo reúne mais de um terço da frota em todo o país. O estado onde há menos veículos é Roraima.
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Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Recife vai recuperar estações de BRT do Corredor Leste-Oeste

Estações abandonadas têm sido vandalizadas por pichadores, além de servir de abrigo para moradores de rua
ALEXANDRE PELEGI
As seis estações do BRT de Recife, localizadas ao longo da avenida Conde da Boa Vista, no Centro da cidade, estão há dois anos e meio com as obras paralisadas. Mas esta situação está prestes a mudar, segundo promete a Secretaria Estadual das Cidades (Secid).
Segundo informações da Folha de Pernambuco, a Secid firmou, junto ao Grande Recife Consórcio, um termo de cooperação com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros (Urbana-PE) visando a execução dos serviços. O termo foi formalizado em publicação no Diário Oficial do Estado, e o prazo de conclusão das obras é de cinco meses (outurbo de 2017).
As estações integram o Corredor Leste-Oeste, que deveria ter sido finalizado para a Copa de 2014. A construtora responsável, envolvida na Operação Lava Jato, abandonou os canteiros de obras do Corredor ainda em novembro daquele ano.
Desde então as estruturas vem acusando o abandono: transformaram em depósito de lixo, além de moradia para moradores de rua.
As seis estações localizadas na avenida Conde da Boa Vista – três em cada sentido – se localizam no lado direito da pista. No sistema BRT tradicional as estações ficam localizadas no centro da avenida, e têm embarque em nível. Desde o início do projeto, entretanto, estava previsto que estas seis estações do Corredor Leste-Oeste seriam diferentes das outras 15 que já funcionam em outros trechos do mesmo Corredor: dispostas no lado direito, e sem embarque em nível.
Em 2016 técnicos da Secretaria Estadual das Cidades e do Grande Recife Consórcio estudam a possibilidade de outras duas estações de BRT para a avenida Conde da Boa Vista. Estas, segundo os técnicos, seriam localizadas no meio da avenida e com embarque em nível. Caso o projeto avance, as seis paradas cujas obras serão retomadas, passariam a servir somente aos ônibus convencionais. No entanto, esta ideia precisaria de um projeto de requalificação, ainda em estudos na Prefeitura do Recife.
Alexandre Pelegi – jornalista especializado em transportes

Licitação dos ônibus rodoviários do Estado de São Paulo sai só nos próximos meses, diz Artesp

Hoje são 106 companhias de ônibus que operam com permissões precárias desde 1989 em 645 cidades do Estado de São Paulo.
De acordo com a agência que regula os transportes, Procuradoria Geral do Estado analisa alterações propostas a partir de decisão do TCE. Certame mexe com a vida de 152,8 milhões passageiros por ano
ADAMO BAZANI
A reorganização dos transportes intermunicipais operados pelos ônibus rodoviários e suburbanos gerenciados pela Artesp, agência que regula o setor no Estado de São Paulo, ainda deve demorar para ser concretizada.
Nesta quarta-feira, 17 de maio de 2017, em resposta aos questionamentos do Diário do Transporte, a agência informou que o edital de licitação com as modificações sugeridas a partir do Tribunal de Contas do Estado de São Paulo deve ser lançado ainda nos próximos meses.
O primeiro edital foi lançado no dia 24 de junho de 2016. As propostas deveriam ser apresentadas no dia 25 de agosto. No entanto, as empresas de ônibus fizeram uma série de contestações, principalmente em relação à divisão do sistema em lotes e aos valores de outorgas que devem ser exigidas das companhias participantes.
Diante das contestações, o Tribunal de Contas do Estado de São Paulo suspendeu o processo licitatório e determinou alterações do edital de concorrência. Em nota enviada ao Diário do Transporte neste dia 17, a Artesp informou que foi feita a revisão de todo o conjunto de linhas fixadas para cinco áreas do estado de São Paulo. A agência informa ainda que falta o parecer da Procuradoria Geral do Estado para que a licitação seja lançada novamente.
Em novembro do ano passado, o Tribunal de Contas do Estado (TCE) julgou parcialmente procedentes representações a respeito da licitação, determinando à ARTESP que realizasse correções e retificações no Edital da Concorrência Internacional e recomendando a revisão de todo o conjunto de linhas fixadas para as cinco áreas de operações licitadas. Assim, foram realizados novos estudos pelos técnicos da Artesp com foco na viabilidade do sistema ao adotar as alterações solicitadas. As modificações propostas pelo corpo técnico da Agência já foram submetidas e aprovadas pelo Conselho Diretor do Programa de Desestatização (CDPED), em ata publicada em março deste ano. O processo, agora, será analisado pela Procuradoria Geral do Estado. A previsão é de que o novo edital seja publicado nos próximos meses.
A licitação dos transportes interestaduais mexe com universo de poderosas empresas de ônibus e números expressivos: Hoje são 106 companhias de ônibus que operam com permissões precárias desde 1989 em 645 cidades do Estado de São Paulo. Atualmente, o sistema atende 152,8 milhões passageiros por ano em percursos que, somados, atingem mais de 425 milhões de quilômetros.
Diário do Transporte apurou que algumas empresas não querem dividir linhas com outras companhias ou seccionarem serviços.
De acordo com a primeira divisão proposta pela Artesp, algumas dessas linhas seriam “quebradas” pela divisão proposta pela agência estadual, já que hoje estes itinerários atendem territórios que englobam dois ou mais desses lotes operacionais.
Em linhas gerais, a configuração empresarial do sistema de ônibus rodoviários já cria uma espécie de divisão informal no Estado, embora que em cidades de maior porte, é inevitável o compartilhamento entre empresas de grandes grupos diferentes.
AÇÃO DA COMETA:
A licitação da Artesp também provocou uma corrida de empresas de ônibus na Justiça para modificar o edital.
Em uma das ações, a juíza Flora Maria Nesi Tossi Silva, da 13ª Câmara de Direito Público, do Tribunal de Justiça de São Paulo, atendeu em agosto do ano passado parcialmente agravo de instrumento da Viação Cometa contra a Artesp por causa da licitação.
A empresa de ônibus, uma das maiores do estado de São Paulo e do país, contestava a possibilidade de repasse de ônibus de garagens e também alegava eventuais prejuízos por causa da exclusão de linhas que convergiam para Itapetininga, do lote 5.
… a superveniência da Lei Complementar nº 1.289, de 29 de junho de 2016 (DOE de 30/06/2016) que retirou do Lote 5 as linhas que convergem à cidade de Itapetininga (incluídas na Região Metropolitana de Sorocaba) e provocou uma perda de receita equivalente a 2,5% da receita total prevista para o Lote, além de violar o próprio Edital do certame.
A magistrada não atendeu a contestação sobre a possibilidade de repasses de garagens e ônibus ao término dos contratos para outros operadores, mas entendeu que a Artesp não poderia contradizer a configuração estipulada pelo do próprio Governo do Estado quanto à divisão da região metropolitana de Sorocaba.
EXEMPLO DA ANTT:
Com os ônibus rodoviários interestaduais a situação foi parecida.
Em 2008, a ANTT- Agência Nacional dos Transportes Terrestres tentou fazer uma licitação para reorganizar o sistema em todo o país. As tentativas foram marcadas por diversas ações judiciais.
As empresas também contestavam o cálculo de demanda e a divisão do sistema por lotes e grupos.
Após muita queda de braço, a posição dos empresários prevaleceu e as concessões se deram por linhas de forma individualizada, como ocorre com o setor aéreo.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

quarta-feira, 17 de maio de 2017

Volare vai entregar 34 miniônibus para transporte escolar acessível em Belo Horizonte

Veículos serão operados pela Unicoop e vão atender mais de mil estudantes
ADAMO BAZANI
A Volare, fabricante de veículos leves da Marcopolo, anunciou nesta quarta-feira, 17 de maio de 2017, que vai entregar 34 miniônibus para transporte de estudantes com deficiência física da rede pública de Belo Horizonte.
Os veículos são do modelo Volare V8L Escolarbus, com operação pela Cooperativa Unicoop.
A capacidade dos pequenos ônibus é para 10 lugares, sendo três exclusivos para cadeira de rodas.
Em nota, o gerente comercial da Volare, Sidnei Vargas, conta que a configuração foi escolhida com parceiros locais para atender às necessidades destes estudantes.
 “O fornecimento e atendimento a essa importante demanda contou com a parceria do departamento comercial da Volare e da Agra Motors, nosso concessionário em Belo Horizonte”
O modelo conta com motor Cummins ISF 3.8 Euro V, com 152 cv de potência e, segundo a Volare, possui poltronas específicas escolares, assoalho de alumínio, porta ampliada para facilitar o acesso de cadeirantes, janelas com vidro superior móvel e dois renovadores de ar no teto.
A linha foi lançada em 1999 e tem mais de 10 mil veículos em circulação. Hoje estão em produção os seguintes momentos: Volare Cinco, V6L, V8L, V9L, W6, W7, W8, W9, W-L e DW9.
“Suas várias configurações internas permitem que o veículo tenha capacidade para transportar até 50 estudantes, dependendo das necessidades de cada município e/ou operador”, diz a Volare em nota.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

terça-feira, 16 de maio de 2017

Linha do Gonzaga recebe ônibus híbrido em Santos

 
Ônibus vai circular pela linha 20
 
Veículo foi comprado pela Piracicabana e foi apresentado pela Prefeitura de Santos
ADAMO BAZANI
Já há vários meses sem a operação dos seis trólebus que integravam o sistema municipal, a cidade de Santos, no litoral de Paulista, volta a ter um ônibus com tecnologia menos poluente.
Nesta terça-feira, 16 de maio de 2017, a prefeitura apresentou uma unidade de ônibus híbrido da marca Volvo comprado pela Viação Piracicabana, responsável pelos transportes municipais.
O novo ônibus vai operar com escala fixa na linha 20 que liga o Gonzaga ao centro.
No dia 31 de janeiro deste ano, o Diário do Transporte antecipou a notícia da compra do veículo que estava em preparativos na garagem da empresa. Relembre:
https://diariodotransporte.com.br/2017/01/31/santos-deve-ter-em-circulacao-onibus-eletrico-hibrido-com-a-piracicabana/
O modelo B215RH possui dois motores: um a combustão (diesel) e o outro é elétrico.
A tecnologia híbrida é do tipo paralela, ou seja, o motor à combustão também é responsável pelo tração do ônibus. Já na tecnologia híbrida em série, o motor elétrico é o único responsável pelo movimento do ônibus e o motor a diesel é apenas gerador de energia. Modelos da Eletra utilizam essa opção seriada no Brasil.
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Veículo atende às especificações de acessibilidade, com amplo salão de passageiros e 
espaço para cadeira de rodas e cão guia
No caso do modelo da Volvo, o motor elétrico opera quando o veículo está parado ou em velocidade de até 20km/h ou 30 km/h. Nas velocidades maiores, é o motor a diesel o responsável pela movimentação do ônibus.
De acordo com a Volvo, o modelo pode trazer uma economia de até 35% de combustível e uma redução entre 35% e 80% das emissões, dependendo dos materiais poluentes analisados. Em relação ao gás carbônico, a redução é em torno de 35% e de materiais particulados pode chegar a 80%.
O ônibus é mais silencioso e tem o princípio da frenagem regenerativa, pelo qual a energia cinética gerada nas freadas é transformada em energia elétrica, alimentando o motor.
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Wifi e ar-condicionado são alguns itens de conforto
A carroceria é da Marcopolo, modelo Viale BRT.
A Prefeitura de Santos lembra em nota que ainda são poucos os veículos híbridos no transporte coletivo brasileiro e faz um balanço em relação aos modelos da Volvo em operação no país. O número desses ônibus em circulação no mundo já é bem maior
A Volvo produz veículos híbridos no País desde 2012, a partir da sua fábrica em Curitiba – primeira a produzir fora da Suécia, sede mundial do grupo. No Brasil, há 30 unidades em circulação na capital do Paraná e cinco no Parque Nacional de Foz do Iguaçu. Há, ainda, um que opera na linha turística (double deck) em São Paulo e outro em teste Campinas.
No mundo, são 3,3 mil veículos do tipo circulando em 21 países. Londres tem a maioria, com 950 híbridos.
A Eletra, de São Bernardo do Campo, também produz ônibus híbridos que circulam, em especial, pelo Corredor Metropolitano ABD, operado pela Metra, do mesmo grupo da fabricante do material tecnológico.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Fonte: Diário do Transporte

Dívidas durante gestão Doria com empresas de ônibus crescem R$ 81 mi, chegam a R$ 324 mi e total ultrapassa os R$ 240 mi em débitos deixados por Haddad


Prefeitura ainda não conseguiu quitar débitos deixados por petista e endividamento cresceu. SPTrans esclarece que maior parte do débito foi herdada de Haddad e cita também “necessidade financeira da ordem de R$ 135 milhões para retornar os pagamentos ao prazo contratual original.”
ADAMO BAZANI
No momento em que empresários de ônibus e motoristas e cobradores negociam na campanha salarial, novamente entra em pauta o assunto sobre as dívidas da prefeitura para com as empresas de ônibus e o financiamento do sistema de transportes da capital paulista.
Segundo as planilhas da SPTrans São Paulo Transporte, gerenciadora do sistema, às quais o Diário do Transporte teve acesso, a Prefeitura de São Paulo tem débitos R$ 324,19 milhões . O valor é referente aos repasses que deveriam ter sido realizados às companhias de ônibus, em especial, a respeito das interações e gratuidades.
Desta forma, de acordo com esses dados oficiais, a gestão Doria deve ao sistema de transportes, R$ 81,6 milhões a mais do que o prefeito anterior, Fernando Haddad, deixou como débito em dezembro do ano passado.
A decisão política do prefeito João Doria de congelar a tarifa em R$ 3,80 acaba pesando neste endividamento. Os custos das empresas para operar os transportes aumentaram, mas a tarifa continua nos mesmos patamares do início de 2016.
O congelamento foi uma promessa de campanha de João Doria e obrigou, inclusive, o Governo do Estado de São Paulo a congelar a tarifa básica do Metrô e dos trens da CPTM também em R$ 3,80 para que não houvesse descompasso entre os dois meios de transportes que são integrados pelo Bilhete Único.
No entanto, a Prefeitura diz que a maior parte desse endividamento se refere aos débitos deixados pela gestão Fernando Haddad, que estava em R$ 242,5 milhões. A gestão Doria diz que negocia com as empresas de ônibus.
Mas, pelas planilhas, a dívida continuou crescendo, o que significa dizer que ainda a gestão não conseguiu estancar a sangria do sistema.
Mesmo que a prefeitura consiga pagar todos esses débitos, a situação dos transportes coletivos em São Paulo ainda não terá uma solução. Isso porque, parte dessas dívidas é referente à forma insuficiente e ultrapassada de custeio do sistema.
Uma das esperanças para amenizar o problema está na licitação dos transportes, cujo edital deve ser lançado ainda neste mês, de acordo com promessa da secretaria de Transportes e Mobilidade. Entre os objetivos está reformular o sistema e a rede de linhas para reduzir custos operacionais.
O prefeito João Doria também afirmou que pretende, ao longo de sua gestão, revisar algumas gratuidades, como o limite das cotas para estudantes e os benefícios para idosos entre 60 e 64 anos.
O atual quadro influencia nas negociações e pressões durante a atual campanha salarial dos funcionários dos transportes.
As empresas de ônibus dizem que não têm como conceder os reajustes pleiteados devido à situação do sistema.
Apesar de não concordar com o aumento oferecido de 3% em duas parcelas nos salários e ameaçar paralisação de todos os terminais da cidade entre as 14h e 17h desta terça-feira, o Sindmotoristas admite que a atual situação do sistema prejudica os ganhos das empresas e dos trabalhadores.
SPTRANS DIZ QUE GESTÃO ENCONTROU SOLUÇÕES PARA DÍVIDAS DE HADDAD
Em nota, a SPTrans São Paulo Transporte, diz que a maior parte dos débitos se refere a dívida antiga, herança da gestão anterior e que, no dia 10 de maio, esta dívida alcançou R$ 302 milhões.
Ainda na nota, a gerenciadora dos transportes diz que a prefeitura equacionou e encontrou soluções para arcar com esses compromissos financeiros que não foram quitados por Haddad.
Confira na íntegra
Em resposta à reportagem veiculada nesta segunda-feira, 15 de maio, sob o título “Dívidas da gestão Doria com empresas de ônibus chegam a R$ 324 milhões e ultrapassam Haddad”, a Secretaria de Mobilidade e Transportes, por meio da SPTrans, esclarece:
Ao assumir a Prefeitura, a atual gestão encontrou uma dívida, herança do governo anterior, de R$ 242 milhões da SPTrans com as operadoras, além de uma necessidade financeira da ordem de R$ 135 milhões para retornar os pagamentos ao prazo contratual original.
Em 10 de maio, essa dívida, herdada, alcançou o valor de R$ 302 milhões. Essa dívida foi consolidada naquela data e, administrativamente, mediante concordância das operadoras, já foi programada para ser liquidada entre fevereiro e novembro de 2018.
Portanto, é incorreto dizer que “a dívida da gestão Doria com empresas de ônibus ultrapassa Haddad”, tendo em vista que a dívida foi originada na gestão anterior e, a maior parte dela, foi justamente herdada da administração Haddad.
Ao contrário do que o título sugere, a atual administração, em pouco mais de quatro meses à frente da Prefeitura, equacionou e encontrou soluções para arcar com compromissos financeiros não quitados pela gestão anterior com as operadoras do sistema de transporte coletivo municipal até dezembro de 2016.
NOTA SITE: Diante das explicações, o título foi ajustado
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes