terça-feira, 18 de julho de 2017

Despoluir da CNT avalia mais de 155 mil veículos no primeiro semestre


Ônibus em Fazenda Rio Grande, na região metropolitana de Curitiba: 100% da frota aprovada
Empresa do Paraná, que teve 100% da frota aprovada desde a primeira avaliação, em 2007, recomenda adesão ao Programa
ADAMO BAZANI
Em época de discussão sobre os impactos negativos da poluição na natureza e na saúde humana, o setor de transportes e a indústria têm buscado formas para oferecer alternativas tecnológicas que dependam cada vez menos de combustíveis fósseis. São modelos de ônibus, carros e caminhões movidos à energia elétrica, biometano (gás advindo da decomposição do lixo) e biocombustível, muitos dos quais que têm se tornado mais numerosos em países como da Ásia, Europa e América do Norte.
No Brasil há avanços, entretanto, as mudanças da matriz energética dos transportes ainda não têm ocorrido na velocidade que se espera. O problema é urgente, como mostra um relatório da OMS – Organização Mundial da Saúde, da ONU, que estima que por ano, em média, o número de mortes relacionadas direta ou indiretamente à poluição é de 6,5 milhões. Relembre: https://diariodotransporte.com.br/2016/09/27/oms-fala-em-emergencia-sanitaria-e-diz-que-poluicao-mata-mais-em-paises-pobres/
Mas, enquanto não há no Brasil uma alteração mais significativa desta matriz energética, é possível colaborar para redução dos índices de poluição pelo transporte por meio de ações simples, mas eficientes, como o controle da qualidade da frota.
Desde 2007, o Programa Despoluir, da CNT – Confederação Nacional do Transporte atua junto a empresas de ônibus, transportadoras de cargas, caminhoneiros autônomos e taxistas para orientar e medir as emissões dos veículos.
O objetivo do programa não é punir, mas dar condições para os transportadores, independente do porte, seguirem os parâmetros legais e os limites de emissões de poluentes.
Segundo a CNT, somente de janeiro a junho deste ano foram feitas mais de 155 mil avaliações, com 84,18% de aprovação. Desde a criação do programa, foram avaliados quase dois milhões de veículos comerciais, entre táxis, caminhões e ônibus.
O Grupo Leblon Transporte de Passageiros, que reúne as empresas Leblon Transporte e Viação Nobel, com atuação em Curitiba e na região metropolitana, no Paraná, participa do “Despoluir” desde o início do programa.
Em todos os anos, a frota do grupo conseguiu 100% de aprovação.
Para o coordenador de manutenção do Grupo Leblon, Gilson Drohomereschi, o principal fator para respeitar o meio ambiente e atender às especificações legais é manter a frota bem conservada.
“A manutenção preventiva é essencial para segurança, rentabilidade e preservação do meio ambiente. Realizamos rigorosamente, nas datas sugeridas pelos fabricantes e baseados em cronogramas desenvolvidos para nossa realidade operacional, toda revisão de peças, acessórios, trocas de filtros, lubrificantes e também nos atentamos para qualidade do combustível. Por isso que sempre buscamos os mesmos fornecedores para termos um controle maior do diesel utilizado em nossos ônibus” – conta Gilson Drohomereschi.
A cada semestre 100% da frota de aproximadamente 120 veículos do grupo são analisados, sendo que as avaliações são mensais. A cada mês é verificado um percentual de veículos até completar a totalidade da frota no final de seis meses.
As equipes da CNT vão até a garagem, munidas de equipamentos computadorizados que conseguem, pela análise da fumaça lançada pelo escapamento, verificar se os veículos estão dentro dos padrões de emissões.
Se houver alguma irregularidade, o setor de mecânica é orientado a corrigir o problema, individualmente por veículo.
“Recomendo sim a participação no Despoluir porque todos só têm a ganhar: a sociedade, as empresas e o meio ambiente. Além disso, cria uma cultura nas empresas justamente para sempre melhorar as condições dos veículos” – comentou o coordenador de manutenção do Grupo Leblon, Gilson Drohomereschi.
Para agendar o atendimento das equipes da CNT, o interessado pode procurar as federações de transportadores de cargas e passageiros em cada estado.
O link é:
Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

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