quarta-feira, 13 de junho de 2018

Pesquisa mostra que para reduzir poluição, 76% dos paulistanos aceitariam mais restrições ao uso de carros

Excesso de veículos particulares tem sido responsável pela maior parte dos problemas de congestionamento – Clique na foto para ampliar
Levantamento da Rede Nossa São Paulo mostra ainda que maior parte dos entrevistados defende inspeção veicular
ADAMO BAZANI
A poluição atmosférica tem preocupado cada vez mais os paulistanos que parecem, pelo menos no discurso, estar mais conscientes de que a maior parte do problema é ocasionada pelo excesso de veículos, em especial carros e motos, na cidade.
É o que mostra uma pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 13 de junho de 2018, pela Rede Nossa São Paulo.
A pesquisa foi realizada pelo Ibope sob encomenda da ONG e ouviu 800 pessoas no mês de abril em todas as regiões da capital paulista.
Do universo de entrevistados, 76% apoiam medidas de restrição de circulação de veículos para diminuir a poluição do ar.
Entre estas pessoas, 30% acreditam que a inspeção veicular é a alternativa mais eficiente para reduzir os níveis de poluentes. Já para 21% das pessoas que aprovam medidas restritivas aos veículos, limitar a circulação de carros e motos no centro expandido pode trazer bons resultados para conter a poluição. Outros 16% apoiam o aumento do horário do rodízio municipal de veículos. Aumento dos dias de restrição no rodízio (13%), aumento da área de vigência do rodízio (11%) e pedágio urbano (4%) também fizeram parte da pesquisa.
Ainda de acordo com a Rede Nossa São Paulo, outro levantamento, de setembro de 2017, revelou que 56% dos entrevistados declaram estar no momento da pesquisa ou já ter sofrido algum problema de saúde relacionado à poluição.
TRANSPORTE COLETIVO:
Especialistas em mobilidade e meio ambiente afirmam que uma das ações mais eficazes para diminuir a poluição é deixar o transporte público mais eficiente e atrativo. Assim, mais pessoas se sentiriam estimuladas a deixar os carros em casa.
Um dos aspectos que mais são considerados pela população é o tempo de deslocamento nos transportes coletivos. Para deixar as viagens mais rápidas, são necessárias redes maiores de trilhos e corredores de ônibus. Mas para a realidade paulistana, ambas as medidas não avançam.
Todas as estações de Metrô estão com entregas atrasadas em relação aos prazos originais e os corredores de ônibus perdem investimentos.
Desde janeiro de 2017, nas gestões João Doria/Bruno Covas, R$ 874 milhões que estavam previstos originalmente para corredores de ônibus e destinaram o dinheiro para outras áreas, como o Programa Asfalto Novo e até para o Autódromo de Interlagos.
Ontem, o Diário do Transporte revelou em primeira mão que para o autódromo, que deve ser privatizado, a prefeitura retirou R$ 12 milhões que seriam para as estruturas que podem aumentar a qualidade e a velocidade dos serviços de ônibus da cidade.
Relembre:
PARQUES, PRAÇAS E LIXO RECICLÁVEL:
Ainda segundo a pesquisa “A cidade e o meio ambiente”  da Rede Nossa São Paulo, 57% dos entrevistados responderam que separam os materiais recicláveis dos não recicláveis em casa e 42% disseram não fazer a separação.
Para 48% dos entrevistados, o trabalho da prefeitura de São Paulo em preservar parques e praças é insatisfatório: 25% dos entrevistados consideram que a preservação/manutenção desses espaços públicos é “ruim” e 23% dizem que é “péssima … Outros 41% a consideram “regular” e apenas 11% a classificam como boa (8%) ou ótima (3%). ” – diz nota da Rede  Nossa São Paulo.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Nenhum comentário:

Postar um comentário