Saldo geral de financiamentos para veículos deve ser reduzido em mais de 10% neste ano, segundo Anef
ADAMO BAZANI
Mesmo com juros maiores que no ano passado, mas ainda convidativos, e com cobertura reduzida de 100% para 70% do valor do veículo, o Finame, do BNDES, ainda é responsável pela maior parte dos financiamentos de ônibus e caminhões no País.
De acordo com balanço divulgado nesta terça-feira, dia 18 de agosto de 2015, pela Anef – Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras, no primeiro semestre de 2015, as vendas de ônibus e caminhões foram realizadas 69% pelo Finame, 14% por financiamentos do mercado, 14% foram à vista, 2% por consórcio e 1% por meio deleasing.
Em 2014, os juros do Finame eram de 6% ao ano. Agora variam de 9,5% a 10% dependendo do porte da empresa para ônibus e caminhões. Ônibus elétricos à bateria ou elétricos híbridos e trólebus têm taxas de 6,5% para micros, pequenas e médias empresas e 7% ao ano para empresas maiores ou com Administração Pública Direta.
De acordo com a Anef, por causa das quedas nas vendas de veículos de pequeno porte como de ônibus e caminhões, os recursos liberados para financiamento tiveram redução tanto para o consumidor direto como para as empresas.
“Os recursos liberados para financiamentos por CDC – Crédito Direto ao Consumidor somaram R$ 45,3 bilhões, queda de 9,9% em 12 meses, sendo R$ 40,7 bilhões para pessoa física – retração de 8,3% em 12 meses – e R$ 4,6 bilhões para pessoa jurídica, queda de 21,7% em 12 meses. Os recursos liberados no mês para o CDC somaram R$ 7,4 bilhões, sendo R$ 6,7 bilhões para pessoa física – acréscimo de 4,7% no mês e decréscimo de 2,2% comparado a junho de 2014 – e R$ 773 milhões para pessoa jurídica, retração de 0,4% no mês e de 23,5% ante o mesmo período de 2014.” – diz nota da associação.
Já o total de dinheiro disponível para financiamentos de veículos neste ano pelos bancos das montadoras deve ter uma queda de pouco mais de 10%.
“A expectativa é que o saldo seja de R$ 189 bilhões, uma retração de 10,6% em comparação ao mesmo período de 2014, cujo volume total foi de R$ 211,3 bilhões. O montante de recursos liberados seguirá a mesma tendência, de acordo com a Anef. A previsão é que sejam liberados apenas R$ 99 bilhões, uma queda de 11% em relação ao ano anterior, quando foram liberados R$ 111,3 bilhões.” – diz ainda na nota.
De acordo com o mais recente balanço da Fenabrave – Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, divulgado no último dia 03 de agosto de 2015, os segmentos de ônibus e caminhões registraram queda de 39,79% nas vendas entre janeiro e julho deste ano na comparação com semelhante período do ano passado. Nos sete primeiros meses deste ano, foram emplacados 13 mil 439 ônibus e 43 mil 905 caminhões. De janeiro a julho do ano passado, foram registrados 18 mil 275 ônibus e 76 mil 961 caminhões.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
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