quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Revendedores da Comil também divulgam carta para o mercado

Fonte: Diário do Transporte

ComilÔnibus tipo midi da Comil na Grande São Paulo. Produção de urbanos continua
Representantes foram até planta, em Erechim, que diz produzir cinco ônibus por dia.  Fabricante está em recuperação judicial
ADAMO BAZANI
Após a Comil divulgar uma carta ao mercado falando dos seus planos de restruturação, os revendedores e representantes da marca também tentam conquistar novamente a confiança dos frotistas, mesmo diante do quadro de recuperação judicial e de queda nas vendas que a fabricante enfrenta.
Um destes revendedores é a S.C. Campione Representações, que anunciou a contratação de nova representação comercial com a Comil para o estado de São Paulo.
O comunicado assinado pelos diretores Fermino Kozak e Rodrigo Kozak informa que em visita à fabrica na semana passada, em Erechim, no Rio Grande do Sul, foram apresentados os detalhes da reestruturação da empresa e que, assim como a encarroçadora já tinha divulgado ao mercado, a produção é de até cinco ônibus por dia.
A Comil está em processo de recuperação judicial para tentar escapar da falência, possibilidade que foi descartada pela encarroçadora .
As dívidas da Comil somam R$ 430 milhões.
Além da queda nas vendas motivada pela crise econômica que afetou diretamente o setor de veículos comerciais, a própria empresa admite alguns erros de apostas. Entre eles, foi a abertura de uma planta só de ônibus urbanos em Lorena, no interior de São Paulo.
A unidade funcionava desde dezembro de 2013. Os investimentos foram de R$ 110 milhões. No dia 28 de janeiro deste ano, a Comil anunciou o fechamento da unidade.
Logo após o anúncio do pedido de recuperação judicial, no dia 12 de setembro, um dos advogados da Comil, Álvaro Marques, em entrevista coletiva, disse que a encarroçadora com sede em Erechim, no Rio Grande do Sul, errou ao abrir a planta de Lorena.
“Não foi uma boa decisão priorizar Lorena, e não foi um bom projeto, tanto é que a empresa desativou a unidade que só estava dando prejuízo. Empresário erra, se não errasse seria um Deus”.
Os advogados da Comil Dárcio Vieira Marques, Álvaro Marques e Cláudio Botton, na entrevista coletiva, disseram na ocasião que a Comil não pensa em pedir falência e que as dívidas trabalhistas terão prioridade nos pagamentos.
A Comil não pensa em pedir falência … A Comil relutou até o último minuto para evitar essa situação. O mercado esta muito ruim, e se você não tem o dinheiro para os insumos necessários, se torna difícil cumprir os contratos. A recuperação te da à possibilidade de estender prazos de pagamento, eliminar juros e pode até haver uma redução da dívida”. , disse o advogado Dárcio Vieira Marques.
A planta de Erechim dispensou 828 funcionários em setembro. Já da planta de Lorena foram desligados em torno de 200 trabalhadores.
Logo após o anúncio da recuperação judicial, o mercado trabalhou com a possibilidade de a Comil não fazer mais ônibus urbanos, mas a empresa disse que continua a produção de modelos como o Svelto e o Svelto Midi.
sc-campione
 Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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