Paralisação afetou seis linhas
ADAMO BAZANI
Funcionários da empresa VG, do Rio de Janeiro, cruzaram os braços da manhã desta sexta-feira, 26.
Seis linhas foram afetas, sem ônibus no início das operações: 483,497,484,906,498,485.
Os trabalhadores dizem que a companhia de ônibus atrasou o pagamento dos salários.
Em nota, o Consórcio Internorte, diz que o atraso se deu porque ações judiciais trabalhistas que bloquearam o pagamento do Vale-Transporte, afetando a viação. O consórcio também citou a crise financeira pela qual enfrentam as empresas de ônibus por causa dos congelamentos e reduções nos valores das tarifas.
“A empresa precisou adiar os pagamentos devido ao bloqueio de 100% do recebimento de Vale Transporte, por conta de ações trabalhistas oriundas de terceiros, além da crise financeira enfrentada por todo setor de ônibus com os dois congelamentos de tarifa (2017 e 2018)”
Ainda na nota, o Consórcio Internorte diz que tenta acionar um plano de contingência, mas tem encontrado dificuldades.
“
O Consórcio Internorte informa que vai tentar acionar um plano de contingência, nesta sexta-feira, para assumir as linhas operadas pela Viação VG. O plano de contingência, porém, enfrenta dificuldades de implantação devido aos impactos sofridos por todo o setor com o congelamento da tarifa pela Prefeitura em 2017 e 2018.
Desde a manhã desta sexta, rodoviários fazem uma paralisação na porta da garagem devido ao atraso dos salários de janeiro. A empresa precisou adiar os pagamentos devido ao bloqueio de 100% do recebimento de Vale Transporte, por conta de ações trabalhistas oriundas de terceiros, além da crise financeira enfrentada por todo setor de ônibus com a defasagem da tarifa.
É importante ressaltar que, desde o início do ano, as empresas vem alertando para as consequências da maior crise financeira do sistema rodoviário do Rio de Janeiro. Uma vez que a Prefeitura decidiu descumprir o contrato de concessão ela passa a ser a principal responsável pelo risco iminente de colapso do sistema.
A VG está negociando com seus funcionários e trabalha para normalizar a operação o mais rápido possível.
Desde 2015 não há reajuste no valor das tarifas. Naquele ano, a passagem foi fixada em R$ 3,80. Em 2017, a Justiça revogou dois aumentos aplicados pela gestão do ex-prefeito Eduardo Paes e a tarifa voltou a R$ 3,60 e depois R$ 3,40. Mas nesta semana, reivindicando o reajuste anual previsto em contrato, os consórcios de operação de ônibus no Rio conseguiram decisão judicial que determina tarifa de R$ 3,60. As companhias queriam ao menos R$ 4,00.
A prefeitura do Rio pode recorrer. A juíza estipulou dez dias para o reajuste ser aplicado a parti da notificação da prefeitura.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Fonte: Diário do Transporte
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