segunda-feira, 3 de julho de 2017

PF está nas ruas na manhã desta segunda para prender cúpula dos transportes por ônibus no Rio

Operação de ônibus no Rio movimentou R$ 266 milhões em propina, segundo PF e MPF
Ontem foi preso Jacob Barata Filho, do Grupo Guanabara
ADAMO BAZANI
Policiais Federais deflagraram na manhã desta segunda-feira mais uma fase da Operação Lava Jato.
O foco desta vez é setor de transportes por ônibus. São oito mandados de prisão cumpridos no Rio de Janeiro, Florianópolis e Curitiba.
Entre os alvos na manhã desta segunda-feira está Lelis Marcos Teixeira, presidente do Fetranspor, a federação que reúne as empresas de ônibus do Estado do Rio de Janeiro.
Também foi preso nesta manhã, o ex-presidente do Departamento de Transportes Rodoviários do Rio – Detro, Rogério Onofre, em sua casa,  em Florianópolis
A Polícia Federal apurou um esquema de propina para facilitar a atuação irregular das empresas de ônibus. Segundo as investigações, foram pagos R$ 266 milhões para as autoridades.
Na mesma operação, na noite de ontem, foi preso Jacob Barata Filho. Relembre.
A Polícia Federal prendeu na noite deste domingo, 02 de julho de 2017, no aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, Jacob Barata Filho, um dos maiores empresários de ônibus do País.
Barata Filho iria embarcar para Lisboa, em Portugal.
O empresário de ônibus é investigado na Operação Lava Jato e vinha sendo monitorado pela Polícia Federal e o Ministério Público.
A prisão já estava programada, mas quando os investigadores descobriram que Jacob Barata Filho embarcaria para Lisboa apenas com passagem de ida, anteciparam a operação.
A prisão foi decretada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal, responsável pela Lava Jato no Rio de Janeiro.
A assessoria do empresário negou que Barata Filho estaria fugindo e disse que suas viagens para Portugal são rotineiras.
O pai dele, Jacob Barata, com 84 anos de idade, conhecido como “Rei dos Ônibus”, foi apontado juntamente com outros integrantes da família em outra investigação, a  SwissLeaks.
As investigações dão conta que Jacob Barata Filho, os dois irmãos, Davi e Rosane, o pai Jacó Barata e mãe, Glória, mantiveram US$ 17,6 milhões de dólares em uma conta conjunta em Genebra, na Suíça, de forma ilegal.
A família Barata é responsável pelo grupo Guanabara, fundado em 1968 por Jacob Barata.
O Guanabara é um dos maiores grupos de empresas de ônibus do Brasil com mais de 20 companhias nos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Ceará, Pará, Paraíba, Piauí e Maranhão. São mais de um milhão de passageiros transportados por dia, com uma frota de 6 mil ônibus aproximadamente. As empresas empregam cerca de 20 mil funcionários.
Além de ônibus, a família de Jacob Barata controla o Banco Guanabara, fundado em 1987, que financia compra de ônibus para empresas que operam nesse setor, revendedoras de veículos Mercedes-Benz, como a Guanabara Diesel. Em outros ramos, há também a Guanabara Empreendimentos Imobiliários e Hotel Mar Ipanema.
A partir de 2013, a família adquiriu empresas como a Vimeca Lisboa Transportes e Ccotturb; e a rede de Hotéis Fênix.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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