Únicos dois veículos que operavam no Corredor Transoeste foram devolvidos a fabricantes pelas empresas de ônibus, e marcam mais um capítulo da crise no setor
ALEXANDRE PELEGI
Anunciado em setembro de 2014 como uma novidade no sistema BRT do Rio de Janeiro, os ônibus biarticulados não fazem mais parte da frota de veículos.
Por sua capacidade de maior transporte de passageiros – 270 pessoas – a chegada dos biarticulados foi saudada como um avanço para o sistema de transporte. Sua capacidade de escoamento permitira levar mais pessoas, permitindo maior agilidade ao modal.
No site da prefeitura do Rio, em matéria especial sobre a novidade no dia 19 de setembro de 2014, pode-se ler:
“O prefeito Eduardo Paes apresentou nesta sexta-feira (19/09) dois ônibus biarticulados que serão utilizados no sistema BRT (Bus Rapid Transit), corredor expresso para ônibus articulados. Os dois veículos, com capacidade para 270 passageiros cada – mais do que a capacidade de um Boeing – têm 28 metros de comprimento e vão operar nos corredores expressos Transoeste, que liga Santa Cruz à Barra da Tijuca, e Transcarioca, do Aeroporto Internacional Tom Jobim, na Ilha do Governador, à Barra. O modelo Volvo B340M biarticulado é totalmente fabricado no Brasil e é o maior ônibus em circulação no país. A princípio, os veículos serão usados no trajeto Alvorada/Mato Alto, da Transoeste”.
Como se lê na nota, os primeiros veículos passaram a circular “experimentalmente” no Corredor Transoeste. E agora estes mesmos veículos foram devolvidos pelas empresas Redentor e Translitoral aos fabricantes.
O consórcio BRT Rio afirma que o fim dos biarticulados reflete a crise que as empresas de ônibus atravessam no Rio de Janeiro. Crise que em 2017 atingiu seu ápice, com superlotação e buracos no asfalto, atos de vandalismo nas estações, e a constante polêmica entre empresas e a Secretaria de Transportes.
Isso sem falar na crise da tarifa, congelada pelo atual prefeito e rebaixada por duas vezes no ano por decisões judiciais. Enquanto em São Paulo a tarifa subiu agora em janeiro para R$ 4,00, no Rio continua no patamar de R$ 3,40.
Duas companhias faliram no ano passado e, desde 2015, oito empresas fecharam as portas.
Segundo o Rio Ônibus, duas companhias faliram em 2017, sendo que desde 2015, oito empresas já fecharam as portas.
EMPRESAS DE ÔNIBUS QUE JÁ FECHARAM NO RIO DE JANEIRO:
2017:
– Viação São Silvestre (Consórcio Intersul)
– Transportes Santa Maria
2016:
– Auto Viação Bangu (Consórcio Santa Cruz)
– Algarve (Consórcio Santa Cruz)
2015
– Translitorânea (Consórcio Intersul)
– Rio Rotas (Consórcio Santa Cruz)
– Andorinha (Consórcio Santa Cruz)
– Via Rio (Consórcio Internorte)
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes
Fonte: Diário do Transporte
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