A Marcopolo segue a sua estratégia de procurar minimizar o impacto da significativa queda de demanda do mercado brasileiro com o estímulo às exportações e o aumento das atividades de suas unidades internacionais. A empresa alcançou receita líquida consolidada de R$ 1,952 bilhão nos primeiros nove meses de 2015 contra R$ 2,465 bilhões registrados no mesmo período do ano passado, com queda de 20,8%.
Na contramão da redução de demanda interna, as exportações e os negócios das unidades no exterior da Marcopolo cresceram 31,2% e reduziram a perda de 43,9% gerada no mercado brasileiro. Este desempenho demonstra a flexibilidade da companhia, seja através de exportações ou decorrente da estratégia de internacionalização já adotada há muitos anos, frente às atuais adversidades econômicas do País.
O aumento das exportações no terceiro trimestre, sobretudo para atender a demanda de ônibus rodoviários, fez com que a Marcopolo deixasse de adotar, desde o início de outubro, a flexibilização de jornada em sua unidade fabril de Ana Rech, em Caxias do Sul. No entanto, a unidade Planalto, também em Caxias segue com a programação de flexibilização de jornada.
Em unidades produzidas, o resultado obtido de janeiro a setembro deste ano foi 32,6% inferior ao dos primeiros nove meses de 2014(8.768 contra 13.017 unidades). No Brasil foram 6.962 unidades contra 11.344, no mesmo período, com queda de 38,6%. No exterior, houve aumento de 7,9% (1.806 contra 1.673).
Foco nas exportações
Com o objetivo de superar as dificuldades resultantes de um mercado interno estagnado e com nível de produção bem abaixo do histórico, a Marcopolo está adotando forças-tarefas para acelerar as atividades críticas que ajudem a companhia a ampliar os seus negócios e manter o nível produtivo nas unidades brasileiras o mais elevado possível. A primeira delas foca o aumento das exportações, por intermédio do fortalecimento da atuação nos mercados tradicionais da América Latina, na recuperação de outros, como o Oriente Médio e a África, cuja presença foi reduzida nos últimos anos em razão da falta de competitividade do produto nacional. Também pela abertura de novos mercados e ampliação do portfólio de clientes no exterior.
A segunda força-tarefa visa a melhora operacional da companhia, com a redução dos tempos de ciclo de produção, o aumento da eficiência e da otimização das unidades fabris. E a terceira força-tarefa diz respeito à redução de despesas e custos indiretos.
Mercado brasileiro
O resultado alcançado pelo setor brasileiro de ônibus este ano e, em especial, no terceiro trimestre, demonstra que são necessárias medidas para promover a sua recuperação. A queda de janeiro a setembro foi de 42,5%, com a aquisição de 10.664 ônibus contra 18.542, no mesmo período de 2014. Uma dessas medidas poderia ser a maior oferta de crédito, com taxas que estimulassem os operadores a renovarem suas frotas, como já foi feito com o FINAME e o PSI.
No segmento de rodoviários, a publicação da resolução 4.770/15 pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que dispõe sobre as regras do modelo de autorização das linhas interestaduais e internacionais, traz perspectivas positivas para os próximos trimestres. A limitação da idade máxima dos ônibus que operam essas linhas em dez anos e da idade média em cinco anos deve estimular a renovação de frota.
No mercado de urbanos, a demanda segue abaixo do nível normal. Entretanto, as licitações municipais em algumas cidades do País, como São Paulo e Porto Alegre, a proximidade das eleições municipais de 2016, os repasses de tarifas e os investimentos em transporte coletivo em razão da realização dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro podem destravar o segmento.
No programa Caminho da Escola, a Marcopolo informa que se habilitou, através de pregão eletrônico finalizado em 20/10/15, a produzir e fornecer até 500 ônibus escolares com acessibilidade (Onurea). As entregas deverão ter início em 2016 e se estender ao longo do ano. A empresa informa ainda que do montante relacionado ao programa Caminho da Escola, em 31/10/15, registrava um saldo a receber de R$ 121,2 milhões.
FONTE: Marcopolo
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