quarta-feira, 16 de agosto de 2017

Trólebus voltam às ruas em Santos nesta quinta, diz CET. Serviços plenos, na segunda, explica Piracicabana

Veículos têm a vantagem de não poluírem, serem mais silenciosos e com tecnologia já certificada
Peça para compatibilizar VLT e ônibus elétricos teve de ser importada ao custo de R$ 75 mil. É a primeira cidade da América Latina a ter os dois meios de transportes não poluentes operando em cruzamento
ADAMO BAZANI
Os tradicionais trólebus de Santos, no Litoral Paulista, voltam às ruas nesta quinta-feira, 17 de agosto de 2017.
A informação é da CET – Companhia de Engenharia de Tráfego de Santos, gerenciadora do sistema de transportes na cidade.
Os seis veículos elétricos pertencem à Viação Piracicabana, do Grupo Comporte. Ao Diário do Transporte, por telefone, o grupo informou que nesta quinta ocorrerão as primeiras operações, que devem ser integrais a partir de segunda-feira, dia 21, na linha 20, que liga a praça Mauá, no Centro, à praça da Independência, no Gonzaga.
Havendo algum problema técnico, as previsões podem ser alteradas. O início das operações pode ser gradual.
Os serviços de trólebus foram interrompidos há aproximadamente 15 meses para a ampliação do VLT – Veículo Leve sobre Trilhos entre Santos e São Vicente, meio de transporte que também é elétrico e funciona conectado à rede de fiação aérea.
Em nota, ao Diário do Transporte, a CET informou que Santos se tornou a primeira cidade da América Latina a compatibilizar em cruzamento os dois sistemas de transportes. Para isso, teve ser importado um equipamento da República Tcheca ao custo de R$ 75 mil.
A partir de quinta-feira (17), os trólebus voltam a operar na cidade de Santos, na linha municipal 20. A frota de veículos desse tipo conta com seis exemplares.
No último final de semana foram concluídos os serviços, no cruzamento das avenidas Francisco Glicério x Ana Costa, que possibilitaram compatibilizar sistemas de VLT e trólebus no mesmo trecho – Santos é a primeira cidade da América Latina a realizar a experiência. A peça implementada no cruzamento, a fim de possibilitar a operação entre os dois modais, não existe no Brasil – foi adquirida da República Tcheca (pela EMTU) e custou 20 mil euros.
Nos últimos dias, os testes demonstraram que a operação dos trólebus está dentro dos padrões técnicos de confiabilidade e segurança. Também já foi realizada a inspeção em toda a rede aérea durante os períodos da madrugada. Os veículos foram substituídos por ônibus a diesel durante as obras do VLT naquele trecho, que teve início há pouco mais de um ano.
HISTÓRIA:
Trólebus na época da CSTC. Cidade teve várias linhas
Os primeiros trólebus em Santos começaram a operar em 12 de agosto de 1963. Chegaram inicialmente cinco veículos de um lote de 50 do modelo Fiat Alfa-Romeo Marelli Pistoiese, importados da Itália.
As unidades pertenciam ao poder público por meio do Serviço Municipal de Transportes Coletivos SMTC, que em 1976 foi substituído pela Companhia Santista de Transportes Coletivos – C.S.T.C., também uma empresa pública.
Os atuais seis trólebus operados pela Viação Piracicabana são fabricados pela Mafersa e foram comprados pela – C.S.T.C. em 1987, sendo destinados para a linha 20.
As linhas de trólebus começaram a ter redução significativa na cidade a partir dos anos 1990, quando a C.S.T.C. enfrentava problemas financeiros e de gestão.
De mais de dez linhas, o sistema foi reduzido apenas para o trajeto da linha 20.
Em 1998, com a extinção das operações da C.S.T.C., a Piracicabana assumiu os seis trólebus Mafersa.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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