terça-feira, 25 de abril de 2017

Transoceânica: corredor de ônibus de Niterói fica mais caro

Sistema seria o primeiro BHLS - Bus with High Level of Service da América do Sul - Foto divulgação: estação aquaviária de Charitas
Valor da Transoceânica aumentou 24%; prefeitura de Niterói gastará mais R$ 36 milhões com 11 estações
ALEXANDRE PELEGI
A Transoceânica é considerada por muitos como a maior obra da história de Niterói. Aguardada por décadas, ela começou a sair do papel em setembro de 2014, prometendo transformar o transporte público de massa na região. Com a presença dos ministros Miriam Belchior (Planejamento) e Gilberto Occhi (Cidades), o então prefeito da cidade, Rodrigo Neves, assinou a ordem de início das obras do BRT TransOceânica, principal projeto de reestruturação urbana da cidade.
À época, o prefeito anunciou a obra como sendo o primeiro BHLS da América do Sul. BHLS é a sigla em inglês para Bus with High Level of Service, ou “ônibus de serviço de alto nível”. Um sistema como esse existe no Reino Unido, transportando 3,6 milhões de pessoas por ano entre Cambridge, St Ives e Huntingdon.
Prevista para ser realizada em parceria com o governo federal, a obra estava avaliada em R$ 310 milhões, suficientes para os 9,3 quilômetros de extensão com 13 estações e dois túneis. O prazo de execução da obra foi anunciado como sendo de 24 meses. A capacidade do BRT (ou BHLS, ou ainda BHS como agora é chamado) está prevista para transportar 80 mil passageiros por dia.
Passados mais de dois anos e meio e sete reajustes, o projeto (prometido para setembro de 2016), ficou mais caro: R$ 384,8 milhões, um aumento de 24%. E o mais caro pode encarecer mais: o contrato firmado com o Consórcio Transoceânico inclui apenas duas das 13 estações de embarque previstas para o corredor de ônibus. Para construí-las (as outras 11 estações), a prefeitura deve aplicar cerca de R$ 36 milhões, oriundos do empréstimo com a Cooperação Andina de Fomento (CAF). O valor final da obra pode passar de R$ 420 milhões.
O Portal da Transparência da prefeitura de Niterói informa que desde 2014 o Consórcio Transoceânico, formado pelas empreiteiras Constran e Carioca Engenharia, recebeu mais de R$ 280 milhões, ou 90% do valor originalmente acordado. Até agora, segundo a prefeitura. 70% das obras estavam concluídos até janeiro de 2017.
O Túnel Charitas-Cafubá (aberto na Serra do Preventório, ligando os bairros de Charitas a Cafubá, em Niterói), um dos pontos mais festejados do projeto, será aberto ao tráfego no dia 6 de maio, após uma série de adiamentos. As duas galerias da travessia de 1,3 quilômetro terão uma pista para os ônibus BHS, duas para carros e uma ciclovia em cada sentido.
Veja vídeo produzido pela Prefeitura de Niterói sobre o projeto da Transoceânica: //www.youtube.com/embed/NOLLFMd12ao?rel=0
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

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