domingo, 9 de agosto de 2015

Alckmin promete “socorrer” Mercedes-Benz para evitar duas mil demissões

Fonte: Blog Ponto de Ônibus

ônibus Mercedes-Benz
Ônibus Mercedes-Benz. Alckmin pode liberar créditos do ICMS para evitar demissões, como fez com GM no ano passado
Governo do Estado estuda alternativas. Uma delas seria liberar créditos do ICMS. Produção de caminhões e ônibus está totalmente parada em São Bernardo do Campo
ADAMO BAZANI
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, declarou que o estado vai tomar medidas para tentar evitar uma demissão em massa na Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo, no ABC Paulista.
Uma das alternativas em estudo é a liberação de créditos do ICMS – Imposto sobre Circulação de Bens e Serviços pelo programa Pró-Veículo, criado para incentivar a modernização das plantas industriais do setor.
O governo do estado já liberou créditos do imposto pelo programa em 2012, quando a General Motors ameaçou demitir mil e 500 trabalhadores. O dinheiro foi concedido para a modernização da fábrica de São José dos Campos, no interior de São Paulo. A GM não realizou os cortes após ter recebido os créditos.
Nesta semana, o secretário estadual de Emprego e Relações do Trabalho, José Luiz Ribeiro, deve se reunir com o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, Rafael Marques, para discutir quais ações podem ser tomadas.
Desde a última sexta-feira, dia 07 de agosto, até o próximo dia 21 de agosto, toda a produção de ônibus, caminhões e componentes da Mercedes-Benz está parada na planta de São Bernardo do Campo, a principal da empresa no País.
A Mercedes informa que existem hoje na unidade aproximadamente 2 mil trabalhadores “excedentes”
A fabricante ainda diz que a crise econômica brasileira gerou fortes impactos em diversos setores e restringiu os investimentos públicos diminuindo “drasticamente” a demanda por veículos comerciais, como ônibus e caminhões.
De acordo com dados da Anfavea- Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores no acumulado entre janeiro e julho deste ano, a queda na produção geral de veículos foi de 18,1% em relação ao mesmo período de 2014. Os segmentos de comerciais pesados ainda são os mais afetados já que refletem a situação de outros setores e dos cofres públicos que financiam obras de mobilidade urbana. A produção de ônibus teve retração de 28,9% e a de caminhões registrou desempenho pior ainda, de 45,4%.
A queda de licenciamentos de ônibus Mercedes-Benz foi de 15,2%.  Em relação aos caminhões da marca alemã, o quadro é o seguinte: -15,1% para semileves, -28,8% para leves, – 19% para médios, -37,4% para semipesados, – 61,6% para pesados.
Os números da Mercedes-Benz não chegam a ser os piores entre as marcas. No segmento de ônibus, a Scania teve queda de 73,7% nos licenciamentos e, entre os caminhões pesados, por exemplo, a Ford teve baixa de 64% entre janeiro e julho deste ano em comparação com igual período de 2014, de acordo com os dados da Anfavea.
MERCEDES-BENZ PODE ADERIR AO PPE
Na metade do ano, foram cortados 500 trabalhadores da Mercedes, dois quais 250 colocados em lay-off e 250 desligados.
Desde o dia 14, a empresa está com um PDV – Programa de Demissão Voluntária, mas a adesão está baixa.
O PDV vai até o próximo dia 14.
No início de julho, a Mercedes propôs a redução da jornada de trabalho em 20% e dos salários em 10% em troca de estabilidade por um ano, mas 74% dos trabalhadores rejeitaram.
A montadora diz que pode rever os cortes caso seja aplicado na empresa o PPE – Programa de Proteção ao Emprego, pelo qual a redução dos salários pode chegar a 30%, mas com 15% sendo cobertos pelo FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador.
A empresa informou que vem tentando evitar cortes com medidas como as demissões voluntárias, diminuição da quantidade de dias trabalhados na semana, férias coletivas, lay-off, mas as ações têm sido insuficientes porque a desaceleração das vendas de veículos comercias está bem maior que o previsto no início do ano.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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