quarta-feira, 9 de setembro de 2015

Anfavea: Produção de ônibus em queda. Urbanos levam a pior

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

ônibus urbano
Ônibus urbano. Por causa de crise econômica e nos cofres públicos, segmento é o que registra maior queda na produção. Foto: Adamo Bazani
Produção de ônibus cai 32,5% em oito meses, diz Anfavea
Situação dos urbanos é ainda mais crítica, com queda de 40,2%. Contas públicas interferem em resultado
ADAMO BAZANI
Com diversos setores da economia reduzindo os investimentos e com as contas públicas no vermelho, tanto da União, estados e municípios, a produção de ônibus no Brasil, que é considerado um dos termômetros da atividade econômica geral, dá uma marcha à ré.
De acordo com balanço divulgado nesta sexta-feira, 04 de setembro de 2015, pela Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, a produção de ônibus de janeiro a agosto deste ano registrou queda de 32,5% em comparação à semelhante período de 2014. Foram 16 mil 880 chassis nos oito meses deste ano até agora ante 25 mil 015 unidades de janeiro a agosto de 2014.
O segmento de urbanos é o que apresenta pior resultado. Com os empresários retraindo os investimentos, vendo parte da demanda cair por causa do desemprego nos diversos setores, com pendências em relação às licitações de sistemas municipais e metropolitanos e com obras de mobilidade urbana atrasadas (algumas prometidas para a Copa de 2014 sequer saíram do papel), a produção de ônibus urbanos caiu 40,2% de janeiro a agosto deste ano em comparação com o mesmo período de 2014, segundo a Anfavea. Foram produzidos 12 mil 428 ônibus urbanos nos oito primeiros meses de 2015. Em semelhante período de 2014, a produção de urbanos atingiu 20 mil 777 unidades.
Já o mercado de rodoviários vai bem para a conjuntura econômica atual. O crescimento no acumulado de janeiro a agosto foi de 5% também na comparação com o mesmo período de 2014. A definição do modelo de autorização de aproximadamente duas mil linhas rodoviárias interestaduais e internacionais com extensão superior a 75 quilômetros pela ANTT –Agência Nacional de Transportes Terrestres (um assunto que era motivo de uma queda de braço entre Governo Federal e empresas de ônibus desde 2008) e a necessidade natural de renovação de frota ajudam a explicar o número positivo. No entanto, em números absolutos, a produção de ônibus rodoviários é bem menor que a de urbanos. Entre janeiro e agosto deste ano, foram produzidos 4 mil 452 chassis de “ônibus para as estradas” ante 4 mil 238 do período do ano passado.
O mercado externo tem sido um refúgio para as fabricantes de ônibus, apesar de o volume ser bem menor que a produção para o país.
As exportações de ônibus brasileiros tiveram, segundo a Anfavea, alta de 5,3% entre janeiro e agosto deste ano, com 4.534 unidades ante 4.304 do acumulado dos oito meses de 2014.
Em números absolutos, a diferença entre ônibus rodoviários e urbanos quase desaparece. Em percentuais, os rodoviários novamente levaram a melhor. Foram embarcados 2.265 chassis rodoviários, alta de 24% em relação a janeiro-agosto do ano passado, e 2.269 urbanos, queda de 8,4%.
LICENCIAMENTOS:
Ainda segundo o balanço da Anfavea, foram licenciados 12.435 ônibus de janeiro a agosto deste ano, entre urbanos e rodoviários, uma queda de 29,9% em relação às 17.746 unidades acumuladas nos oito primeiros meses de 2014.
Em relação às marcas, a Iveco é a única com crescimento, mas o volume absoluto chega a 895 unidades apenas. Continua liderando a Mercedes-Benz, apesar da queda:
1º) Mercedes-Benz: 6.300 ônibus – queda de 19% no acumulado do ano até agora.
2º) MAN/Volkswagen Caminhões e Ônibus: 2.639 ônibus  – queda de 43,2% no acumulado do ano até agora.
3º) Agrale (contando também os miniônibus Volare): 1.706 ônibus – queda de 46,6% no acumulado do ano até agora.
4º) Iveco (contando também com o miniônibus CityClass): 895 ônibus – alta de 120,4 % no acumulado do ano até agora.
5º) Volvo: 641 ônibus – queda de 39% no acumulado do ano até agora.
6º) Scania: 223 ônibus – queda de 64,9% no acumulado do ano até agora.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

Nenhum comentário:

Postar um comentário