sexta-feira, 20 de maio de 2016

Pesquisa internacional revela que 86% das mulheres brasileiras disseram ter sofrido assédio no transporte público

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

onibus
Palmas foi uma das cidades a ter um ônibus para mulheres, que começou a operar em março de 2015. Fotógrafo: Júnior Suzuki
De acordo com levantamento, 8% delas foram estupradas em locais públicos
ADAMO BAZANI
Pesquisa divulgada nesta sexta-feira, 20 de maio de 2016, pela ActionAid, organização internacional pela igualdade e combate à pobreza, mostra que 86% das mulheres brasileiras disseram que já sofreram algum tipo de assédio no transporte público, incluindo estações, paradas de ônibus, terminais, trens, metrô e ônibus.
O número de respostas é igual da Tailândia, onde 86% das mulheres entrevistadas também falaram ter sido vítimas de algum tipo de assédio nos transportes. Na Índia, este número é de 79% e na Inglaterra, de 75%.
O levantamento ouviu no primeiro trimestre, 2500 mulheres com 16 anos ou mais e foi feito Instituto YouGov na Inglaterra, Brasil, Tailândia e Índia.
No Brasil, foram ouvidas 503 mulheres de todas as regiões numa proporção que seguiu o perfil da população feminina brasileira do censo populacional do IBGE.
Segundo a pesquisa, 77% das brasileiras que disseram ter sido alvo de assédio informaram que o assobio é a forma mais comum de abordagem. Depois vieram: olhares insistentes 74%, comentários de cunho sexual 57% e xingamentos  39%.
Além disso, 48% afirmaram que foram seguidas nas ruas, 44% tiveram os corpos tocados, 37% disseram que homens se exibiram para elas e 8% foram estupradas em espaços públicos.
O assédio a mulheres no transporte público tem sido um desafio para gerenciadoras e operadoras dos serviços de mobilidade urbana que afirmam que, em parceria com as forças de segurança, como polícias e guardas civis, fazem campanhas de conscientização e também de estímulo a denúncias.
As gerenciadoras e operadoras também afirmaram reforçar a segurança, principalmente em terminais estações. Em diversos sistemas, foram testados de carros/vagões de trens e de metrô ou mesmo a implantação ônibus exclusivos para mulheres nos horários de pico.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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