De acordo com relatório da WRI, País deve ter aumento de fontes energéticas que produzam poluição e transportes individuais causam preocupação
ADAMO BAZANI
As expectativas em relação às emissões de poluentes não são positivas no Brasil para os próximos anos, mas há ações que podem ser adotadas de maneira urgente para que o quadro possa ser revertido, mesmo que parcialmente. Entre estas ações, estão investimentos em sistemas de transportes por ônibus com maior eficiência, principalmente a ampliação das redes de corredores exclusivos BRT, e a expansão do transporte metroferroviário.
A conclusão é da organização internacional WRI – World Resources Institue, de pesquisa sobre o meio ambiente, e faz parte do relatório Oportunidades e Desafios para Aumentar Sinergias entre as Políticas Climáticas e Energéticas no Brasil, divulgado na última segunda-feira, 21 de setembro de 2015. O Blog Ponto de Ônibus teve acesso à integra do relatório.
Segundo a entidade, que reúne especialistas do Brasil e de outros países, deve crescer a participação de fontes poluentes na matriz energética do País nos próximos anos.
De acordo com o relatório, 71% dos investimentos que devem ser realizados até 2022 para o setor de energia no Brasil vão contar com fontes de altas emissões de gases de efeito estufa. Estes investimentos devem ser de cerca de US$ 500 bilhões.
A principal preocupação é em relação ao setor de transportes, tanto de cargas como de passageiros.
Segundo o documento, há duas realidades diferentes em relação às emissões de poluentes no Brasil. Enquanto que a poluição gerada pelos desmatamentos caiu 74% entre 2005 e 2011, a poluição pela matriz energética subiu 24% no mesmo período.
Os dados são do Ministério da Ciência e Tecnologia e fazem parte do relatório.
O estudo usou também informações do Ministério de Minas e Energia e da Empresa de Pesquisa Energética. São responsáveis pelo estudo o professor do Instituto de Energia e Ambiente da USP- Universidade de São Paulo, Oswaldo Lucon, a coordenadora de projetos de clima no WRI Brasil, Viviane Romeiro, e a diretora do Open Climate Network, Taryn Fransen.
Os especialistas são enfáticos ao afirmar no texto do relatório que o investimento em transportes públicos é essencial para reduzir os níveis de poluição e também para aumentar a qualidade de vida.
“O setor de transportes é a principal fonte das emissões de gases do efeito estufa relacionadas à energia. O uso de biocombustíveis que não causem mudanças negativas no uso da terra, juntamente com o transporte de massa e meios de transporte não motorizados podem rapidamente conter as emissões do setor. Até o momento, com exceção de poucas cidades, o Brasil ofereceu apenas incentivos limitados no sentido de uma mudança para modos de transporte mais eficientes, como ferrovias e BRT. Tal mudança traria benefícios locais significativos e melhoraria a qualidade de vida.”
O relatório também sugere o incentivo para que as indústrias busquem eficiência, maiores investimentos em energia solar e eólica até 2030 e que o Brasil concilie políticas energéticas e climáticas com os programas de investimentos.
O relatório completo você confere nestes links:
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
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