sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Cidade de São Paulo recebe mais 55 ônibus novos nos próximos dias

Veículos devem começar a operar nas zonas Leste e Oeste
ADAMO BAZANI
Mais 55 ônibus zero quilômetro devem entrar em operação na cidade de São Paulo nos próximos dias.
A encarroçadora Caio já concluiu a produção de lotes de veículos para as empresas Allibus Transportes, que atende ao subsistema local (linhas de bairro) na zona Leste, Transunião Transportes S.A, também do subsistema local da zona Leste, e Viação Gato Preto, do subsistema estrutural (linhas maiores), a partir da zona Oeste.
De acordo com o representante de vendas da Caio em São Paulo, Gildo Vendramini, em contato com o Diário do Transporte, as unidades já estão sendo entregues nas garagens.

Para a Allibus Transportes, são 15 unidades do modelo Apache Vip IV, de tamanho midi, com chassi Mercedes-Benz
Allibus deve inserir ônibus maiores que micros em algumas linhas servidas somente por veículos pequenos
Já a Transunião recebe 20 ônibus convencionais com chassi Volkswagen também modelo Caio Apache Vip IV.
Ônibus da Transunião com capacidade maior de passageiros.
A Gato Preto terá em circulação 20 ônibus padrons, com piso baixo e motor traseiro, com carroceria Millennium IV e chassi Scania, para operação nas áreas 01 (verde) e 08 (laranja).
Viação Gato Preto comprou veículos para as duas áreas onde atua na cidade de São Paulo
Todos os veículos possuem wi-fi e ar-condicionado.
A prefeitura de São Paulo diz que desde janeiro do ano passado, já foram colocados em circulação pelas empresas operadoras pouco mais de dois mil ônibus novos.
As renovações ocorrem mesmo diante da indefinição da licitação do sistema de linhas municipais, atrasada há cinco anos.
Como o mostrou o Diário do Transporte em primeira mão, nesta semana, o TCM – Tribunal de Contas do Município de São Paulo, que suspendeu a licitação em junho deste ano, terminou as análises das respostas da SMT – Secretaria de Municipal de Mobilidade e Transportes ao órgão e concluiu que a maior parte dos problemas apontados não foi resolvida pela gestão Bruno Covas.
Segundo o tribunal de contas, de 51 irregularidades apontadas, 36 não foram corrigidas pela prefeitura. Quanto às improbidades, 12 das 20 apontadas permanecem.
Um dos principais aspectos questionados pelo TCM é sobre a remuneração às empresas, que segundo a auditoria da equipe do conselheiro-relator, Edson Simões, está majorada para o tempo de contrato de 20 anos. Por causa desta situação, ainda de acordo com o relatório, a cidade ao final dos 20 anos de contrato pode ter um prejuízo de R$ 3,76 bilhões.
“O estudo de viabilidade não justifica o prazo de 20 anos, pois todos os investimentos podem ser amortizados em menos tempo, contrariando o princípio constitucional da motivação e o artigo 11 da Lei Municipal nº 13.241/2001 (subitem 3.4.2.1). Considerando a adoção de uma TIR de 9,85%, como a adotada no presente caso, o prazo estipulado da concessão (20 anos), encontra-se demasiadamente alto, tendo em vista que as simulações do estudo de viabilidade para os prazos de 15 e 10 anos não justificam a escolha pelo maior deles, estando assim em infringência ao artigo 11 da Lei Municipal nº 13.241/01 (subitem 3.4.2.2)”
“Ao aplicar a Taxa Interna de Retorno (TIR) de 6,44% a.a. em termos reais aos fluxos de caixa, apuramos uma diferença de aproximadamente R$ 3,76 bilhões no valor total dos contratos ao longo de 20 anos, equivalente a aproximadamente R$ 2,08 bilhões a valor presente, descontados à taxa de 6,44% a.a. em termos reais, em infringência ao artigo 6º, parágrafo 1º, da Lei Federal nº 8.987/95 (subitem 3.20.6).”
A gestão Bruno Covas diz que vai prestar esclarecimentos ao TCM dentro do prazo de 15 dias estipulado pelo órgão de contas:
Mesmo com as renovações por parte das empresas, diante do quadro de indefinição do processo licitatório, a idade média da frota de ônibus da cidade de São Paulo é a mais alta dos últimos cinco anos.
Em julho, último dado disponível nos indicadores da SPTrans – São Paulo Transporte, gerenciadora do sistema, a frota do subsistema local tem idade média de cinco anos e do subsistema estrutural está com média de seis anos.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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