segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Projetos querem tarifa de ônibus por quilômetro rodado e Bilhete Único em Curitiba

Fonte: Diário do Transporte


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Iniciativas que foram arquivadas no final do ano passado são colocadas novamente em discussão na Câmara Municipal.  Linha Metropolitana volta a circular
ADAMO BAZANI
Dois projetos de lei sobre os transportes públicos em Curitiba querem mudar a forma de cobrança de tarifas de ônibus na capital paranaense.
De autoria do vereador Bruno Pessuti, uma das propostas visa alterar o parágrafo único do artigo 27 da lei municipal 12.597/2008, que rege o transporte coletivo. Segundo o vereador, em nota enviada pela Câmara Municipal, até a licitação do sistema, homologada em 2010, as empresas eram remuneradas por quilômetro rodado. Pessuti argumenta que o sistema de bilhetagem eletrônica dos ônibus municipais de Curitiba, que contabiliza os passageiros transportados, não é transparente e teve diversas falhas apontadas na CPI do Transporte, da qual foi relator no ano passado.
“A própria planilha da Urbs calcula o custo do transporte coletivo conforme a quilometragem, e daí esse valor e a média de passageiros são utilizados para calcular a tarifa técnica. Mas o que está acontecendo é que o número de pessoas transportadas está caindo ano a ano, o que gera um aumento proporcional do preço da passagem”, explicou na nota. O vereador acrescentou que a alteração na lei 12.597/2008 não aumentaria as despesas do poder público.
BILHETE ÚNICO E VOLTA DA LINHA CIC COLOMBO:
O mesmo vereador também propõe em Curitiba a adoção do Bilhete Único.
Hoje a maior parte das integrações na cidade é feita dentro das estações-tubo ou terminais.
Há também transferências para os ônibus metropolitanos gerenciados pela Comec, órgão do governo do Estado, mas no ano retrasado ocorreu a desintegração financeira da RIT – Rede Integrada de Transporte diminuindo as conexões com os ônibus metropolitanos.
O prefeito Rafael Greca e o governador Beto Richa já anunciaram que devem retomar a integração financeira da RIT.
Nesta segunda-feira, 16 de janeiro de 2017, às 8h30, no Salão Brasil da Prefeitura, os dois anunciam a volta da linha de ônibus Colombo-CIC, que, segundo a prefeitura, vai beneficiar 30 mil passageiros da capital e Região Metropolitana.
“Com a volta do Colombo/CIC, os passageiros poderão percorrer os 26 km do trajeto sem precisar mudar de ônibus. A data de início do funcionamento dos ônibus será anunciada durante o evento.” – diz nota do executivo municipal.
MEDIDA PODERIA ATRAIR MAIS PASSAGEIROS, DIZ VEREADOR:
De acordo com a proposta do vereador, a adoção do Bilhete Único permitiria integrações em qualquer ponto da capital paranaense de maneira mais rápida e confiável e seria um incentivo ao uso dos transportes coletivos que registram queda de demanda na cidade e região metropolitana.
“É uma forma de bilhetagem que existe em diversas cidades do mundo. O usuário pode embarcar em tantos ônibus quanto forem necessários, dentro do período de tempo em que for válido. No diário, por exemplo, o prazo é de 24 horas”, sustenta na nota.
O texto do projeto inclui parágrafo único ao artigo 26 da lei municipal 12.597/2008. Esse artigo diz que a tarifa dos ônibus será fixada com base em planilha de custos e resultados do sistema de transporte, após proposta de preço fixada pela Urbs. “O parágrafo único, então, se aprovado o projeto de lei em plenário, estipularia que “a tarifa poderá ser única, variável, exclusiva ou temporal, independentemente do valor da tarifa técnica calculada”.
Pessuti entende que essa redação permitiria à Prefeitura de Curitiba implantar o “bilhete único”.
Os dois projetos chegaram a tramitar na casa no ano passado, mas foram arquivados em dezembro. Como o vereador conseguiu se reeleger, foram apresentados novamente.
TODOS ASSENTOS PREFERENCIAIS:
Outro projeto na área de transportes para Curitiba é do vereador Helio Wirbiski. O parlamentar sugere que todos os assentos dos ônibus se tornem preferenciais para pessoas idosas, gestantes, deficientes ou com crianças de colo.
Na visão do vereador, também nota da câmara, os bancos prioritários hoje nos veículo não estão em número suficiente para a demanda.
“Os idosos, por exemplo, estão mais propícios ao desequilíbrio, devido à fragilidade ocasionada pela idade, principalmente quando colocados em situação de risco, como freadas bruscas ou colisões, assim como as pessoas com deficiência e crianças … É de conhecimento da população que não são raros os casos em que jovens não cedem lugar para gestantes ou idosos por se acharem no direito a um assento por serem pagantes. Não se trata apenas de uma questão de direito, mas de respeito, de solidariedade ao outro que se encontra em desvantagem em relação aos que apresentam melhores condições físicas”, argumenta Wirbiski, de acordo com a nota.
Adamo Bazani, jornalista especializados em transportes

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