segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Governo Federal confirma estudos para beneficiar importação de ônibus elétricos

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

ônibus
Ônibus elétricos devem ser importados com incentivo do Governo Federal. Indústria nacional tem dúvidas sobre impacto.
Caminhões e comerciais leves seriam beneficiados. Ainda há dúvidas sobre o impacto na indústria nacional
ADAMO BAZANI
Depois de alterar as alíquotas de importação de carros de passeio elétricos, elétricos híbridos ou movidos a hidrogênio, o Governo Federal confirmou que estuda reduzir a tributação sobre ônibus, caminhões tipo VUC – Veículo Urbano de Carga e veículos comerciais leves com este tipo de tração que poluem menos.
A confirmação foi revelada pela diretora de Indústrias de Equipamentos de Transporte do MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior, Margarete Gandini, ao Portal Brasil, site que é do governo.
No dia 27 de outubro deste ano, a Camex – Câmara de Comércio Exterior publicou a resolução de número 96 que passou a alíquota de importação de carros de passeio elétricos, híbridos ou a hidrogênio de 35% para alíquota zero, de 2%, de 4%, de 5% ou de 7%, dependendo da eficiência energética do veículo.
“Novas medidas estão sendo discutidas no âmbito do governo federal voltadas para os ônibus e os comerciais leves para entrega ponto a ponto, em grandes centros urbanos”.– disse a diretora.
Para os taxistas, uma das iniciativas estudadas é criar uma espécie de leasing para financiar as baterias dos veículos elétricos.
Em relação a ônibus, a dúvida é se a medida de estimular a importação não vai afetar a indústria nacional destes veículos de transportes coletivos mais limpos, podendo criar uma concorrência desigual ou mesmo não tornar inicialmente não vantajosa a produção local.
No Brasil, existem empresas que já fazem ônibus de tração elétrica, como a Eletra, de São Bernardo do Campo, que produz há mais de 30 anos ônibus elétricos híbridos, a bateria e trólebus, e a Volvo, em Curitiba, que desde 2012 mantém uma linha de produção de ônibus elétricos híbridos. A chinesa BYD já está treinando funcionários e fazendo protótipos na planta de Campinas, no interior de São Paulo. No entanto, dependendo da medida do governo, a empresa pode ser beneficiada porque até 2017 deve apenas montar no Brasil os ônibus feitos na China.
A diretora de Indústrias de Equipamentos de Transporte do MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio Exterior, Margarete Gandini, disse que com a medida de desonerar ônibus elétricos importados o governo quer aumentar a demanda interna para depois estimular a produção local.
Veja e ouça:
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

sábado, 21 de novembro de 2015

Viação Pavunense entra em operação na linha 386

A empresa Viação Pavunense, integrada ao consórcio Internorte acaba de assumir hoje a linha 386 (Mariópolis - Passeio) da empresa Via Rio Class. A linha volta a ter ônibus básicos com cobrador e tem serviços com ar condicionado.

Texto: Vitor Otávio do Carmo
Fotos: Alexandre Fravoline e Agner Ferreira

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

“Planalto” e “Ouro e Prata” com 80 ônibus novos. Cinquenta para parceria

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

ÔNIBUS
Parceria entre Ouro e Prata e Planalto com ônibus dotados de bagageiros maiores
Veículos são do modelo Paradiso 1350, sendo que 50 unidades são para linhas recém assumidas
ADAMO BAZANI
As empresas de ônibus Ouro e Prata e Planalto Transportes compraram 80 ônibus novos Paradiso 1350. A informação foi divulgada nesta quinta-feira, 18 de novembro de 2015, pela encarroçadora Marcopolo.
No último dia 05 de novembro, as viações concretizaram parceria para operar 43 linhas que eram originalmente atendidas pelas empresas Real e Reunidas (Caçador) e que atendem 64 cidades no Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo.
Deste total de ônibus, 50 serão destinados às linhas contempladas na parceria e 30 para as linhas já operadas anteriormente pelas empresas, sendo 15 unidades para a Planalto e 15 para a Ouro e Prata.
A união ocorreu às vésperas da regulamentação definitiva da concessão de linhas interestaduais gerenciadas pela ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres, que inicialmente queria licitar lotes e grupos de trajetos e que agora vai conceder autorizações individuais por linhas.
Em nota, a Marcopolo destaca algumas características do modelo de ônibus vendido para as duas empresas:
“Os ônibus Paradiso 1350, lançado no Brasil em julho de 2015, apresentam baixo custo operacional e extrema robustez. Os veículos desenvolvidos para a Planalto Transportes e para a Ouro e Prata contam com 42 poltronas do tipo semileito de 1060 mm de largura, sistema audiovisual com DVD e monitores individuais eINTERNET SEM FIO (wireless). Com chassi Mercedes-Benz O500 RSD, o Paradiso 1350 possui portas pantográficas com travamento automático e pneumático, parede de separação com porta deslizante, sistema multiplex, sanitário, cintos de segurança retráteis, porta-copos, porta-revistas e sistema de ar-condicionado com dutos individuais. Um dos diferenciais do Paradiso 1350 é o maior espaço para bagagens – 1.350 cm de saia lateral e a maior capacidade volumétrica do mercado, com até 20,75 metros cúbicos. Conta ainda com conjunto ótico com LEDs nas luzes de direção e de posição – Daytime Running Light (luz de posição diurna), que ampliam a segurança durante as viagens e aumentam a eficiência luminosa e a vida útil, diminuindo a necessidade de troca/manutenção.”
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

terça-feira, 17 de novembro de 2015

Prefeitura de São Paulo regulamenta “táxi preto”

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

táxi-preto
Táxi preto terá de possuir taxímetro e ar-condicionado. Tarifa pode ser até 25% mais alta
Veículos não podem circular por corredores e faixas de ônibus
ADAMO BAZANI
A prefeitura de São Paulo publicou nesta terça-feira, 17 de novembro de 2015, a portaria 095 que regulamenta a categoria “táxi preto” de transporte individual.
Diferentemente dos outros táxis, os veículos não vão poder circular por faixas e corredores de ônibus, conforme o artigo 10 da portaria: “Art. 10º – Fica vedada à Categoria Táxi Preto o uso das faixas e corredores exclusivos de ônibus.”
Os táxis comuns podem circular pelos corredores somente fora dos horários de pico do transporte coletivo, que é das 6h às 9h e das 16h às 20h, e pelas faixas o dia todo, com passageiros.
O táxi preto foi uma tentativa da administração Haddad para atender às demandas do aplicativo Uber e ao mesmo tempo não se indispor com os taxistas. O Uber não aceitou participar da categoria e os alvarás para os serviços do táxi preto são destinados aos motoristas que possuem o Condutax, certificado de permissão para trabalhar no setor de táxis.
Os veículos terão de ser obrigatoriamente na cor preta, dotados de ar-condicionado e a tarifa pode ser até 25% maior que os táxis comuns, mas o motorista é livre para negociar descontos.
Será obrigatório o taxímetro e a modalidade só vai poder transportar pessoas que chamaram os serviços por aplicativos. § 1º É obrigatório o uso de taxímetro ou meio tecnológico autorizado pelo Departamento de Transportes Públicos – DTP para a medição do valor da tarifa.
Confira a portaria na íntegra:
PORTARIA N.º 095/15-SMT.GAB. Regulamenta a Categoria Táxi Preto para transporte individual remunerado de passageiros em veículo de aluguel no Município de São Paulo. JILMAR TATTO, SECRETÁRIO MUNICIPAL DE TRANSPORTES, no uso de suas atribuições legais, e CONSIDERANDO a Lei Municipal nº 7.329, de 11 de julho de 1969; CONSIDERANDO, o disposto no Decreto nº 55.816, de 23 de dezembro de 2014; CONSIDERANDO, ainda, o Decreto Municipal nº 56.489, de 08 de outubro de 2015, que criou a Categoria Táxi Preto, RESOLVE: Art. 1º – A Categoria de Táxi Preto passa a fazer parte do sistema de transporte individual remunerado de passageiros, por meio de veículo de aluguel, com tarifa máxima dos serviços, mediante prévia e expressa autorização da Secretaria Municipal de Transportes para explorar a prestação do serviço de táxi no Município de São Paulo. Art. 2º – O valor da tarifa máxima para a prestação do serviço na Categoria Táxi Preto poderá ser acrescido em até 25% (vinte e cinco por cento) do valor atribuído à tarifa da Categoria Comum. § 1º É obrigatório o uso de taxímetro ou meio tecnológico autorizado pelo Departamento de Transportes Públicos – DTP para a medição do valor da tarifa. § 2º É obrigatória a disponibilização aos usuários de meios eletrônicos de pagamento. § 3º É admitida a adoção de tarifas variáveis, observado o teto estabelecido no caput deste artigo. § 4º É livre a negociação entre taxistas e patrocinadores para proporcionar descontos que beneficiem o usuário e o taxista, condicionado, no caso de publicidade interna do veículo, à prévia aprovação pelo DTP. § 5º Não será cobrado adicional pelo uso do porta malas ou de suporte para transporte de bicicletas, observadas as condições técnicas de instalação e uso, nos termos previstos em Resoluções do Contran. Art. 3º – Fica a critério do taxista oferecer cortesias não tarifárias ao usuário, com o objetivo de tornar mais qualificada a prestação do serviço, tais como TV, Tablet, Wifi, frigobar e bolsa térmica. Art. 4º – Os taxistas devem adotar comportamentos básicos de cortesia, tais como: I. Colocar e retirar a bagagem no porta malas; II. Manter o carro climatizado; III. Comportar-se com polidez e educação; IV. Observar a ética profissional; V. Trajar roupa social. Art. 5º – O taxista deverá atender os seguintes requisitos para o registro na Categoria Táxi Preto, sem prejuízo das demais exigências previstas na legislação: I. Alvará de estacionamento da Categoria Táxi Preto; II. Curso Especial da Categoria Especial/Luxo; III. Condutax válido; IV. CNH válida nas categorias B, C, D ou E, com a anotação de que exerce atividade remunerada; V. Certidões negativas criminais da Justiça Estadual de São Paulo e da Justiça Federal; VI. Comprovante de residência no Município de São Paulo; VII. Comprovante de quitação eleitoral; VIII. Certidão negativa de multas municipais de trânsito e transporte. Art. 6º – Os veículos devem ser registrados, licenciados e emplacados na categoria aluguel, observadas, no mínimo, as seguintes características de dirigibilidade do veículo, conforto e segurança, em conformidade com os incisos II, VI e VII do artigo 5º do Decreto 56.489/2015: I – Quanto ao tipo de carroceria: a) Sedan; b) Sport Utility Vehicle – SUV; ou c) Station Wagon – SW. II – Quanto às dimensões: a) Entre eixos mínimo de 2600 mm; b) Largura mínima de 1750 mm; e c) Porta malas com volume mínimo líquido de 420 (quatrocentos e vinte) litros. III – Quanto à potência, para motores a combustão: mínimo de 115 (cento e quinze) cavalo-vapor (CV). IV – Quanto aos itens de segurança: a) Air Bag; e b) Freios ABS. V – Quanto aos itens de conforto: a) Ar condicionado; e b) Mapa digital de ruas, com visualização do trânsito e do trajeto por monitoramento e georreferenciamento online. VI – Quanto à cor: pintura padronizada de cor uniforme preta. § 1º Os veículos de propulsão elétrica ou híbrida estão isentos de cumprir os requisitos previstos nos incisos II e III. § 2º Os veículos contemplados com o alvará de estacionamento do Grupo A, Lote II estão isentos de cumprir os requisitos previstos nos incisos I, II e III, devendo apresentar: a) Certificado de Segurança Veicular expedido pelo Departamento Nacional de Trânsito; b) Laudo de inspeção, expedido por um credenciado junto ao DTP; c) Certificado de Registro de Licenciamento de Veículo – CRLV, expedido pelo Departamento de Trânsito de São Paulo – DETRAN/SP, com anotação de Acessibilidade do Passageiro; d) Vistoria aprovada pelo DTP; e e) Marca, modelo e versão homologados pelo DTP. Art. 7º – O taxista vinculado a alvará de estacionamento de Taxi Preto deverá possuir smartphone ou tablet destinado à prestação do serviço, observadas as seguintes características mínimas: I – sistema operacional gratuito e com código aberto, licenciado como software livre e em versão atual; II – certificado de homologação da Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL; III – pacote de dados com 5 Gb mensais com acesso à internet em banda larga móvel 3G ou superior; IV – processador de 1,2 GHz; V – memória RAM de 1 GB; VI – sistema de georreferenciamento GPS e modo de localização com alta precisão. § 1º O taxista deverá comparecer ao DTP para a instalação de um software contendo a função de lacre digital no smartphone ou tablet de que trata o caput. § 2º O smartphone ou tablet será vinculado ao condutax do taxista e só poderá ser por ele utilizado. § 3º Poderão ser instalados no smartphone ou tablet os softwares e/ou aplicativos credenciados e autorizados pelo DTP para proporcionar melhor qualidade e eficiência do serviço de transporte individual remunerado prestado aos passageiros. § 4º Em caso de perda, furto ou troca de aparelho, o taxista deverá notificar o DTP para cancelar o antigo e realizar a vistoria e instalação do lacre digital no novo aparelho. § 5º Cada alvará poderá ter vinculado no máximo 2 (dois) aparelhos (smartphone ou tablet). § 6º Optando por ter 2 (dois) aparelhos, permanecerá habilitado somente o aplicativo que estiver em serviço. Art. 8º – Os titulares de alvarás de outras categorias de táxi, inclusive Pessoas Jurídicas, poderão requerer a qualquer tempo a conversão para a categoria de Táxi Preto. § 1º A conversão de que trata o caput fica condicionada ao cumprimento de todo requisitos para a Categoria Táxi Preto, ficando a validade da outorga limitada a 35 anos. § 2º A conversão de que trata o caput é isenta do pagamento de valor de outorga. Art. 9º – Os alvarás de outras categorias que forem convertidos para a categoria Taxi Preto poderão permanecer com o ponto privativo de estacionamento ou o ponto de apoio, desde que observada a exigência de realizar a corrida por meio de aplicativo. Art. 10º – Fica vedada à Categoria Táxi Preto o uso das faixas e corredores exclusivos de ônibus. Art. 11º – A categoria Taxi Preto poderá utilizar os pontos livres de taxi. Art. 12º – As cooperativas e associações constituídas pelos taxistas da Categoria Táxi Preto deverão cumprir as normas vigentes para obter o termo de credenciamento junto ao DTP, vinculando os associados ao Termo de Credenciamento. Art. 13º – Os casos omissos serão analisados e deliberados pelo Diretor do Departamento de Transportes Públicos – DTP. Art. 14º – Esta portaria entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Iveco e Mascarello apostam em novo modelo de micro-ônibus

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

Iveco Way
Micro Mascarello Iveco promete ser mais uma opção no segmento de ônibus pequenos e é indicado para aplicações em fretamento e escolar. Câmbio fica no painel. Ergonomia se assemelha à de vans.
WayClass usa mesma plataforma do Daily CityClass e pode atender até a 29 passageiros
ADAMO BAZANI
A Iveco promete trazer uma nova opção ao mercado de micro-ônibus com o modelo WayClass.
Com o câmbio na altura do painel, como ocorre em vans, o veículo é indicado para transporte escolar e fretamento. Dependendo da configuração interna, a capacidade é de até 29 passageiros.
O chassi é 70C17, o mesmo usado pela linha Daily CityClass. A plataforma também passa a ser vendida separadamente, mas no caso do WayClass, o encarroçamento é de responsabilidade da Mascarello.
Já o CityClass, que continua sendo comercializado, é encaroçado pela Neobus, empresa que deve ter como principal acionista a Marcopolo.
Ambos concorrem com os modelos da Volare, marca de ônibus pequenos da Marcopolo.
O chassi possui motor FPT Industrial F1C de 3 litros, injeção eletrônica tipo common-rail, 4 cilindros em linha e 16 válvulas, totalizando 170 cv. Para atender às normas de restrição às emissões de poluição, o micro-ônibus usa o sistema ERG, de recirculação de gases poexaustão, dispensando o tanque de ARLA 32. O câmbio é de seis marchas sincronizadas à frente e uma à ré e a suspensão conta com feixes de molas parabólicas, amortecedores telescópicos de dupla ação e barra estabilizadora.
A carroceria S2, desenvolvida pela Mascarello Carrocerias e Ônibus, de Cascavel -PR, podendo transportar até 29 pessoas, contando com vidros colados e ar condicionado.
O lançamento do modelo e a possibilidade de venda do chassi separadamente é uma estratégia da Iveco de ampliar o atendimento, como explica, em nota, o diretor da Iveco Bus para a América Latina, Humberto Spinetti.
“Já contamos com uma longa e bem-sucedida parceria com a Neobus, no modelo CityClass. Com o WayClass, damos ao operador do transporte a possibilidade de escolher a carroceria que represente a melhor solução para o seu negócio… A liberdade para escolher a carroceria passa a ser plena. Com isso, além de atender com maior competitividade as licitações, que representam cerca de 60% dos negócios do setor, com as duas novidades passamos a oferecer novas alternativas de customização para as vendas no varejo, que envolvem os outros 40% do mercado” – disse
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

domingo, 15 de novembro de 2015

Em cinco anos, setor de ônibus ficou com R$ 90 milhões em créditos expirados do Rio Card

Dispositivo prevê o não ressarcimento de crédito inutilizado em um ano; TCE iniciou devassa na operação em 2014

POR 
Terminal de ônibus em Niterói. São 62 empresas que operam 660 linhas intermunicipais, transportando diariamente cerca de 1,8 milhão de pessoas


RIO — 



Operado pelos empresários de ônibus, o sistema pré-pago de viagens com cartões da RioCard produz receitas extras milionárias para o setor. Os usuários, por sua vez, podem sair no prejuízo. Isso porque um dispositivo legal prevê que os créditos dos bilhetes expiram 12 meses após a aquisição - e os valores não são devolvidos aos passageiros. Apenas nas linhas intermunicipais, em cinco anos as empresas embolsaram R$ 90 milhões desses créditos, de acordo com informação repassada pela Federação das Empresas de Transporte (Fetranspor) ao Tribunal de Contas do Estado (TCE).
O valor se refere a serviços prestados por 62 empresas, que operam 660 linhas, responsáveis pelo transporte diário de 1,8 milhão de pessoas. Mas a quantia deve ser maior. Isso porque a regra de cancelamento de créditos pela RioCard, que é controlada pela Fetranspor, vale para qualquer tipo de transporte público operado com bilhetagem eletrônica - incluindo metrô, trens, barcas, vans e as linhas municipais de ônibus. A empresa também administrará os bilhetes do futuro VLT carioca.
O valor de R$ 90 milhões veio à tona após quase um ano de queda de braço entre as autoridades do estado e os empresários. A Fetranspor e a RioCard só forneceram o dado em agosto, depois de obrigadas pela Justiça, sob pena de R$ 5 milhões em multas diárias.
A base legal para a perda de validade dos créditos é o artigo 19 da lei 5.628/2009, que regulamentou o Bilhete Único (BU) e sistemas semelhantes. Como, no entanto, não definiu quem deveria ficar com as sobras após esse período, o valor residual não é devolvido pela RioCard.
- Considero isso uma apropriação indébita de dinheiro do usuário - disse o deputado estadual Luiz Paulo Corrêa da Rocha (PSDB), que tem projeto em tramitação para tentar alterar o modelo.
O impasse sobre o destino dos R$ 90 milhões começou quando o TCE decidiu, em 2014, fazer uma devassa na operação das empresas. Além do modelo pré-pago, outro alvo da investigação foi a gestão do Bilhete Único Intermunicipal (BU), cuja operação é subsidiada pelo estado, caso o usuário precise pegar um segundo transporte coletivo em até três horas para chegar ao seu destino Neste caso, a prestação de contas se dá mediante relatórios emitidos pela RioCard sobre o total de passageiros transportados. Também no BU foram registrados problemas.
A auditoria, que está em fase de conclusão pelo TCE, encontrou casos em que o número declarado de passageiros era 19 vezes maior que o efetivamente transportado. Em tese, isso pode levar um operador a receber subsídios indevidos.
Os auditores também descobriram casos em que praticamente na mesma hora, em locais distantes, o sistema registrava um mesmo passageiro usando o Bilhete Único. A checagem foi possível com o cruzamento dos CPFs vinculados aos titulares dos cartões. Outra irregularidade foi o uso excessivo de bilhetes vinculados a CPFs de crianças com até 5 anos. Nessa faixa etária, as crianças são isentas de pagar passagem, desde que não ocupem um assento próprio e fiquem no colo dos pais.
A devassa identificou outros problemas. O controle dos subsídios a partir da informação dos CPFs foi previsto na regulamentação do BU, como uma forma de evitar fraudes. Mas os técnicos do TCE constataram que o Departamento Estadual de Transportes Rodoviários (Detro) não tem infraestrutura necessária para analisar as informações repassadas pelas empresas em relação ao volume de passageiros.

Segundo dados fornecidos pela Secretaria estadual de Transportes a pedido do deputado Eliomar Coelho (PSOL), o governo repassou cerca de R$ 2,3 bilhões em subsídios para os diversos modais de transporte público entre fevereiro de 2010, quando o BU foi implantado, e junho deste ano. Da soma total, R$ 1,8 bilhão (78,2% do total) foram para as empresas de ônibus. Em seguida, ficaram vans (R$ 160,2 milhões), CCR Barcas (R$ 123 milhões), MetrôRio (R$ 94,4 milhões) e SuperVia (R$ 93,8 milhões).
Há pouco mais de um ano, quando as investigações do TCE começaram, um primeiro relatório foi divulgado, já identificando que o setor de ônibus é pouco transparente. Agora, um segundo documento deverá ser votado nas próximas próximas duas semanas. Uma vez aprovado, o TCE vai pedir providências à Secretaria estadual de Transportes para combater as irregularidades encontradas.
O secretário de Transportes, Carlos Roberto Osorio, disse que o governo já mantém uma auditoria própria do RioCard, que até agora não identificou irregularidades nas informações. Mas, ressaltou, isso não torna a operação do serviço livre de fraudes:
- Os problemas identificados não tiveram origem no RioCard. Em Itaguaí, uma empresa teve as linhas cassadas porque declarava transportar mais usuários do que efetivamente levava. Pelo menos 20 operadores de vans foram descredenciados porque registravam mais passageiros que a capacidade dos veículos. Estamos buscando aperfeiçoar o sistema. Acabamos de aprovar na Alerj um sistema de identificação dos usuários do RioCard com biometria facial - disse Osorio.
Em relação às receitas geradas pela extinção dos créditos, ele disse que não recebeu o documento entregue ao TCE e não tem opinião formada sobre o tema.
A briga judicial teve início depois que a Secretaria estadual de Transportes aceitou a alegação da RioCard, de que os dados sobre os créditos expirados não seriam divulgáveis por serem confidenciais, já que se tratava de uma relação privada entre a empresa e os usuários. O TCE chegou a aprovar em plenário uma determinação para que os subsídios fossem suspensos, até a informação ser fornecida. Os dados não foram liberados, mesmo depois que os repasses deixaram de ser feitos por 15 dias. A pedido da Secretaria de Transportes, que reviu sua posição, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) entrou na Justiça, para tentar obter o dado. A PGE ganhou em primeira instância. Os empresários recorreram, mas a decisão foi mantida.
A informação sobre o excedente dos créditos do RioCard foi prestada, mas o mistério sobre como esse dinheiro é empregado continua. No processo, a Fetranspor alegou que os créditos expirados seriam usados exclusivamente na implantação, manutenção e modernização do sistema de bilhetagem, "sem o repasse de um centavo sequer às concessionárias". No entanto, nenhum documento foi anexado comprovando as despesas.
O fato é que, na prática, tanto o controle das receitas do BU, como o dos créditos não utilizados fica com os empresários do setor. A gestão da bilhetagem eletrônica é feita pelas empresas RioCard Cartões (que gerencia os créditos) e RioCard TI (responsável pelos softwares). Elas são subordinadas à Riopar Participações e aparecem no organograma da Fetranspor. O presidente do conselho de administração da Riopar é Jacob Barata Filho, herdeiro de Jacob Barata, conhecido como "Rei do ônibus". Os dois controlam o Grupo Guanabara, que opera algumas das principais empresas do setor na Região Metropolitana do Rio.
O presidente da Fetranspor e do Sindicato das Empresas de Ônibus do Rio, Lelis Marcus Teixeira, é também um dos diretores da Riopar. Tem ainda um cargo de comando na RioCard Cartões e na RioCard TI, de acordo com o site Infoplex, especializado em busca de controles societários. Outros empresários de ônibus e conselheiros da Fetranspor aparecem na diretoria dessas empresas.

Desde outubro, O GLOBO tem solicitado informações à RioCard sobre o valor de créditos expirados de todos os modais. A pergunta foi reiterada na última sexta-feira, mas de novo não foi respondida. Em nota, a RioCard afirmou que cumpre rigorosamente o que determina a lei 5.628/2009 e que passageiros e empresas têm acesso à informação sobre os saldos dos cartões até mesmo pela internet, para racionalizar o uso e evitar o vencimento dos créditos.
"É importante ressaltar que os valores dos créditos são revertidos exclusivamente para a manutenção e modernização do sistema de bilhetagem eletrônica e não envolvem repasse de recursos públicos (como o subsídio do governo do estado ao Bilhete Único Intermunicipal), nem são destinados às empresas de ônibus", diz a nota.
A empresa compara créditos do RioCard às passagens emitidas por companhias aéreas, que também têm prazos de validade. Sobre a operação do Bilhete Único, a RioCard informou que os dados operacionais, além de auditados, são transmitidos on-line para o governo do estado, que tem a atribuição de fiscalizar o uso do benefício. "Vale lembrar que o subsídio do Bilhete Único Intermunicipal é pós-pago - o governo só entra com o complemento caso seja realizada a integração", diz a nota.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/rio/em-cinco-anos-setor-de-onibus-ficou-com-90-milhoes-em-creditos-expirados-do-riocard-18054625#ixzz3raACGL1e 

sábado, 14 de novembro de 2015

Estudo mostra como projetar corredores de ônibus que melhorem a segurança viária

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

ônibus
Corredor de ônibus. Estudo internacional mostra como é possível oferecer mais segurança aos pedestres desde estruturas mais simples, como faixas e corredores, até BRTs.
 Levantamento em sistemas latino-americanos revela que onde foi implantado um espaço para ônibus, houve redução no número de acidentes com pedestres em relação às vias com tráfego misto entre coletivos e carros
Cada ano morrem 1,2 milhão de personas em acidentes de trânsito, um problema que, caso se mantenha durante os próximos 15 anos, se converterá na quinta maior causa de morte no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde. Neste contexto, as Nações Unidas declararam que entre 2011 e 2020 seria a Década de Ação para a Segurança Viária, por isso estão sendo estudadas medidas para que no final deste período diminuam as mortes pela metade. Os resultados serão apresentados este mês em uma conferência em Brasília.
Como parte deste período, o Centro para Cidades Sustentáveis da Embarq e o Banco Mundial elaboraram um relatório que implica que os sistemas de faixas ou corredores de ônibus, desse os simples até Bus Rapid Transit, BRT incorporem em seus projetos determinadas características que são capazes de melhorar a segurança e reduzir os acidentes e vítimas fatais em até 50%.
Conheça, a seguir, as recomendações do informativo para projetar sistemas de BRT.
  1. Cruzamentos de pedestres
Em determinadas partes dos corredores, as faixas de pedestres podem ser mais espaçadas  se comparado a os outros, permitindo que os ônibus trafeguem em velocidades mais altas. No entanto, esta situação acaba fazendo pedestres atravessarem fora da faixa, apesar do risco que isto implica.
Neste caso, o relatório afirma que um recurso que ajuda a melhorar a travessia é que eles estejam sinalizados e que os tempos dos semáforos estejam calculados de acordo com o tempo real que os pedestres levam para chegar ao outro lado. Por isso, sugere que aVELOCIDADE se estime em 1,2 metros/segundo e que esta altere para 1 m/s nos bairros com maior população de idosos.
Além disso, este pode ser complementado com a construção de ilhas ou refúgios na metade da quadra onde pedestres podem fazer uma pausa durante a travessia em um espaço seguro. Assim, é possível reduzir acidentes fatais e reduzir as lesões em até 35%.
Outro conselho apresentado pela pesquisa são em relação às passarelas de pedestres que não são tão eficazes sobre os corredores, mas sim sobre as autopistas. É por isso que se recomenda que tenham uma altura que permita a passagem de diferente veículos e que considerem a instalação de um elevador para facilitar o acesso de pessoas com mobilidade reduzida.
No caso das passarelas sobre corredores, é aconselhável que tenham uma inclinação próxima a 5% para que sejam acessíveis para aqueles que se deslocam em cadeira de rodas e que tenham intervalos de descanso.
  1. Interseções
Melhorar a segurança nas interseções é um tema que a pesquisa aponta como possível se forem projetadas “uniões simples e reduzidas”, já que a cada interseção por pista o risco de acidentes graves aumenta 17%.
É por isso que se recomenda que o tamanho das intersecções em relação às vias proporcione uma largura que permita fazer a curva à direita e que não ocupe mais espaço que o necessário. Ainda assim, menciona que as esquinas dos caminhos devam estar protegidos por uma borda em caso que o motorista perca o controle do veículo.
Em relação às curvas para a direita, que estão proibidos nos corredores que foram avaliados durante a pesquisa e que tiveram menos acidentes, o informe considera que possam ser incluídos apenas se forem redesenhados parte do circuito do corredor. Além disto, deve ser complementado com sinalização.
Um terceiro ponto que é abordado no informe é sobre a extensão dos cruzamentos de pedestres nas intersecções. A este respeito, assinala que, para cada metro adicional que os pedestres devem atravessar, o número de acidentes cresce 6%. Por isso, propõe que estas distâncias podem ser reduzida através do alargamento das calçadas.
III. Estações
De acordo com o relatório, as estações que os pedestres podem entrar após cruzar a rua ou passarela estão entre os projetos mais seguros para pedestres.
Por outro lado, aquelas estações que os acessos estão disponíveis por vários pontos da estação, há maior risco de acidentes devido ao fato de haver mais pedestres em movimento que possam cruzar as ruas.
  1. Principais estações de transferência ou terminais
Este tipo de estações dos corredores construídos em Bogotá (Colômbia) e Curitiba (Brasil) foram aquelas que alcançaram os maiores índices de acidentes. No entanto, a pesquisa diz que não significa que eles são mais perigosos do que outros lugares, mas indicam que eles têm mais tráfego do que outros setores.
Também sugere que o problema principal em relação a segurança dos pedestres já que quando os pedestres vão como passageiros no ônibus ou estão esperando em uma plataforma, estão mais protegidos do que quando se deslocam de e para a estação.
Por este motivo, o relatório recomenda que a transferência de passageiros possa ser realizado de maneira a não sair da plataforma da estação não ter que cruzar as vias.
CONHEÇA O ESTUDO COMPLETO EM:

sexta-feira, 13 de novembro de 2015

Com participação da Marcopolo, gigante norte-americana de ônibus urbanos vai adquirir gigante de rodoviários

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

New Flyer
Ônibus da New Flyer. Empresa compra uma das maiores produtoras de ônibus rodoviários da América do Norte
New Flyer anunciou a compra da MCI. Negócio é de US$ 445 milhões
ADAMO BAZANI
Se no Brasil, a concentração de mercado de produtores de ônibus é grande, com poucas empresas e anúncios de incorporações como da Neobus pela Marcopolo, na América do Norte a situação segue a mesma tendência.
Nessa quarta-feira, dia 11 de novembro de 2015, a New Flyer Industries Inc, considerada uma das maiores fabricantes de ônibus urbanos dos Estados Unidos e Canadá, anunciou a assinatura de um acordo para a compra da Motor Industries International – MCI Coach que está entre as maiores indústrias de ônibus rodoviários dos EUA. O negócio deve movimentar US$ 445 milhões.
As semelhanças com o movimento de mercado no Brasil não param apenas nas aquisições. A encarroçadora brasileira Marcopolo detém em torno de 20% da New Flyer.
A exemplo da negociação entre a Marcopolo e Neobus, que ainda depende de aval das autoridades brasileiras, a incorporação da MCI pela New Flyer vai focar na redução de custos e aproveitamento de estruturas, assim como em trocas de informações e tecnologias, prometem os executivos.
O CEO da New Flyer, Paul Soubry, disse em nota que o negócio vai representar ganhos para os acionistas.
“Estamos empolgados para combinar a marca número 1 da América do Norte em ônibus urbanos com a marca número 1 da América do Norte em ônibus rodoviários. Estamos muito orgulhosos do nosso histórico de sucesso que foca no envolvimento dos funcionários, na satisfação dos clientes e na geração de valor para o acionista”.
Com a compra, a New Flyer quer diversificar a atuação na fabricação e fornecimento de ônibus, peças e serviços. A empresa não tem apenas participação da Marcopolo, mas mantém cooperações para designs dos ônibus e métodos de produção com a indústria brasileira.
A MCI é representante exclusiva nos Estados Unidos e Canadá de vendas e serviços de ônibus rodoviários da marca Setra, pertencente à Daimler (Mercedes-Benz).
PERFIL:
Em nota, as empresas dizem que lideram em seus respectivos segmentos. A MCI possui, além de fábricas, centros de distribuição de peças, e a New Flyer produz também veículos menos poluentes, como elétricos híbridos, elétricos puros e a gás natural. Confira:
MCI:
Fundada em 1933, em Winnipeg Manitoba, MCI possui três fábricas e nove centros de serviços e de distribuição de peças. A empresa é reconhecida internacionalmente pelo elevado padrão de qualidade, confiabilidade, menor custo de manutenção e robustez, além de uma forte rede de peças de reposição e de serviços. De janeiro a setembro deste ano, a MCI registrou receita total de US$ 443 milhões, resultantes da comercialização de 576 novos ônibus e da venda de peças de reposição e serviços aos clientes.
New Flyer
A New Flyer é o principal fabricante de ônibus urbanos nos Estados Unidos e Canadá. A companhia é líder em tecnologia e oferece a mais ampla linha de produtos, incluindo veículos movidos a diesel limpo, gás natural, híbrido diesel-elétrico e elétricos.
O grupo de empresas New Flyer emprega mais de 3.300 pessoas no Canadá e nos Estados Unidos. Mais de 40.000 ônibus urbanos das marcas New Flyer, Orion e NABI estão em operação hoje.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes