terça-feira, 13 de setembro de 2016

Comil, em crise, pede recuperação judicial

Fonte: Diário do Transporte

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Empresa diz que foi afetada pela situação econômica do País, mas não informou o valor das dívidas
ADAMO BAZANI
A fabricante de ônibus Comil anunciou nesta terça-feira, 13 de setembro de 2016, que entrou na Justiça do Estado do Rio Grande do Sul com pedido de recuperação judicial.
Em comunicado oficial, a empresa informou que o pedido foi apresentado nesta segunda-feira, 12 de setembro.
Em diversos trechos do comunicado, a Comil citou a situação econômica brasileira que fez com que a demanda por veículos comerciais de grande porte caísse 60% nos últimos três anos, atingindo o nível de produção da primeira década dos anos 2000.
“A crise econômico-financeira que avassala as empresas brasileiras, especialmente o setor industrial automobilístico, que trouxe dificuldades sem precedentes em nossa indústria… “Essa crítica situação nos impeliu a tomar medidas duras e traumáticas, como o encerramento das atividades industriais da unidade em Lorena (SP) e demissões de número expressivo de trabalhadores na planta de Erechim, o que fizemos com enorme tristeza”
A empresa não informou à imprensa o total de débitos, mas diz que não há condições de pagar todas as dívidas com fornecedores e trabalhadores atualmente.
No começo deste mês, a empresa demitiu 850 funcionários. Em torno de 900 empregados ainda atuam na sede em Erechim, no Rio Grande do Sul, trabalhando em meio turno.
Já a fábrica de ônibus urbanos em Lorena, no interior de São Paulo, foi fechada por tempo indeterminado no início deste ano.
Mesmo em Erechim, a Comil deve deixar de lado momentaneamente a produção de ônibus urbanos, se concentrando nos modelos rodoviários e para fretamento.
CALOTE DO GOVERNO FEDERAL CONTINUA:
Além da queda de vendas por causa da crise econômica, a Comil também amarga um calote de R$ 44 milhões por parte do Governo Federal.
Micro-ônibus do modelo Comil Piá foram vendidos para o “Programa Crack é Possível Vencer” muitos dos quais usados nas imediações estádios da Copa do Mundo.
O micro- ônibus possuem tecnologia para recebimento de pessoas que dependem desse entorpecente, câmeras e até materiais médicos.
A dívida foi contraída na gestão Dilma Rousseff e o governo ainda não pagou.
Os R$ 44 milhões poderiam auxiliar a Comil inclusive a manter alguns funcionários.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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