Situação do segmento de ônibus urbanos é ainda pior, com queda de 43,4%
ADAMO BAZANI
A crise econômica persiste, o que afeta diretamente os setores que expressam o nível de investimento de diversos seguimentos do país, como a produção de ônibus e caminhões.
De acordo com o balanço divulgado nesta quinta-feira, 5 de maio de 2016, pela Anfavea -Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores, a produção de ônibus no Brasil entre janeiro e abril deste ano teve recuo de 39,2% em relação ao mesmo período de 2015, que já registrou números negativos expressivos
De acordo com o balanço, nesse período, foram produzidos em 2016, 5.924 chassis de ônibus contra 9.747 de janeiro a abril de 2015.
Como a crise econômica e fiscal atinge diretamente os cofres públicos, afetando assim os investimentos em mobilidade urbana, o setor de ônibus urbanos foi o que mais registrou queda, de acordo com a Anfavea. A produção de janeiro a abril de 2016 recuou 43,4% em relação ao mesmo período de 2015. Foram fabricados neste ano 4.338 chassis de ônibus urbanos ante 7.659 do período de janeiro a abril de 2015.
Estes números são refletidos na prática nos planejamentos de fabricantes de chassis e carrocerias de ônibus.
Nesta terça-feira, 3 de maio de 2016, em teleconferência com analistas de mercado, a Marcopolo anunciou que admite a possibilidade de estudar o fechamento de plantas de fabricação de carrocerias, sendo as plantas de ônibus urbanos no Rio de Janeiro, tanto da marca como da Neobus, as mais cotadas para um eventual fechamento. Relembre neste link: http://wp.me/p18rvS-6mv.
Outras fabricantes de ônibus também encerraram as atividades de plantas fabris por causa da crise econômica brasileira.
No dia 28 de janeiro, a Comil anunciou o encerramento da produção de ônibus urbanos na fábrica de Lorena, no interior de São Paulo. Em torno de 200 trabalhadores foram demitidos.
A empresa concentra agora toda a produção na sede em Erechim, no Rio Grande do Sul.
No dia 5 de fevereiro foi a vez da Ibrava – Indústria Brasileira de Veículos Automotores anunciar o encerramento temporário das atividades na planta de Feliz, no Rio Grande do Sul. Foram demitidos inicialmente 70 funcionários. A empresa é especializada na fabricação de micro-ônibus, a maior parte deles para linhas urbanas.
A produção de ônibus rodoviários também registra expressiva queda, porém menor que a dos ônibus urbanos. Entre janeiro e abril de 2016, foram produzidos 1.586 chassis de ônibus rodoviários contra 2.088 no mesmo período de 2015, o que representa queda de 24%.
MARCAS E LICENCIAMENTOS:
Se a produção cai, os licenciamentos acompanham situação semelhante.
De acordo com balanço da Anfavea, divulgado nesta quinta-feira 5 de maio, os licenciamentos de ônibus de janeiro a abril de 2016 tiveram queda de 46,3% em comparação ao mesmo período de 2015, somando 3.636 unidades ante 6.767 de 2015.
Confira:
1º) Mercedes-Benz – 1.844 ônibus – queda de 44,4%
2º) MAN/Volkswagen Caminhões & Ônibus – 697 ônibus – queda de 54,2%
3º) Agrale – incluindo minionibus Volare – 635 ônibus – queda de 29,3%
4º) Volvo – 224 ônibus – queda de 50,3%
5º) Iveco – 146 ônibus – queda de 70,7%
6º) Scania – 84 ônibus – alta de 40%
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
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