segunda-feira, 26 de junho de 2017

TransOceânica: sistema de macrodrenagem deixará obra mais cara em R$ 32 milhões

Foto: prefeitura de Niterói (simulação)
Este será o sétimo aditivo à obra. Por exigência ambiental, prefeitura de Niterói vai criar sistema de macrodrenagem para o Morro do Jacaré, visando corrigir problema histórico de alagamentos na Região Oceânica
ALEXANDRE PELEGI
O Instituto Estadual do Ambiente (Inea) fez 127 exigências ambientais para autorizar a obra do BRT Transoceânica na cidade de Niterói (RJ).
Após seis aditivos, o corredor BRT, anunciado em 2014 como o principal projeto de reestruturação urbana da cidade, terá mais um custo, avaliado em R$ 32,1 milhões.
Este será o sétimo aditivo à obra, para que a prefeitura de Niterói possa criar um sistema de macrodrenagem para o Morro do Jacaré, visando corrigir um problema histórico de alagamentos na Região Oceânica.
A obra foi uma exigência do Inea em relatório publicado já em março de 2014, portanto antes da licitação da Transoceânica, feita em junho daquele ano. Apesar disso, a intervenção agora deverá ser feita por meio de um novo aditivo ao contrato, o sétimo firmado pelo município com o Consórcio Transoceânica (Constran).
O valor deste aditivo, de R$ 32,1 milhões, representa mais de 10% do valor inicial da obra, de R$ 310 milhões.
Com todos os aditivos já firmados, o custo da obra salta para R$ 417,6 milhões, 17,6% a mais do que o valor inicial atualizado, de R$ 355,1 milhões.
A alegação da prefeitura é de que a obra de macrodrenagem do Jacaré não entrou na licitação da Transoceânica devido às condicionantes ambientais do Inea terem sido recebidas seis meses após a contratação da obra, feita a partir da licença prévia do órgão. Ainda segundo a prefeitura, o novo termo aditivo é a opção de menor impacto logístico e financeiro no cronograma geral da obra.
O início da primeira etapa da obra está marcado para a próxima semana, dia 3 de julho. Outras três etapas se seguirão, com seguidas interdições de trânsito no trecho. A quarta e última etapa está prevista para começar em outubro, com duração de quatro meses.
A prefeitura promete manter o prazo de entrega atual, com previsão para o primeiro trimestre do ano que vem.
HISTÓRICO:
A Transoceânica é considerada por muitos como a maior obra da história de Niterói. Aguardada por décadas, ela começou a sair do papel em setembro de 2014, prometendo transformar o transporte público de massa na região. Com a presença dos ministros Miriam Belchior (Planejamento) e Gilberto Occhi (Cidades), o então prefeito da cidade, Rodrigo Neves, assinou a ordem de início das obras do BRT TransOceânica, principal projeto de reestruturação urbana da cidade.
À época, o então prefeito anunciou a obra como sendo o primeiro BHLS da América do Sul. BHLS é a sigla em inglês para Bus with High Level of Service, ou “ônibus de serviço de alto nível”. Um sistema como esse existe no Reino Unido, transportando 3,6 milhões de pessoas por ano entre Cambridge, St Ives e Huntingdon.
Prevista para ser realizada em parceria com o governo federal, a obra estava avaliada em R$ 310 milhões, suficientes para os 9,3 quilômetros de extensão com 13 estações e dois túneis. O prazo de execução da obra foi anunciado como sendo de 24 meses. A capacidade do BRT (ou BHLS, ou ainda BHS como agora é chamado) está prevista para transportar 80 mil passageiros por dia.
Leia outras matérias sobre a Transoceânica publicadas no Diário do Transporte:
Transoceânica: corredor de ônibus de Niterói tem novos prazos de entrega: https://diariodotransporte.com.br/2017/05/28/transoceanica-corredor-de-onibus-de-niteroi-tem-novos-prazos-de-entrega/
Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transporte

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