sexta-feira, 17 de junho de 2016

A exemplo de Metrô, novo BRT do Rio só vai começar a funcionar em prol das Olimpíadas

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

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Ambos sistemas de transportes são essenciais para o dia a dia. Mas passageiros comuns só terão acesso a parte do BRT Transolímpico e à linha 4 do Metrô depois da competição internacional.
Inicialmente serão apenas três paradas. Operações comerciais para a população, só depois dos Jogos.
ADAMO BAZANI
O BRT Transolímpico, que consiste num corredor de ônibus de 26 quilômetros de extensão com 18 estações e dois terminais,previsto para a ligação Recreio – Barra da Tijuca – Jacarepaguá – Deodoro e que conta também com complexo de via expressa na Linha Amarela com pedágio, vai funcionar parcialmente durante as Olimpíadas.
As operações comerciais só devem ocorrer após os Jogos Olímpicos.
Durante o evento esportivo, só poderá utilizar os ônibus articulados do BRT quem fizer parte da chamada Família Olímpica, que inclui atletas, delegações e profissionais ou quem tiver os ingressos para assistir às competições.
Apenas três pontos de parada vão funcionar durante as Olimpíadas: Terminal Recreio dos Bandeirantes – Salvador Allende, Terminal Parque Olímpico da Barra e estação de Magalhães Bastos.
O esquema operacional apenas para as Olimpíadas foi confirmado nesta quinta-feira, 16 de junho de 2016, pela Secretaria Municipal de Transportes do Rio de Janeiro.
O BRT Transolímpico, assim, terá a mesma serventia do início das operações da Linha 4 do Metrô: Com atrasos nas obras, os sistemas de transportes, considerados essenciais para dia-a-dia da população, só vão começar a operar com vistas ao evento internacional.
Só depois os serviços serão estendidos para a população em geral.
Com o Metrô, a situação é ainda mais complicada.
Apesar de o Governo do Estado garantir que até que o dia 1º de agosto, as composições no trecho olímpico estarão em funcionamento, há dúvidas sobre a conclusão da obra.
O Estado ainda não conseguiu aval da União para contrair junto ao BNDES empréstimo de R$ 989,2 milhões considerados indispensáveis para o término das intervenções.
A União ainda não avalizou a operação financeira pelo fato de o Estado ser considerado inadimplente em outros financiamentos com organismos nacionais e internacionais.
O Governo do Estado de Rio de Janeiro promete regularizar a situação a tempo.
Mesmo assim, o Secretário-Executivo de Coordenação de Governo, Rafael Picciani, confirmou que o Estado trabalha com medidas emergenciais e um Plano B em relação ao Metrô.
Basicamente, o plano é semelhante à alteração para atender o público na saída do Parque Olímpico durante a madrugada, mas é mais abrangente e vai contar com frota maior de ônibus e alterações viárias.
De acordo com o planejamento do Governo, além dos 158 ônibus articulados que já vão prestar serviços para demanda das Olimpíadas, outros ônibus comuns e do BRT Transoeste podem ser deslocadas.
Um corredor de ônibus temporário deve ligar a Barra da Tijuca até a região de Ipanema ou Leblon.
Além da questão financeira, o Metrô da Linha 4 do Rio reúne outra polêmica.
Um relatório técnico do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, apresentado em 9 de junho de 2016, concluiu que a segurança dos passageiros da Linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro pode estar comprometida por causa do tempo menor de testes provocado pelo atraso nas obras.
O TCE diz que, inicialmente, os testes totais deveriam ser de um ano. Houve alterações no contrato que reduziram este tempo para 60 dias.
AMBOS MODAIS ESTÃO ATRASADOS:
A Linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro, pelo contrato original , deveria ter período de um ano de testes, entre outubro de 2014 e setembro 2015, com a entrada em circulação parcial dos trens em outubro de 2015 e o pleno funcionamento do meio de transporte a partir de fevereiro de 2016.
A linha vai custar quase o dobro do previsto inicialmente. Quando foi lançado o projeto da linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro, a estimativa era de que o sistema custaria R$ 5,5 bilhões para ser entregue, valor que foi para R$ 9,8 bilhões, incluindo 15 composições.
Ao todo, a linha 4 do Metrô do Rio de Janeiro deve ter 16 quilômetros de extensão, com seis estações: Jardim Oceânico, São Conrado, Gávea, Antero de Quental, Jardim de Alah e Nossa Senhora da Paz. A demanda prevista é de 300 mil passageiros por dia. O trecho entre Gávea e a linha 1 do Metrô agora tem previsão para 2018.
O BRT Tranolímpico teve as obras iniciadas em julho de 2012 e deveria estar em pleno funcionamento em janeiro de 2016. A demanda total deve ser de 400 mil passageiros por dia, atendidos por 60 ônibus articulados na ligação de 26 quilômetros entre Recreio – Barra da Tijuca – Jacarepaguá e Deodoro. O sistema deve contar com 18 estações e dois terminais. O custo inicial previsto foi de R$ 2,3 bilhões. O contrato foi assinado com o Consórcio Rio Olímpico, formado por Invepar, Odebrecht Transport e CCR.
O valor  contempla o sistema de corredor de ônibus e incorpora a revitalização da Linha Amarela, que passará a ter pedágio.
Com a conclusão da obra, de acordo com a Prefeitura do Rio de Janeiro, o tempo de deslocamento entre o Recreio e Marechal Deodoro vai ser reduzido em 78%, dos atuais 90 minutos para em torno de 20 minutos.
A linha amarela foi inaugurada em novembro de 1997. O percurso revitalizado é de 25 quilômetros, dos quais 13 quilômetros sob concessão de responsabilidade da Via Rio formada também por Invepar, Odebrecht Rodovias e CCR.
O contrato de concessão é de 25 anos. O valor do pedágio será de R$ 5,90 para carros de passeio, com reajustes anuais.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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