ADAMO BAZANI
Mais quatro ônibus foram destruídos na madrugada deste sábado em novos ataques criminosos na Zona Oeste do Rio de Janeiro.
Os ataques foram uma reação de criminosos a uma operação policial do 27º Batalhão de Polícia Militar (BPM), em Santa Cruz.
Os policiais estavam em patrulhamento e se depararam com um grupo de homens armados na madrugada deste sábado. Na troca de tiros, segundo a polícia, um dos suspeitos morreu.
Durante a operação, também foram mortos Jaime de Souza Pires, conhecido como Tyrson, que, de acordo com a PM, comandava o tráfico de drogas na região e Renato Gomes Batista, apelidado de Bodão, apontado pelos policiais como o segundo homem na hierarquia do tráfico local.
Na mesma operação, os policiais apreenderam um fuzil AK-47, uma pistola 9mm e quatro granadas.
De acordo com a Fetranspor, a federação que reúne as companhias de ônibus do Estado, apenas neste ano, de 1º de janeiro até 17 de junho, foram registrados 62 casos, o que representa um aumento de 148% em relação ao mesmo período de 2016, quando foram registrados 25 incêndios criminosos.
Somente nesta semana foi o sexto ataque a ônibus na zona oeste.
Nesta madrugada, três ônibus da Auto Viação Palmares – dois da linha 840 (São Fernando X Campo Grande) e um da 849 (Base Aérea de Santa Cruz x Campo Grande) – e um veículo da Transportes Barra, linha 756 (Santa Cruz X Coelho Neto), foram incendiados por criminosos na Avenida Antares, em Santa Cruz. Os veículos estavam fora de operação e seguiam para seus respectivos pontos finais. – informa a Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro.
Ainda de acordo com a Fetranspor, desde janeiro de 2016, já foram registrados 105 ônibus destruídos incêndios criminosos no Estado. O prejuízo ultrapassa a R$ 46 milhões.
As empresas ainda explicam que não há seguro para esse tipo de sinistro nos ônibus e que as companhias não estão em condição de repor os veículos já que há um desequilíbrio econômico e financeiro em razão do congelamento das tarifas da capital.
“O prejuízo do setor ultrapassa R$ 46 milhões desde janeiro de 2016, recursos que poderiam ser investidos em melhorias no sistema de transporte.
Como não há seguro para esse tipo de sinistro, as empresas absorvem todo o custo de reposição, e os passageiros são os principais prejudicados com a redução da oferta de transporte.
Diante dos graves efeitos do desequilíbrio econômico-financeiro das empresas do Rio com a não concessão do reajuste da tarifa, somada à crise financeira que reduz o número de passageiros e à recente escalada de ataques criminosos aos ônibus no Estado do Rio, não há viabilidade para a reposição dos veículos destruídos.
Vale lembrar que um ônibus novo com ar-condicionado tem custo aproximado de R$ 450 mil. Em seis meses, um ônibus pode transportar cerca de 70 mil passageiros.”
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Fonte: Diário do Transporte
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