
Modelo da Marcopolo não foi o primeiro modelo rodoviário Double Decker produzido no País, mas certamente foi o que começou a mudar as paisagens das estradas brasileiras
ADAMO BAZANI
A tendência é que sejam cada vez mais comuns nas estradas e rodoviárias de todo o País, os imponentes ônibus rodoviários de dois andares. Ainda mais agora, com a entrada em 2017 do segmento de veículos rodoviários de 15 metros de comprimento, que, segundo fabricantes e operadores, trazem vantagens como mais “poltronas tarifadas”, essenciais após o aumento do número das gratuidades, e conferem à carroceria mais espaço interno, inclusive para outra prática que ganha mais fôlego ainda no mercado: ônibus com dois tipos de serviços. Habitualmente, as empresas oferecem a categoria leito no piso inferior, algumas inclusive com cabines individuais. No piso superior, a configuração habitual é com poltronas semi-leito ou executivas.
No mercado latino-americano, há quase três décadas são comuns as operações com ônibus de dois andares rodoviários, inclusive em rotas médias e curtas de linhas regulares.
No Brasil, o uso mais amplo de ônibus rodoviários de dois andares começou a se intensificar a partir da segunda metade da primeira década de 2000.
Foi a Marcopolo que consolidou os ônibus de dois andares nos serviços rodoviários e turísticos brasileiros.
O primeiro ônibus rodoviário de dois andares do Brasil foi produzido pela extinta Thamco, encarroçadora de Guarulhos, na Grande São Paulo, em 1989. Era o Gemini Thamco, apresentado na VI Brasil Transpo, no stand da Scania. O chassi era Scania K 112TL, o comprimento total era de 13,2 metros e a altura de 4,3 metros.
O modelo, porém ficou apenas em protótipos.
Em 1995, a Marcopolo lançou, dentro de sua linha GV (Geração Cinco), o Paradiso 1800 DD.
O ônibus tinha chassis entre 13,2 metros e, posteriormente, 14 metros. A altura era de 4 metros.

Com chassis Scania ou Mercedes-Benz, o Paradiso GV 1800 DD se destacava pela impotência e empresas aproveitavam o apelo para dar apelidos e noves comerciais aos serviços
O número 1800, que acompanha o nome Paradiso, se refere à altura do bagageiro, 1800 milímetros ou 1,80 metro. A nomenclatura é padrão até hoje na linha de modelos da Marcopolo.
No primeiro ano, a produção foi voltada para o mercado externo, já que a legislação brasileira ainda não tinha liberado ônibus rodoviários deste porte, o que veio a ocorrer somente em 1996.
Foi com o Paradiso GV 1800 DD que as estradas brasileiras passaram a ser percorridas pelos primeiros ônibus 8×2, com quatro eixos.
Os ônibus, com esta configuração, poderiam levar mais passageiros e mais bagagem com maior segurança e economia.
A carroceria começou a ser vendida com chassis Scania K 113TL e, posteriormente, Mercedes-Benz O400 RSD.

Traseira era bem sinalizada para o tamanho do ônibus. Equipamento de ar-condicionado ficava sobre a área do motor traseiro.
Grandes empresas de linhas rodoviárias regulares e de turismo reforçavam a imponência e o requinte do modelo de dois andares, inclusive em propagandas de TV, como a Viagens Costa
O Paradiso GV 1800 DD foi produzido até o ano 2000, quando entrava a sexta geração dos ônibus da Marcopolo.
Hoje, na sétima geração de seus produtos, a Marcopolo é líder no mercado brasileiro de ônibus de dois andares e uma das principais produtoras da América Latina deste tipo de veículo de alto padrão.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Fonte: Diário do Transporte
Nenhum comentário:
Postar um comentário