Com o objetivo ou não, a polêmica da postagem acabou levantando também discussões sobre o transporte pirata, não apenas criticando a concorrência desleal para com as empresas de ônibus regulares e a falta de segurança para passageiros e demais motoristas nas estradas, com ônibus antigos e muitas vezes mal conservados.
Alguns internautas chegaram a comentar sobre o que o setor de transporte rodoviário pode fazer para evitar a pirataria, seja através de um melhor atendimento para o passageiro e promoções nas tarifas.
Outra questão também levantada pelos internautas é que os transportadores piratas só têm acesso aos veículos por causa de uma cultura dos empresários que vendem os ônibus para qualquer interessasdo.
Em diversos países, inclusive da América Latina, os empresários de ônibus usam os veículos até o final da vida e depois não repassam para outros operadores.
Em entrevista ao Blog Ponto de Ônibus, no dia 8 de setembro de 2015, por exemplo, o diretor de serviços da Scania no Brasil Fábio Souza disse que a cultura dos empresários nos outros países da América Latina tem algumas diferenças em relação aos do Brasil.
Ele atuou pela marca no México e disse que dentro do período de dez anos, os ônibus são usados pelos frotistas em diferentes aplicações, mas depois não são repassados para os alternativos, virando sucata.
“No México, por exemplo, há muitas necessidades semelhantes com as do Brasil. Mas também há um perfil diferente do frotista de lá. O mercado é muito mais fechado. São cinco ou seis grupos empresariais de ônibus rodoviários, advindos de famílias. Há uma espécie de acordo de cavalheiros nas regiões de operação e para fechar ainda mais o mercado, não dando brechas para alternativos, quando o ônibus completa dez anos de uso, ele vira sucata, é desmontado ou fica encostado na garagem. Não se vende ônibus com mais desta idade por lá. O que ocorre é nestes dez anos o ônibus, vai mudando dentro de categorias de serviços criadas pelos próprios grupos empresariais.” – contou. – Veja a matéria completa em:https://blogpontodeonibus.wordpress.com/2015/09/08/segmentar-para-servir-bem/
O Flecha Azul foi um dos veículos que mais fizeram sucesso na história da Cometa, quando ainda era sob a direção da família Mascioli, do fundador Tito Mascioli.
O modelo foi produzido pela CMA – Companhia Manufatureira Auxiliar, de propriedade da Cometa, entre os anos de 1982 e 1999. O modelo foi uma continuidade dos “Dinossauros”, feitos pela Ciferal desde os anos de 1970 e projetado por uma parceira com a Cometa. Os Dinossauros por sua vez foram inspirados no GMPD 4104, o Morubixaba, cujas unidades foram adquiridas pela Cometa em 1954, trazendo um diferencial competitivo, em especial para a linha Rio – São Paulo.
Em alusão aos 65 anos da Cometa, comemorados em 2013, a empresa restaurou um Flecha Azul, realizando viagens especiais.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
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