terça-feira, 1 de janeiro de 2019

Witzel assume governo do Rio com brigadeiro à frente da secretaria de Transportes

Licitação e fazer ônibus metropolitanos e municipais se complementarem estão entre as obrigações assumidas pelo novo secretário. Foto: Daniel Coutinho/Clique para Ampliar
Nomes de secretários foram publicados em edição especial do Diário Oficial neste 1º de janeiro. Robson Fernandes Ramos terá licitação de ônibus e um sistema marcado pela corrupção entre os desafios
ADAMO BAZANI
O governador do Rio de Janeiro, Wilson José Witzel, que toma posse do cargo nesta terça-feira, 1º de janeiro de 2019, apresenta de forma oficial sua equipe de secretários, já anunciados entre novembro e dezembro.
A edição desta terça-feira, 1º de janeiro de 2019, do Diário Oficial do Estado do Rio, já traz a relação dos novos secretários.
Para a área de mobilidade e transportes, como noticiado em 27 de novembro, está o brigadeiro, Robson Fernandes Ramos, de 60 anos.
O novo secretário é engenheiro aeronáutico militar, formado pelo ITA. Fernandes é também mestre em engenharia civil pela Universidade da Califórnia/Berkeley.
Pela frente, o integrante da reserva das Forças Armadas tem desafios que vão além dos comuns em todo o País para melhorar a mobilidades nas cidades e regiões metropolitanas.
O brigadeiro vai ter de lidar com um sistema de ônibus que teve nos últimos dois anos a imagem atrelada à corrupção.
Empresários, como o maior do Estado, Jacob Barata Filho, apelidado de Rei do Ônibus, e membros da Fetranspor, federação que reúne as companhias de ônibus, foram presos ao longo de operações da Polícia Federal, que foram desmembramentos da Operação Lava-Jato.
Segundo o Ministério Público Federal e o Ministério Público Estadual, a entidade servia para operacionalizar os pagamentos de propinas a governadores, deputados estaduais da Alerj, agentes públicos e prefeitos de cidades do Estado do Rio de Janeiro por, pelo menos, doze anos.
O MPE chegou a pedir o fim da Fetranspor e o afastamento dos empresários de ônibus do controle da Bilhetagem Eletrônica.
As denúncias de corrupção nos transportes do Rio não se limitam aos ônibus.
Obras de trilhos, como da Linha 4 do metrô, são alvos de investigações sobre pagamentos milionários de propinas por parte de construtoras. Fraudes em licitações de obras e compras de trens também são apuradas.
Outro desafio do brigadeiro Robson Fernandes Ramos é realizar a licitação do transporte metropolitano por ônibus.
Além de ser uma oportunidade para melhorar os transportes, a licitação, que já deveria ter sido finalizada, integra as metas de recuperação fiscal do Estado do Rio de Janeiro, cujo acordo foi formalizado com o Governo Federal.
Como mostrou o Diário do Transporte, o atraso no cronograma da licitação, preocupa a União:
A licitação dos transportes intermunicipais de caráter metropolitano do Rio de Janeiro deve gerar impactos positivos de R$ 777 milhões aos cofres do Estado.
A previsão é que sejam investidos R$ 7,1 bilhões em 20 anos apenas na modernização da frota de ônibus. A outorga mínima deverá render aos cofres públicos R$ 2,1 bilhões, sendo R$1,36 bilhão até 2023.

Relembre:


Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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