quarta-feira, 2 de setembro de 2015

ENTREVISTA – Comil Invictus 1200: novos espaços

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

Comil Invictus 1200
Comil Invictus 1200. Segundo a fabricante, modelo atende às exigências de economia, operação e design por parte de frotistas e passageiros. Foto: Adamo Bazani
Modelo da encarroçadora gaúcha tem solução que permite área mais ampla para motorista sem comprometer salão de passageiros
ADAMO BAZANI
Uma das novidades da Transpúblico 2015, evento sobre mobilidade urbana e produtos relacionados aos transportes, realizado na zona Sul da Capital Paulista, o Comil Invictus 1200 é um ônibus, segundo a fabricante, que busca preencher um espaço no mercado no qual a Comil precisava oferecer uma opção renovada em relação à linha da empresa Campione, que continua em produção.
E por falar em espaço, é justamente um melhor aproveitamento da área total da carroceria uma das apostas da Comil com o modelo para conquistar mais frotistas a optarem pela marca.
Blog Ponto de Ônibus conversou com o engenheiro de vendas da Comil, Luciano Cesar Tedesco, que reconhece que a empresa precisava se atualizar neste segmento de ônibus.
“Havia esta necessidade no mercado. A Comil não estava oferecendo ainda um produto nesta categoria que atendesse plenamente ao que o frotista quer para operar os serviços. O Invictus vem suprir estas necessidades, com design mais moderno e soluções que aumentam a economia na operação e ampliam o conforto tanto para o motorista como para o passageiro” – disse Tedesco.
A estrutura do Invictus é a mesma de outros modelos, tendo sido apresentada em 2006, o que, segundo Tedesco, é uma garantia de qualidade pela aprovação tanto em testes de produção como pelo mercado.
“Para se ter uma ideia, submetemos ao protótipo a severos testes de água e não houve infiltração. Este é um dos pontos que mais empresários e passageiros se preocupam”- disse
Apesar do uso da estrutura tradicional, o engenheiro garante que o ônibus não se resume a uma reestilização.
Comil Invictus
Lanterna traseira não “extravasa” para as laterais, mas por causa da curvatura da carroceria, pode ser visualizada de lado. Solução evita que conjunto ótico seja danificado em pequenas batidas em manobras. Foto: Adamo Bazani.
O veículo tem espelhos retrovisores, painel do motorista com multimídia e conjuntos óticos dianteiro e traseiro mais modernos. O sobreteto faz parte da carroceria, não é colado. Além disso, há soluções que aproveitam melhor a área da carroceria, ampliando os espaços tanto do motorista como dos passageiros.
Uma das soluções para este melhor resultado, segundo Tedesco, é a divisória entre a cabine do motorista e o salão dos passageiros em curva. No lado direito, ela é mais avançada e no lado esquerdo é mais recuada, ampliando o espaço do condutor.
“Isso é fundamental. Hoje o frotista está mais consciente de que o bem estar do motorista é uma questão humana acima de tudo e que também reflete em maior produtividade e retorno para o negócio. Ao mesmo tempo ele sabe que o passageiro está mais exigente, quer qualidade. Um ônibus onde se viaja sem apertos é garantia que o passageiro vai escolher a empresa que oferece este veículo numa viagem rodoviária” – disse Tedesco.
O espaço entre as poltronas, na categoria semi-leito, exibida na Transpúblico é de 35 centímetros.
“O corredor é mais largo. Dois centímetros a mais que fazem a diferença para uma locomoção melhor dentro do ônibus padrão rodoviário” – disse Tedesco que acrescentou que a altura interna do veículo é de 1,96 m.
O espaço do bagageiro também é outra preocupação do frotista. Isso porque, em viagens longas, para as quais o modelo é indicado, normalmente os passageiros transportam volumes maiores. Além disso, várias empresas de ônibus hoje trabalham com entregas de encomendas pelos veículos, sendo necessário mais espaço. O bagageiro do modelo tem 14,6 metros cúbicos.
Os faróis já vêm com luzes diurnas, que vão se tornar obrigatórios no ano que vem. Os conjuntos óticos são de led, que além de possibilitarem melhor iluminação conferem um ar mais moderno ao veículo.
Outra solução estrutural que pode significar economia é a curvatura da lataria que impede com que as lanternas “extravasem” para a parte de trás das laterais do ônibus.
“Isso é essencial porque se eventualmente o ônibus raspar em algum obstáculo numa manobra, não vai atingir o conjunto ótico que é mais caro para ser trocado. A solução da curvatura faz com que as lanternas só fiquem na traseira, mas que possam ser visualizadas de lado também” – explicou.
Comil Invictus 1200
Solução de divisória em curva entre o salão de passageiros e a cabine do motorista aumenta espaço do condutor sem comprometer área onde ficam os viajantes. Foto: Adamo Bazani
Comil Invictus 1200
Corredor mais largo e espaço entre as poltronas, segundo a Comil, amplia conforto nas viagens. Foto: Adamo Bazani
Ainda de olho em mais novidades na legislação, a Comil já desenvolveu o Invictus para oferecer plataformas elevatórias para cadeira de rodas . Portaria número 269, do “Inmetro – Instituo Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia” determina que no lugar da cadeira de transbordo para passageiros com deficiência, considerada pouco prática e insegura pelo órgão, seja instalado um elevador para cadeira de rodas, como nos ônibus urbanos. A previsão é de que a portaria entre em vigor a partir de 31 de março de 2016, quando nenhum ônibus rodoviário zero quilômetro poderá sair de fábrica com a cadeira de transbordo.
O Comil Invictus é indicado para transportes de média e longa distância, inclusive para fretamento e turismo, mas um dos alvos principais da encarroçadora são as linhas regulares rodoviárias.
A ANTT – Agência Nacional de Transportes Terrestres finalmente determinou o modelo de operação de cerca de duas mil linhas rodoviárias interestaduais e internacionais com extensão superior a 75 quilômetros. A ANTT e as empresas de ônibus divergiam do modelo de concessão das linhas desde 2008 quando terminava o prazo das concessões a título precário dos serviços. O governo federal queria dividir o sistema em 56 lotes dentro de 18 grupos, o que, segundo os empresários poderia desmantelar estruturas operacionais já estabelecidas.
Agora o modelo será por autorizações individuais, por linhas, semelhante à aviação civil.
Mas a exigência de renovação de frota continua. Para se ter uma ideia, de acordo com a Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, por causa da atual crise econômica, a produção de ônibus acumula entre janeiro e julho deste ano queda de 28,9% em relação a igual período de 2015. No entanto, o segmento de rodoviários vive outro cenário: enquanto os urbanos registram queda no período de 36%, com um acumulado de 11 mil 812 unidades, a produção de rodoviários tem alta de 6,7% com 3 mil 948.
“Queremos ver o Invictus como parte da paisagem das estradas brasileiras. O veículo tem qualidade e é uma solução para os transportes rodoviários” – disse Tedesco, sem, no entanto, arriscar uma estimativa de percentual que o modelo pode conseguir no mercado.
AINDA SOBRE A TRANSPÚBLICO E CONGRESSO NACIONAL DA NTU, CONFIRA AS PREMIAÇÃO DA ANTP SOBRE AS MELHORES EMPRESAS DE TRANSPORTES DO PAÍS:
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes.

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