Cada vez mais, a sociedade e a imprensa têm reconhecido a importância dos sistemas de transportes não somente “no frio” desenvolvimento, mas também no dia a dia de cada um.
ADAMO BAZANI
Na vida, aparecem vários parceiros que nos ajudam a prosseguir e a continuar nossas lutas em prol de nosso sustento e realizações.
Estes parceiros podem ser pessoas, situações ou mesmo serviços e materiais.
E com certeza, o ônibus é o parceiro de muita gente, ajudando, inclusive, na busca por uma vida melhor.
Por isso, por mais que sejam justas as reclamações que pedem melhorias nos serviços, o ônibus reúne em si algo especial e deve ser visto de uma maneira diferente pelas pessoas.
Pode fazer um teste. Se você ver a foto de um ônibus antigo, logo vai lembrar de situações e momentos de sua vida: do passeio com os pais e avós, das idas para a escola, do primeiro emprego, do primeiro namoro … Olha só, uma verdadeira linha de evolução.
Os serviços de ônibus no Brasil como um todo precisam melhorar muito. A questão das tarifas traz em si uma injustiça: a passagem é cara para quem paga, mas não cobre os custos dos investimentos em melhorias. O modelo de só o passageiro bancar com todos os custos está esgotado. O transporte individual, que provoca congestionamentos e poluição, recebe mais incentivo e “paga menos” que o transporte coletivo pelo uso da cidade. Os ônibus não têm estrutura viária adequada e em número suficiente para operarem com qualidade. Hoje a malha de corredores em capitais e regiões metropolitanas é pequena diante das necessidades da população.
Mas, a despeito de tudo isso, o cidadão em si deve saber valorizar os ônibus e seus serviços e encará-los como verdadeiros parceiros.
Zelar pela conservação, pela limpeza e não contribuir para o ato de “furar catraca” é, acima de tudo, respeito ao coletivo, aos demais cidadãos, que, como você, precisam de um serviço de mais qualidade.
Cada vez mais a imagem lúdica e de parceria do ônibus tem ganhado espaço. No programa “Como Será?”, da TV Globo, do sábado passado (21 de abril), o tema foi ônibus, mas de um jeito diferente. Foi revelada justamente a importância do ônibus na vida de cada um. Os busólogos, pessoas que gostam e estudam ônibus, falaram como o veículo pode criar uma empatia com a sociedade: Helio Luiz (Revista In Bus), Adamo Bazani (Diário do Transporte), Mário Custódio (pesquisador e consultor em mobilidade) e o menino João Victor, que é cego e reconhece os modelos de ônibus só pelo barulho, mostraram que se a sociedade começar a dar valor ao ônibus, pode começar a entender o que ocorre com os transportes e ajudar a melhorar. O passado, o presente e a evolução do ônibus e os veículos já “aposentados” que agora são clínicas, food trucks e até barbearia para pessoas com vulnerabilidade social, completaram o programa especial.
Quem quiser assistir, pode acessar este link. O programa está em três partes. Antes, há um texto introdutório com os personagens da matéria:
E é assim que se começa.
Valorizar o ônibus não é deixar de enxergar os problemas dos transportes, discuti-los e exigir as mais que merecidas melhorias, mas é, acima de tudo, reconhecer um direito social e respeitar o próximo, procurando entender o que ocorre de verdade na mobilidade.
Valorizar o ônibus não é deixar de enxergar os problemas dos transportes, discuti-los e exigir as mais que merecidas melhorias, mas é, acima de tudo, reconhecer um direito social e respeitar o próximo, procurando entender o que ocorre de verdade na mobilidade.
Hoje os ônibus (e seus passageiros) são vítimas de um modelo de cidades feitas para carros, não para pessoas.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Fonte: Diário do Transporte
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