sábado, 25 de junho de 2016

Haddad corta investimentos mesmo tendo arrecadação maior, diz relatório do TCM

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

Corredores
Malha de corredores de ônibus avançou muito pouco em relação à promessa feita por Haddad.
Segundo auditores do Tribunal de Contas do Município, em 2015 investimentos caíram 3,5%, mas arrecadação subiu 5,1%. Corredores de ônibus receberam R$ 331 milhões
ADAMO BAZANI
Em 2015, a Prefeitura de São Paulo ganhou mais e investiu menos, o que interferiu no cumprimento de algumas metas do poder público, como a construção de corredores de ônibus.
É o que aponta relatório do TCM – Tribunal de Contas do Município que deve ser votado na próxima semana pelos conselheiros.
De acordo com os cálculos dos auditores do órgão fiscalizador, em 2015, a administração Haddad investiu 3,5% menos do que em 2014, mas teve arrecadação 5,1% maior, já descontando os efeitos da inflação.
Assim, segundo o relatório do TCM, em 2015, a Prefeitura de São Paulo aplicou R$ 4,33 bilhões em obras e programas e, em 2014, R$ 4,47 bilhões. Os números foram corrigidos pela inflação oficial entre os dois anos que foi de 10,67%.
Já a arrecadação da Prefeitura em 2014 foi de R$ 42,5 bilhões e, em 2015, R$ 44,7 bilhões.
Ainda de acordo com os dados do TCM, em 2015, Haddad investiu 9,7% de tudo o que arrecadou. Foi o menor nível dos últimos cinco anos na cidade de São Paulo. Em 2014 foram investidos 10,5% da arrecadação.
Esta prártica, de acordo com TCM, necessita de explicações por parte da prefeitura que alegava até então que a queda na arrecadação era um dos principais motivos para não realizar os investimentos.
Em 2015, dos investimentos reais feitos pela prefeitura, 14,1% foram para intervenções no sistema viário, como construção de viadutos e implantação de ciclovias. Em segundo lugar, as obras antienchentes receberam R$ 489 milhões – 11,3% do total. As condenações judiciais consumiram R$ 462 milhões.  Obras de urbanização de favelas receberam R$ 386 milhões.
Somente em quinto lugar aparecem as construções ou reformas de corredores de ônibus que receberam em 2015, R$ 331 milhões.
Quando era candidato a prefeito, em 2012, Haddad prometeu construir 150 quilômetros de corredores novos na cidade de São Paulo até o final de 2016.
No primeiro trimestre da gestão, a meta foi maior ainda: 173,4 quilômetros de corredores até dezembro de 2016.
Estão em andamento hoje na cidade as obras de apenas 65 quilômetros e foram entregues em torno de 25 quilômetros entre novos espaços e reformas.
A cidade de São Paulo possui hoje 131 quilômetros de corredores de ônibus dos quais, 88 quilômetros foram feitos nos últimos 15 anos.
Ainda em relação aos investimentos totais de 2015, segundo relatório do TCM, a prefeitura investiu 51% do que era previsto no orçamento para o ano passado.
Em nota, a Prefeitura de São Paulo disse que durante toda a gestão, a administração Haddad bateu recorde de investimento aplicando para diversas áreas da cidade, R$ 17 bilhões entre 2013 e este ano, mesmo com a queda acumulada de 5% do PIB nos últimos 4 anos.
O Orçamento para o ano que vem enviado à Câmara pela prefeitura é de R$ 51,3 bilhões.
A previsão de investimentos é mais baixa ainda que os níveis de 2015: R$ 2,9 bilhões.
Os vereadores propõem um total de investimentos para 2017 em torno de R$ 4 bilhões.
Pela previsão da LDO – Lei de Diretrizes Orçamentárias, os corredores de ônibus receberiam entorno de R$ 350 milhões em 2017.
Os investimentos totais da Prefeitura de São Paulo tiveram queda de 53,8% no primeiro bimestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2015, segundo balanço da Secretaria Municipal de Finanças.
No período neste ano, foram empenhados R$ 203,5 milhões para obras e ampliação de programas na cidade. No primeiro bimestre do ano passado, R$ 440,7 milhões.
A Prefeitura de São Paulo em janeiro e fevereiro congelou 17,5% do Orçamento, o que significa suspensão de investimentos para este ano na ordem de R$ 9,5 bilhões.
Já queda de arrecadação entre janeiro e março deste ano, em comparação ao mesmo período do ano passado, foi de 8,6% passando de R$ 13,6 bilhões para R$ 12,5 bilhões, segundo alega a prefeitura.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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