Licença remunerada vai até quinta-feira. Sindicato e empresa negociam demissões
ADAMO BAZANI
A encarroçadora de ônibus Comil interrompeu nesta segunda-feira, 29 de agosto de 2016, toda a produção da sede localizada em Erechim, no Rio Grande do Sul.
Os funcionários estão de licença remunerada até a quinta-feira desta semana.
No começo deste mês, a empresa já tinha paralisado o turno da noite e reduzido expediente do dia para meio período.
Até esta licença remunerada durar, a Comil negocia com Sindicato dos Metalúrgicos a demissão de parte dos trabalhadores.
Em nota, a Comil atribui a medida à crise econômica que também afeta as vendas e produção de veículos comerciais pesados, como o ônibus e caminhões.
A Comil “inicia um processo de reestruturação da empresa e de seu quadro de pessoal, necessário para adequar-se à atual situação do mercado interno. Tal medida é resultado da grave crise que o Brasil está enfrentando, com grande impacto no mercado de ônibus”.
O Sindicato dos Metalúrgicos estima que a Comil tem hoje 1,8 mil trabalhadores.
A entidade lembra que a encarroçadora de ônibus firmou um TAC – Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público do Trabalho pelo qual assumiu o compromisso de não realizar demissões em massa sem antes negociar com entidade sindical.
O Sindicato dos Metalúrgicos de Erechim também afirma que um dos planos da Comil é momentaneamente deixar a produção de ônibus urbanos, tendo como foco apenas os de fretamento e rodoviários.
A empresa, entretanto, não confirma oficialmente esta informação do sindicato.
Em 28 de janeiro deste ano, a Comil fechou por tempo indeterminado a fábrica de ônibus urbanos na cidade de Lorena, no interior de São Paulo.
CALOTE DO GOVERNO FEDERAL CONTINUA:
Além da queda de vendas por causa da crise econômica, a Comil também amarga um calote de R$ 44 milhões por parte do Governo Federal.
Micro-ônibus do modelo Comil Piá foram vendidos para o “Programa Crack é Possível Vencer” muitos dos quais usados nas imediações estádios da Copa do Mundo.
O micro- ônibus possuem tecnologia para recebimento de pessoas que dependem desse entorpecente, câmeras e até materiais médicos.
A dívida foi contraída na gestão Dilma Rousseff e o governo ainda não pagou.
Os R$ 44 milhões poderiam auxiliar a Comil inclusive a manter alguns funcionários.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
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