Outra estimativa da montadora está no setor de fretamento, que deve começar a se recuperar
ADAMO BAZANI
A MAN-Volkswagen já começa a sentir um aquecimento, mesmo que gradativo, no mercado de ônibus e caminhões. A companhia, que já chegou a ter três turnos de operação na planta de Resende, no Rio de Janeiro, ainda opera com apenas um turno, mas recentemente recontratou 160 funcionários por causa do aumento da procura pelos veículos comerciais de grande porte.
O gerente nacional de vendas de ônibus da MAN, Jorge Carrer, acredita que ainda não serão alcançados em curto prazo, os volumes de produção e de vendas da época anterior à crise, mas a recuperação já está ocorrendo.
O Diário do Transporte conversou com Carrer durante o evento do setor de fretamento promovido pela ANTTUR – Associação Nacional dos Transportadores de Turismo e Fretamento (Brasil Fret), e Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo (18º Encontro de Empresas).
Sobre especificamente o fretamento, Carrer afirmou que é o maior mercado hoje dos ônibus Volkswagen. Por causa disso, ainda de acordo com o executivo , a marca comercializa versões específicas para este segmento do modelo 17-230 OD (motor dianteiro). Ou seja, nas palavras do gerente nacional de vendas, não se trata apenas de um chassi urbano que recebe carroceria rodoviária.
“A gente sempre teve versões específicas para aplicação de fretamento, desde micro-ônibus com entre-eixos específicos para fretamento, até os ônibus maiores, com motores dianteiros. Há diferenças nos sistemas de suspensão, de balanço do carro (distância ente os eixos dianteiro e traseiro e os para-choques), de relação de diferencial. Tudo isso para garantir que o modelo urbano e de fretamento tenham seu melhor desempenho especificamente para cada operação” – comentou
“O ônibus de fretamento tem menos para e anda que o urbano, então adaptamos o diferencial, melhorando o desempenho e reduzindo o consumo de combustível. O fretado não tem a porta traseira como o urbano, então, dá para fazer um entre-eixos maior e aumentar a capacidade do bagageiro” – completou.
SÃO PAULO COM PISO BAIXO DA MAN:
A licitação dos transportes coletivos da Capital Paulista, que depende da aprovação pela Câmara Municipal de uma alteração da Lei de Mudanças Climáticas para definir o novo cronograma de ônibus menos poluentes, também está no radar da MAN-Volkswagen, mas o foco ainda são os ônibus a diesel.
De acordo com Jorge Carrer, além dos micro-ônibus, segmento que a marca já tem presença maior no subsistema local (ex-cooperativas) e dos ônibus midis e convencionais com motor dianteiro, como 15.190 OD e o 17.230 OD, a aposta é conseguir parte do mercado de ônibus de maior capacidade, os padrons, de 12 a 13,2 metros de comprimento, com piso baixo e motor traseiro, uma exigência da SPTrans – São Paulo Transporte (gestora local) para a maior parte do subsistema estrutural (empresas de linhas maiores). E o modelo da MAN para isso é o 18.280 OT, que foi testado em linhas com características diferentes, como das empresas Express e Ambiental (zona Leste), Viação Gato Preto e Viação Santa Brígida (zona Oeste) e Metra, que apesar de não ser empresa da Capital Paulista, trafega em trechos da cidade de São Paulo e dá dimensões de como é o desempenho do modelo em corredores.
“Para nós foi até bom que a licitação atrasou um pouco porque deu tempo de aperfeiçoar nosso ônibus de transmissão ‘automática’, piso baixo e motor traseiro. Já podemos colocar um grande volume deste modelo na Capital” – disse Jorge que complementou relacionando algumas das características do 18.280 OT.
“Eu digo que o 18.280 OT é melhor ônibus que a gente já teve porque nos testes que a gente fez, primeiro os internos, depois comprovando na prática, foi possível ver que é um modelo extremamente confiável, robusto e que tem um desempenho operacional e de custo extremamente vantajoso. Vamos brigar igual para igual para competidores que estão há mais tempo no mercado neste segmento. Uma das vantagens do modelo são as possibilidades de parametrização, tanto da transmissão automática que conta com módulos eletrônicos quanto da própria motorização eletrônica Euro V” – explicou.
Segundo Jorge, na garagem e sem custo para os empresários, os representantes da MAN-Volkswagen podem personalizar e ajustar o veículo de acordo com o tipo da linha operada pelos ônibus.
OUÇA A ENTREVISTA:
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Fonte: Diário do Transporte
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