Empresa diz que são dois mil funcionários excedentes, mas não confirmou oficialmente quantos serão cortados. Montadora admite agora negociar PPE
ADAMO BAZANI
A Mercedes-Benz anunciou nesta sexta-feira que a partir de 1º de setembro vai demitir mais trabalhadores da planta de São Bernardo do Campo no ABC Paulista. Cerca de dois funcionários são considerados excedentes pela empresa pelo baixo nível de produção e vendas.
A planta hoje possui dez mil trabalhadores.
Também nesta sexta, foi paralisada toda produção de ônibus, caminhões e componentes.
A linha de produção vai ficar sem atividade até o dia 21 deste mês.
O motivo, segundo a montadora, é a desaceleração econômica no País que tem impactado na demanda de veículos comercias.
Nesta quinta, a Anfavea – Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores divulgou que no acumulado deste ano a produção de ônibus caiu de 28,9%. A queda da Mercedes, apenas em veículos de transportes de passageiros foi de 15,5% entre janeiro e julho. A produção de caminhões caiu 45,4%. . Confira em:https://blogpontodeonibus.wordpress.com/2015/08/07/producao-de-onibus-acumula-queda-de-289-no-ano/
Na metade do ano, foram cortados 500 trabalhadores da Mercedes, dois quais 250 colocados em lay-off e 250 desligados.
A empresa alega que possui hoje, por causa da baixa demanda por veículos comerciais devido à crise econômica brasileira, um excedente de 2 mil trabalhadores, de aproximadamente dez mil que atuam na planta. Deste total, 250 estão com os contratos de trabalho suspensos temporariamente (lay-off). Desde o dia 14, a empresa está com um PDV – Programa de Demissão Voluntária aberto e que se encerra em duas semanas, mas a adesão está baixa.
O PDV vai até o próximo dia 14.
No início de julho, a Mercedes propôs a redução da jornada de trabalho em 20% e dos salários em 10% em troca de estabilidade por um ano, mas 74% dos trabalhadores rejeitaram.
A montadora diz que pode rever os cortes caso seja aplicado na empresa o PPE – Programa de Proteção ao Emprego, pelo qual a redução dos salários pode chegar a 30%, mas com 15% sendo cobertos pelo FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador.
A empresa informou que vem tentando evitar cortes com medidas como as demissões voluntárias, diminuição da quantidade de dias trabalhados na semana, férias coletivas, lay-off, mas as ações têm sido insuficientes porque a desaceleração dasVENDAS DEveículos comercias está bem maior que o previsto no início do ano.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes
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