domingo, 14 de maio de 2017

Dívida do Estado coloca em risco Bilhete Único Intermunicipal no Rio de Janeiro

Modais como ônibus e trens sofrem com atraso de repasses do governo do Rio. Em caso de suspensão, usuário terá que pagar tarifa cheia
ALEXANDRE PELEGI
Rodrigo Maciel, diretor jurídico da Fetranspor, sindicado das empresas de ônibus, afirmou ao jornal Extra, do Rio de Janeiro, que o Bilhete Único Intermunicipal (BUI) pode parar de funcionar. O motivo, segundo Maciel, é a dívida da Secretaria estadual de Transportes (Setrans) com os modais que realizam o transporte público na Região metropolitana no Rio de Janeiro (RMRJ). A dívida para os sistemas de ônibus, trens, barcas e metrô chega a R$ 37,6 milhões.
O Bilhete Único Intermunicipal é um benefício tarifário que permite que o cidadão utilize no mínimo um transporte intermunicipal, dentro de um período determinado, na RMRJ.
Com o risco de o serviço ser interrompido, o cidadão precisaria pagar a tarifa cheia.
Pelas informações divulgadas por Maciel ao Extra, há empresas cujo 40% do faturamento provém da parcela paga pelo estado. “Sem ela, a operação fica inviável”, ele explica.
BUI
Ao usar dois modais o passageiro, com o BUI, paga R$ 8,55. A diferença entre esse valor e o que ele deveria pagar sem o benefício é coberta pelo estado no dia seguinte.
Semanalmente o valor dessa parcela atinge R$ 9 milhões. Mas desde o começo do ano esse pagamento está irregular. Em média, segundo Maciel, chega a R$ 7 milhões.
O estado do Rio já foi notificado. Maciel informou que é impossível continuar a operação com essa dívida. O problema é que o estado é incapaz de estimar um pagamento, contou Maciel ao Extra.
OUTRO LADO
A Secretaria de Estado de Transportes informou que “o débito foi ocasionado principalmente pela proibição do reajuste anual do Bilhete Único Intermunicipal, determinada por liminar judicial em fevereiro, o que gerou um descasamento entre o orçamento do BUI para o ano de 2017 e o gasto efetivo com o benefício. Além disso, a Secretaria de Fazenda ficou impedida, durante duas semanas, de realizar os repasses referentes ao subsídio, devido a bloqueios judiciais”.
A Secretaria afirmou também que o estado está em constantes negociações com os modais de transportes para reduzir o atual valor da dívida.
Alexandre Pelegi, jornalistas especializado em transportes

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