quinta-feira, 9 de junho de 2016

BRT de BH não aumentou adesão aos transportes públicos, mas números não podem ser vistos de forma isolada

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

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Metrô não avança e ônibus fora de corredor ainda deixam a desejar
ADAMO BAZANI
Ao divulgar nesta quarta-feira, 8 de junho de 2016, a nova versão do Plano Estratégico BH 2030, o prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda, teve de se deparar com um número não muito animador: o sistema de corredores de ônibus Move BH ainda não foi capaz de atrair mais pessoas do transporte individual para o transporte coletivo como um todo.
De acordo com a NTU – Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, a demanda por ônibus em Belo Horizonte, em 2015, teve uma queda de 6,5%. A entidade atribui o agravamento da perda de passageiros à crise econômica.
Desde 2012, a demanda pelo transporte coletivo cai em Belo Horizonte, quando foram registradas 453 milhões de viagens. Em 2015, quando o MOVE já estava em pleno funcionamento, o número de viagens caiu para 438 milhões.
No entanto, não é possível dizer de forma alguma que o MOVE BRT foi uma escolha errada. O sistema transporta diariamente em torno de 500 mil passageiros e deixou as viagens até 45% mais rápidas.
A questão está na falta de uma rede mais ampla e conectada de transportes, o que contempla a melhoria dos serviços dos ônibus que não passam pelos corredores e que complementam a viagem do Move BRT e também a ampliação da rede de Metrô. O BRT custou até agora R$ 962,92 milhões.
O metrô transporta hoje 200 mil pessoas por dia. Se a linha 2 – Barreiro Calafate e linha 3 – Savassi Lagoinha tivessem sido concluídas, só pelo sistema de trilhos, poderiam passar 980 mil pessoas por dia. No entanto seriam necessários hoje R$ 7 bilhões.
Além disso, é necessária a melhoria da velocidade média dos ônibus da capital mineira com a expansão do MOVE e de faixas à direita.
Apesar da malha de corredores proporcionarem um desempenho melhor aos coletivos, é justamente fora dos corredores que os ônibus enfrentam problemas. Tanto é que a média hoje de velocidade é de 15,4 km/h.
A prefeitura de Belo Horizonte tem a meta de fazer com que 70% dos deslocamentos sejam realizados por meio de transporte coletivo. Hoje são apenas 43%. Outra meta é ampliar a média de velocidade dos ônibus para 24,7 km/h.
No novo plano estratégico, a prefeitura ampliou o número de metas Confira a nota da Prefeitura e abaixo o plano na íntegra que o Blog Ponto de Ônibus teve acesso:
O novo Plano Estratégico traz sete desafios, 43 metas e 36 estratégias. Na versão anterior, o plano contava com seis objetivos estratégicos, 25 metas e 20 estratégias de desenvolvimento. Com as transformações observadas nas conjunturas local, nacional e mundial nos últimos anos, ficou evidenciada a importância de submeter o plano a uma nova revisão. Além disso, houve necessidade de ampliar os desafios. “Ações já vinham sendo realizadas. O plano foi atualizado para que novas metas fossem superadas”, disse o prefeito Marcio Lacerda. Está previsto que mais de dois terços dos objetivos seja atingido até o final deste ano. “As cidades são locais de grandes desafios. Os gestores públicos, em parceria com a população, têm a capacidade e a obrigação de construir um futuro melhor e trabalhar para que esse sonho seja realizado”, completou.
Desenvolvido ao longo de 2009 e submetido à revisão em 2010, o Plano Estratégico foi balizado por uma visão de futuro e reúne metas ousadas, mas realistas, tendo como meta um horizonte construído em torno de desafios, oportunidades, identificação e antecipação de tendências. No decorrer de 2015, após diversas reuniões entre poder público e representantes da sociedade civil, foi elaborada essa nova versão, com cortes, acréscimos e, principalmente, uma configuração atualizada e mais encorpada, sem alterar seus propósitos originais.
Plano Estratégico BH 2030
 Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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