Baixa nas vendas prejudica toda a cadeia produtiva, incluindo chassi, carroceria, peças, estofamentos, pneumáticos, tinta e equipamentos eletrônicos
Mercado continua concentrado. Somente a Mercedes-Benz responde por 60% da participação das vendas internas de ônibus
ADAMO BAZANI
Encarroçadoras de ônibus anunciando fechamento de unidades e paralisação na produção, fabricantes de chassis fazendo acordos para evitar demissões. Desemprego no setor de veículos pesados e toda a cadeia produtiva ainda sentindo estes reflexos por causa da crise econômica brasileira.
O cenário é mensurado pelos números divulgados nesta quinta-feira, 01 de setembro de 2016, pela Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores.
Segundo a Federação, que reúne os revendedores e concessionárias de veículos, as vendas de ônibus entre janeiro e agosto deste ano registraram queda de 31,3% em relação ao mesmo período de 2015. Nos oito primeiros meses deste ano, foram emplacadas 10 mil 329 veículos de transporte coletivo. Em igual período de 2015, foram 15 mil 035 unidades.
Apesar de, ao menos teoricamente, apostarem no início de uma recuperação até o final do ano, não será possível reverter a forte tendência de queda. Neste ano de 2016, a perspectiva é que as vendas de veículos pesados, incluindo ônibus e caminhões, registrem baixa entre 25% e 30%.
O mercado de ônibus ainda continua concentrado. Somente a Mercedes-Benz, que figura em primeiro lugar, é responsável por 59,89% da participação dos emplacamentos
Apesar disso, a empresa registra também queda nas vendas e diz enfrentar dificuldades por causa da crise econômica que a levaram a fazer um acordo com Sindicato dos Metalúrgicos do ABC para reverter a intenção de demissões que ocorreriam em setembro.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
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