quinta-feira, 20 de julho de 2017

Justiça Federal mantém preso presidente da Fetranspor e defesa de Barata diz que Guanabara Diesel pode fechar

Guanabara Diesel teve bloqueio de R$ 53 milhões. Advogados querem reduzir para R$ 7,1 milhões
De acordo com Tribunal Regional Federal, fatos são graves não justificando a liberdade de executivo. Advogados da Guanabara, querem liberar 85% de valor bloqueado
ADAMO BAZANI
A Primeira Turma Especializada do Tribunal Regional Federal da 2ª região, do Rio de Janeiro, negou o pedido de liberdade feito pela defesa do presidente da Fetranspor – Federação das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Rio de Janeiro, Lélis Teixeira.
O voto é do desembargador Abel Gomes seguido pelos desembargadores Paulo Espirito Santo e Marcello Granado.
Lélis Teixeira foi preso pela Operação Ponto Final, desdobramento da Operação Lava Jato, no dia 3 de julho.
Ministério Público Federal, Polícia Federal e Receita Federal descobriram um esquema de corrupção envolvendo empresas de ônibus, agentes públicos e políticos que teria movimentado entre 2010 e 2016, R$ 500 milhões. Deste total, R$ 266 milhões foram investigados. Os outros R$ 234 milhões ainda não foram investigados plenamente por envolverem políticos que hoje têm foro privilegiado. A investigação depende de uma autorização do STF – Supremo Tribunal Federal.
Ainda de acordo com as investigações, o principal beneficiário do esquema foi o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, que teria recebido ao longo desse tempo R$ 122,8 milhões dos R$ 266,6 milhões com o pagamento das propinas.
Os desembargadores entenderam que a liberdade de Lélis Teixeira poderia prejudicar o andamento das investigações e do processo por causa das influências do empresário.
A defesa de Lélis Teixeira alegou que o executivo tinha já renunciado ao cargo de presidente-executivo da Fetranspor quando a prisão preventiva foi decretada.
Lélis Teixeira, ainda de acordo com a defesa, seria apenas um empregado contratado da Fetranspor e que não é mais empresário do setor de ônibus no Estado.
A defesa sustenta, portanto, que sua liberdade não representaria risco de continuação de crime ou ao andamento do processo.
Os advogados ainda dizem que quando Lélis foi levado coercitivamente em março de 2017 pela PF, colaborou com a Justiça.
No dia 11 deste mês, em decisão monocrática, o desembargador Abel Gomes já havia negado liminar em prol de Lélis Teixeira e para o vice-presidente do Rio Ônibus, sindicato que reúne as empresas que operam linhas municipais na capital, Otacílio de Almeida Monteiro.
Também no dia 11, o desembargador Abel Gomes concedeu prisão domiciliar para o empresário de ônibus João Augusto Morais Monteiro, de 86 anos.
O desembargador negou nesta segunda-feira, 17 de julho de 2017, habeas corpus para o empresário de ônibus Jacob Barata Filho, do Grupo Guanabara, um dos maiores do setor de transportes de passageiros no país.
Jacob Barata Filho foi preso pela operação no dia 02 de julho, no Aeroporto Internacional Tom Jobim, quando ia embarcar para Lisboa.
Também foram presos os empresários de ônibus Marcelo Traça Gonçalves e José Carlos Reis Lavouras, que estava em Portugal.
GUANABARA DIESEL PODE QUEBRAR, DIZ DEFESA:
Nesta terça-feira, a defesa da Guanabara Diesel, uma das empresas nas quais Jacob Barata Filho é sócio, pode quebrar por causa da decisão judicial de bloqueio de R$ 53 milhões determinada pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, responsável pela Operação Lava Jato no estado.
A empresa, que é revendedora de chassis de ônibus, caminhões e utilitários e representante da Mercedes-Benz, quer que a justiça bloqueie apenas 15% desse valor, que é a participação de Jacob Barata Filho na companhia, o que seria equivalente a R$ 7,1 milhões.
A Guanabara Diesel tem mais sócios, inclusive outros membros da família Barata.
Os advogados da Guanabara Diesel também disseram que a empresa pode atrasar a folha de pagamento dos funcionários, que é de cerca de R$ 1,3 milhão por mês e que a companhia assumiu compromissos financeiros para os próximos dois meses, de R$ 64,2 milhões.
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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