Muitos dos veículos não tinham sequer dois anos de fabricação
ADAMO BAZANI
Enquanto Prefeitura do Rio de Janeiro, empresas de ônibus e Ministério Público travam uma verdadeira queda de braços em relação aos ônibus com ar condicionado, são os bandidos que têm determinado os investimentos e a quantidade de veículos em circulação com este dispositivo.
Dados da Fetransport, a federação que representa as empresas de ônibus do Estado do Rio de Janeiro, mostram que 46% dos veículos destruídos pelos criminosos em incêndios desde 2016, já tinham ar-condicionado, uma exigência da prefeitura após acordo com o Ministério Público, ainda na gestão de Eduardo Paes.
Em várias declarações, o atual prefeito Marcelo Crivella chegou a relacionar o congelamento das tarifas ao não cumprimento da meta de 100% de ônibus com ar-condicionado, que deveria ter sido concluída no final de 2016. Relembre: https://diariodotransporte.com.br/2017/04/21/crivella-diz-que-sem-ar-condicionado-nos-onibus-tarifas-nao-aumentam-no-rio-de-janeiro/
Do total de 107 o ônibus destruídos pelos criminosos, que parecem agir livremente no Rio de Janeiro, 55 tinham ar condicionado.
Somente no ano de 2016, desses ônibus com ar, 11 não tinham se quer dois anos de fabricação.
A Fetranspor ainda informou que dos 107 ônibus destruídos em incêndios no Rio de Janeiro nos últimos dois anos, 45 prestavam linhas metropolitanas ligando a capital aos municípios vizinhos, em trajetos de longa distância.
Na última nota sobre o assunto, a Federação calcula em R$ 47 milhões os prejuízos às empresas e ao sistema. Segundo a entidade, por mês, cada ônibus pode atender em média a 70 mil passageiros.
Não existe seguro contra incêndio para ônibus no mercado, assim as empresas têm de arcar sozinhas com prejuízo dos veículos que 0km podem ter preços entre R$ 400 mil e R$ 1 milhão.
Um modelo com ar-condicionado pode custar até 25% mais que um similar sem o equipamento.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
Fonte: Diário do Transporte
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