sábado, 27 de janeiro de 2018

Empresa de ônibus no Rio parada por falta de pagamento de salários

Ônibus da VG. Clique na foto para ampliar
Paralisação afetou seis linhas
ADAMO BAZANI
Funcionários da empresa VG, do Rio de Janeiro, cruzaram os braços da manhã desta sexta-feira, 26.
Seis linhas foram afetas, sem ônibus no início das operações: 483,497,484,906,498,485.
Os trabalhadores dizem que a companhia de ônibus atrasou o pagamento dos salários.
Em nota, o Consórcio Internorte, diz que o atraso se deu porque ações judiciais trabalhistas que bloquearam o pagamento do Vale-Transporte, afetando a viação.  O consórcio também citou a crise financeira pela qual enfrentam as empresas de ônibus por causa dos congelamentos e reduções nos valores das tarifas.
“A empresa precisou adiar os pagamentos devido ao bloqueio de 100% do recebimento de Vale Transporte, por conta de ações trabalhistas oriundas de terceiros, além da crise financeira enfrentada por todo setor de ônibus com os dois congelamentos de tarifa (2017 e 2018)”
Ainda na nota, o Consórcio Internorte diz que tenta acionar um plano de contingência, mas tem encontrado dificuldades.
O Consórcio Internorte informa que vai tentar acionar um plano de contingência, nesta sexta-feira, para assumir as linhas operadas pela Viação VG. O plano de contingência, porém, enfrenta dificuldades de implantação devido aos impactos sofridos por todo o setor com o congelamento da tarifa pela Prefeitura em 2017 e 2018.
Desde a manhã desta sexta, rodoviários fazem uma paralisação na porta da garagem devido ao atraso dos salários de janeiro. A empresa precisou adiar os pagamentos devido ao bloqueio de 100% do recebimento de Vale Transporte, por conta de ações trabalhistas oriundas de terceiros, além da crise financeira enfrentada por todo setor de ônibus com a defasagem da tarifa.
É importante ressaltar que, desde o início do ano, as empresas vem alertando para as consequências da maior crise financeira do sistema rodoviário do Rio de Janeiro. Uma vez que a Prefeitura decidiu descumprir o contrato de concessão ela passa a ser a principal responsável pelo risco iminente de colapso do sistema.
A VG está negociando com seus funcionários e trabalha para normalizar a operação o mais rápido possível.

Desde 2015 não há reajuste no valor das tarifas. Naquele ano, a passagem foi fixada em R$ 3,80. Em 2017, a Justiça revogou dois aumentos aplicados pela gestão do ex-prefeito Eduardo Paes e a tarifa voltou a R$ 3,60 e depois R$ 3,40. Mas nesta semana, reivindicando o reajuste anual previsto em contrato, os consórcios de operação de ônibus no Rio conseguiram decisão judicial que determina tarifa de R$ 3,60. As companhias queriam ao menos R$ 4,00.
A prefeitura do Rio pode recorrer. A juíza estipulou dez dias para o reajuste ser aplicado a parti da notificação da prefeitura.

Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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