RENATO LOBO
No debate sobre a volta das velocidades máximas nas marginais Tietê e Pinheiros, prometida pelo prefeito eleito de São Paulo, João Doria, e a discussão sobre um eventual aumento no número de vitimas, argumento usado pelos críticos à medida do tucano, o presidente da Associação Brasileira do Veículo Elétrico, Ricardo Guggisberg, lembra que outras perdas ocorrem nas vias da cidade: mortes causadas pela poluição atmosférica.
“As pessoas não morrem apenas por causa dos acidentes de trânsito, milhares delas morrem todos os anos também por problemas causados pela poluição e pelas emissões de carbono” – afirmou Guggisberg em audiência pública da Comissão Permanente de Trânsito, Transportes, Atividade Econômica, Turismo, Lazer e Gastronomia da Câmara paulistana.
Segundo dados da ABVE o número de óbitos decorrentes da poluição é alarmantemente. Pesquisa de especialistas da USP, publicada na edição de setembro/dezembro do ano passado da “Revista Brasileira de Estudos da População”, mostra uma estimativa de 10.193 óbitos no Estado de São Paulo diretamente atribuíveis à poluição, só em 2015.
As informações dão conta de que 18.407 mortes ocorrerão no ano de 2030 e um total de 246.375 no período 2011-2030, caso a situação continue como a atual.
O estudo conta com o trabalho de pesquisadores como Cristina Guimarães Rodrigues (Fipecafi-USP), Evangelina Vormittag (Instituto Saúde e Sustentabilidade), Júlia Affonso Cavalcante (FFLCH-USP) e Paulo Saldiva (Faculdade de Medicina da USP).
Os especialistas indicam a urgência da mudança da matriz energética dos transportes e apontam para a melhoria na qualidade de vida que os veículos híbridos e elétricos podem trazer à sociedade.
Renato Lobo, técnico em Transportes Sobre Pneus e Trânsito Urbano
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