Representantes foram até planta, em Erechim, que diz produzir cinco ônibus por dia. Fabricante está em recuperação judicial
ADAMO BAZANI
Após a Comil divulgar uma carta ao mercado falando dos seus planos de restruturação, os revendedores e representantes da marca também tentam conquistar novamente a confiança dos frotistas, mesmo diante do quadro de recuperação judicial e de queda nas vendas que a fabricante enfrenta.
Um destes revendedores é a S.C. Campione Representações, que anunciou a contratação de nova representação comercial com a Comil para o estado de São Paulo.
O comunicado assinado pelos diretores Fermino Kozak e Rodrigo Kozak informa que em visita à fabrica na semana passada, em Erechim, no Rio Grande do Sul, foram apresentados os detalhes da reestruturação da empresa e que, assim como a encarroçadora já tinha divulgado ao mercado, a produção é de até cinco ônibus por dia.
A Comil está em processo de recuperação judicial para tentar escapar da falência, possibilidade que foi descartada pela encarroçadora .
As dívidas da Comil somam R$ 430 milhões.
Além da queda nas vendas motivada pela crise econômica que afetou diretamente o setor de veículos comerciais, a própria empresa admite alguns erros de apostas. Entre eles, foi a abertura de uma planta só de ônibus urbanos em Lorena, no interior de São Paulo.
A unidade funcionava desde dezembro de 2013. Os investimentos foram de R$ 110 milhões. No dia 28 de janeiro deste ano, a Comil anunciou o fechamento da unidade.
Logo após o anúncio do pedido de recuperação judicial, no dia 12 de setembro, um dos advogados da Comil, Álvaro Marques, em entrevista coletiva, disse que a encarroçadora com sede em Erechim, no Rio Grande do Sul, errou ao abrir a planta de Lorena.
“Não foi uma boa decisão priorizar Lorena, e não foi um bom projeto, tanto é que a empresa desativou a unidade que só estava dando prejuízo. Empresário erra, se não errasse seria um Deus”.
Os advogados da Comil Dárcio Vieira Marques, Álvaro Marques e Cláudio Botton, na entrevista coletiva, disseram na ocasião que a Comil não pensa em pedir falência e que as dívidas trabalhistas terão prioridade nos pagamentos.
“A Comil não pensa em pedir falência … A Comil relutou até o último minuto para evitar essa situação. O mercado esta muito ruim, e se você não tem o dinheiro para os insumos necessários, se torna difícil cumprir os contratos. A recuperação te da à possibilidade de estender prazos de pagamento, eliminar juros e pode até haver uma redução da dívida”. , disse o advogado Dárcio Vieira Marques.
A planta de Erechim dispensou 828 funcionários em setembro. Já da planta de Lorena foram desligados em torno de 200 trabalhadores.
Logo após o anúncio da recuperação judicial, o mercado trabalhou com a possibilidade de a Comil não fazer mais ônibus urbanos, mas a empresa disse que continua a produção de modelos como o Svelto e o Svelto Midi.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
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