Segundo imigrante, após ser acolhido por colegas e viação, nem se sentiu mais que estava numa terra até então nova
ADAMO BAZANI
A questão dos refugiados em todo o mundo ainda é marcada pelo preconceito.
Ultranacionalistas e pessoas desinformadas ainda propagam discursos de ódio com ideias como as que pregam que os refugiados tiram emprego, renda e significam ameaça à segurança dos países que os acolheram.
Mas instituições e empresas com visão humana de fato entendem que vários destes milhões de homens, mulheres e crianças espalhados por todo o mundo têm muito a oferecer para os cidadãos que os acolhem.
E nesta corrente de humanidade, as histórias de uma empresa de ônibus de Brasília e de um refugiado dos conflitos na Síria se encontram.
Formado em Engenharia Elétrica na Síria, Ahmed é hoje eletricista na Expresso São José se diz grato pelo emprego em si, mas também pelo acolhimento e amizades.
“Inicialmente, a vaga era para ser lavador de ônibus. Só que eles acharam que eu tinha mais qualificações do que as necessárias para esse cargo, e preferiram me colocar na manutenção elétrica … Achei um desafio para mim, mas eles contaram comigo, e diziam ‘a gente acredita em você, e você vai conseguir” – disse Ahmed ao portal da ACNUR, a Agência da ONU para refugiados.
A oportunidade a Ahmed veio por outra corrente do bem.
O diretor da Expresso São José, Adriel Lopes, viu uma matéria jornalística sobre refugiados e procurou o IMDH – Instituto Migrações e Direitos Humanos, instituição parceira da ACNUR.
A freira Rosita Milesi, diretora do IMDH, indicou Ahmed.
O engenheiro sírio chegou ao Brasil em 2014 e trabalhou por um mês como garçom, no Rio de Janeiro. O imigrante decidiu se mudar para Brasília, onde conheceu o instituto.
O início não foi fácil, mas a força de vontade fez a diferença positiva.
A conversa com a técnica em segurança do trabalho da Expresso São José, Ana Amélia Costa, se dava pelo aplicativo Google Tradutor.
A força de vontade de Ahmed em aprender um novo idioma motivou a profissional a estudar inglês e também crescer.
Hoje, Ahmed fala muito bem o português.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Fonte: Diário do Transporte
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