segunda-feira, 10 de julho de 2017

68% dos subsídios para ônibus em São Paulo já foram consumidos e Doria deve fazer remanejamentos como na época de Haddad

De acordo com Orçamento, de R$ 1,7 bi que estava disponível para complementar os custos do sistema de ônibus, já foi gasto R$ 1,2 bi
ADAMO BAZANI
Com o congelamento da tarifa de ônibus em R$ 3,80, a gestão do prefeito João Doria vê os recursos oficialmente previstos em subsídios se esgotarem rapidamente.
Levantamento divulgado pelo repórter André Vieira, do Metro Jornal São Paulo, revela que de 1,7 bilhão disponível para os subsídios já foi consumido R$ 1,2 bilhão, ou 68% do total, entre janeiro e maio.
O motivo principal é justamente o não reajuste da tarifa, prometido ainda em campanha, já que o total de gratuidades concedidas do início da gestão até agora não teve aumento significativo.
A administração Joao Doria tenta, de diversas maneiras, equilibrar a conta.
Neste sábado, em primeira mão, o Diário do Transporte divulgou, com base em informações do Diário Oficial, a restrição das horas disponíveis para gratuidade total destinada a estudantes nos ônibus da capital paulista. Relembre: https://diariodotransporte.com.br/2017/07/08/prefeitura-de-sao-paulo-traz-nova-regulamentacao-para-gratuidades-para-estudantes-em-onibus/
A estimativa é que os subsídios cheguem a R$ 3,2 bilhões neste ano.
Para alcançar esse valor, a exemplo do que aconteceu com o ex-prefeito Fernando Haddad, a partir do congelamento da tarifa após manifestações de movimentos como o “Passe Livre”, serão feitos remanejamentos no Orçamento: é dinheiro que deveria ser investido em outras áreas, mas vai para a conta das tarifas, não necessariamente as empresas de ônibus somente, e sim para o custeio de todo o sistema.
Ao repórter, o secretário da Fazenda, Caio Megale, atribui a necessidade ao crescimento do total de gratuidades até 2015 e admite usar a mesma fórmula de Haddad:
“O subsídio é pago a partir da arrecadação e da passagem nas catracas. Desde 2015, a cidade aumentou as gratuidades, e o seu uso vêm crescendo. Além disso, temos combatido as fraudes, e tudo isso pressionou o subsídio … Não vamos esperar o dinheiro acabar para começarmos. Vamos cobrir o subsídio com os ajustes que estamos fazendo, como o corte de gastos com aluguel e o redirecionamento de programas, como o Leve Leite, que está agora mais eficiente”
Ao se fazer a comparação entre as duas gestões.
Nos cinco primeiros meses de 2016, Haddad gastou menos em subsídios, quando foram consumidos 52% do valor previsto em Orçamento, enquanto que na atual administração, já foram usados 68%, o mesmo percentual que em 2013, quando houve o congelamento devido ao Passe Livre.
Entre os meses de janeiro e abril, a média mensal paga em subsídios pela gestão Doria foi de R$ 250 milhões. Já em maio, o impacto subiu para R$ 320,5 milhões.
A Prefeitura não deve buscar recursos do Governo Federal para esta conta, como havia cogitado Doria após vencer as eleições. Relembre: https://diariodotransporte.com.br/2016/10/25/temer-nao-garante-verba-para-congelamento-da-tarifa-mas-doria-diz-que-passagem-nao-vai-subir-em-2017/
A gestão aposta na licitação dos transportes para evitar estas distorções orçamentárias no sistema de ônibus no futuro.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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