Lucro líquido consolidado foi de R$ 30,9 milhões. Planta de São Mateus, no Espírito Santo, deve ganhar mais importância no Grupo
ADAMO BAZANI
O mercado de veículos pesados ainda segue a tendência de recuperação, como mostrou nesta segunda-feira, 07 de maio de 2018, o Diário do Transporte por meio do balanço da Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores.
Veja:
Empresas de grande porte do setor já começam a divulgar seus balanços positivos.
É o caso da Marcopolo, atualmente, a maior fabricante de carrocerias de ônibus do País.
Segundo comunicado divulgado nesta segunda-feira pela empresa, o primeiro trimestre de 2018 foi o melhor desde o período em 2013, antes, portanto, da crise econômica brasileira.
De acordo com a nota, a Marcopolo registrou receita líquida consolidada de R$ 764,8 milhões e lucro líquido consolidado de R$ 30,9 milhões, contra receita de R$ 554,6 milhões (crescimento de 37,9%) e lucro de R$ 3,2 milhões do mesmo período do primeiro trimestre de 2017.
A empresa atribui os resultados positivos ao maior faturamento no mercado doméstico e de exportações, que apresentaram, respectivamente, “aumento de 122,7% e 39,6%, em valores, quando comparados com o primeiro trimestre do ano anterior”.
O diretor-geral da Marcopolo, Francisco Gomes Neto, diz que os resultados do primeiro trimestre de 2018 dão o indicativo de que a recuperação do mercado de ônibus neste ano vai ser consistente.
“Ampliamos em 76,7% a produção nas fábricas brasileiras em relação ao ano anterior, mais do que o crescimento registrado pelo mercado nacional, que foi de 59,4%”.
“Também aumentamos a nossa participação na produção brasileira de carrocerias para 53,7%, contra 46,8% no 1T17, e crescemos 25,8 pontos percentuais no segmento de urbanos, em relação ao mesmo período do ano anterior, com aumento de volumes direcionados tanto ao mercado brasileiro quanto à exportação”, destaca o executivo.
SEGMENTOS:
De acordo com a encarroçadora, o crescimento ocorreu nos principais segmentos de ônibus.
Além da recuperação econômica brasileira, fatores específicos de cada segmento, em especial de urbanos e de rodoviários, ajudam explicar os resultados favoráveis até agora.
No mercado doméstico, as receitas da Marcopolo nos segmentos de rodoviários e urbanos cresceram, respectivamente, 294,3% e 123,1% em comparação ao mesmo período do ano anterior. O setor de rodoviários continua aquecido, especialmente pelos veículos para fretamento e em linhas interestaduais, e pela vigência da norma que prevê a redução da idade média da frota de ônibus voltados ao transporte interestadual e internacional para seis anos em 2018.
No mercado de urbanos, o destaque é a recuperação expressiva de volumes, com crescimento de 101,9% na produção brasileira. No trimestre, a Marcopolo conquistou a liderança deste segmento, com 51,0% de participação de mercado. A performance decorre do maior volume de unidades produzidas para exportação, que cresceram 1.239,3% em relação ao 1T17, e da maior renovação de frota no mercado interno.
O Programa Caminho da Escola, do Governo Federal, também vai ajudar a movimentar a indústria de ônibus neste ano. Levando em conta chassis de diversas marcas que serão encarroçados pela Marcopolo ou pela sua unidade de veículos leves, a Volare, devem ser produzidos em torno de 4.400 micro-ônibus ou midi-ônibus.
MAIOR OCUPAÇÃO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO E SÃO MATEUS:
Diante do quadro positivo, a Marcopolo, que reorganizou suas plantas, contando com as unidades da Volare e da Neobus, outra marca de carroceria do grupo, acredita que demanda oriunda das licitações, somada a atual carteira de pedidos, indica um ano positivo para o segmento e deve contribuir para uma maior ocupação da capacidade fabril.
A planta de São Mateus, no Espírito Santo, inicialmente projetada para fabricar miniônibus da Volare, agora vai produzir outros modelos, de acordo com Francisco Gomes Neto.
“Para atender ao crescimento previsto de demanda, estamos preparando a planta de São Mateus, voltada inicialmente à produção de veículos Volare, para a fabricação de outros modelos, dando sequência ao projeto de otimização de nossas fábricas”, destacou o executivo na nota.
EXPORTAÇÕES:
As exportações, que foram consideradas essenciais para que a crise brasileira não tivesse um impacto maior ainda no setor de ônibus, devem continuar trazendo expectativas otimistas para a Marcopolo, que destaca também as operações em suas plantas fora do Brasil.
As exportações continuam fortes, com crescimento de 46,3% no volume de unidades produzidas em comparação com o 1T17. As vendas ao continente africano permanecem em destaque, reflexo do amadurecimento de iniciativas estratégicas voltadas à exportação, como o Projeto Conquest e a abertura de escritórios regionais para maior aproximação com os mercados internacionais. A expectativa é de manutenção do crescimento das exportações, com ampliação da representatividade dos mercados da América Latina na composição de vendas ao longo de 2018.
Em relação às operações no exterior, o destaque foi o crescimento de 11% em unidades produzidas na Austrália, resultando numa receita 16,5% maior e que deverá se acentuar ao longo do próximo trimestre. Quanto às demais unidades, embora tenham reportado produção e receita inferior ao 1T17, a expectativa para o restante do ano é de recuperação de volumes e receita. Na China, com a obtenção, em março último, de autorização para operar em ZPE (Zona de Processamento de Exportações), a Marcopolo passou a produzir ônibus para o mercado de exportação também naquela unidade.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Fonte: Diário do Transporte
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